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Governo investe em capacitação de pescadores

Governo investe em capacitação de pescadores

Comprar peixe tratado e sem espinha é hoje um grande diferencial no mercado consumidor do Amazonas. Uma atividade que agrega mais valor ao produto, permitindo ampliar os benefícios a milhares de trabalhadores da cadeia produtiva.

Pensando nisso, o governo do Amazonas anuncia que vem investindo na capacitação de pescadores em parceria com a Sepror (Secretaria de Produção Rural) e do Sebrae-AM (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas).

Pelo menos 30 produtores rurais de Iranduba, Careira Castanho e Manacapuru participaram de uma oficina de beneficiamento de pescado com foco na retirada das espinhas dos peixes. As aulas aconteceram na sexta-feira (14) e foram ministradas por técnicos da Sepa (Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura), vinculada à Sepror, e do Balcão de Agronegócios do Sebrae-AM.

A oficina foi realizada na Aspepi (Associação de Pescadores e Pescadoras de Iranduba). Segundo o secretário da Sepa/Sepror, Leocy Cutrim, o objetivo é realizar ações técnicas de apoio ao empreendedorismo nas Calhas do Rio Madeira e do Alto Solimões. “Estamos somando esforços das instituições e otimizando recursos para apoiar os pescadores que estão na ponta da cadeia produtiva”, ressaltou ele.

Diferente de outras épocas, o amazonense prefere hoje consumir peixe tratado e sem espinhas, principalmente tambaqui e matrinxã, as duas principais espécies utilizadas pela culinária regional, segundo feirantes e gerentes de mercadinhos e supermercados de Manaus.

E tudo isso vem fomentando um mercado regional com grande potencial de crescimento.  Em geral, entre comprar um peixe com ou sem espinha, prevalece a primeira opção, mesmo que o preço seja mais caro, mas isenta o consumidor de um iminente acidente ao degustar o produto.

Além disso, as pessoas querem menos trabalho e mais comodidade na hora de preparar o almoço e o jantar. “É ótimo chegar em casa, preparar o peixe já tratado e não ter mais que se preocupar com as espinhas na hora de comer. É mais confortável”, afirma a dona de casa Neide Alves, que leva o tambaqui à mesa pelo menos duas vezes por semana.

A pescadora Conceição de Souza, 62 anos, falou que a capacitação técnica deu mais fôlego aos seus negócios. “Agora, adquiri conhecimentos que me permitem comercializar filés de peixes, já embalados e congelados, e ainda com a retirada das espinhas”, afirmou. “Isso agregou mais valor aos produtos”, acrescentou.

Conceição é pescadora do Lago do Janauacá, no município do Careiro Castanho (distante 86 quilômetros de Manaus). Como ela, milhares de produtores rurais vivem dessas atividades que prometem alavancar a economia do Amazonas com uma pesca autossustentável na região.

O analista técnico Raimar Zurra, do Sebrae-AM, salienta que o Balcão de Negócios tem como prioridades levar inovações aos pequenos e microempreendedores rurais e ainda a pescadores do Estado.

“Esse curso de capacitação vai agregar valor ao produto final do pescador, que poderá aumentar a sua margem de comercialização do pescado”, avalia.

O Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) também oferece um pacote técnico para a criação de peixes em cativeiro como tambaqui e matrinxã, uma iniciativa que também tem apoio da Sepror e dos órgãos estaduais de fomento.

Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o Estado investe ainda em boas práticas de manejo e gestão de piscicultura e apoio à regularização ambiental, uma forma de capacitar mais a cadeia produtiva com uma pesca autossustentável.

Aulas com esse foco vêm sendo ministradas por biólogos, tecnólogos e engenheiros de pesca da Sepror. Uma outra oficina de capacitação será realizada ainda em agosto em mais três municípios do Amazonas – Nova Olinda do Norte (começou dia 17 e vai até o dia 21), Borba (24 e 28) e Santo Antônio do Içá (26 a 27).

Marcelo Peres

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