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Governo fecha serviços não essenciais até 10 de janeiro

Governo fecha serviços não essenciais até 10 de janeiro

Com o intuito de conter o avanço do novo coronavírus, o Amazonas terá um novo decreto que será publicado no Diário Oficial do Estado e passará a valer a partir do sábado (26) e deve seguir até dia (10) de janeiro de 2021. A determinação do governo foi anunciada durante entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (23), na sede do Governo. As medidas proíbem o funcionamento de estabelecimentos e serviços não essenciais em todo o estado. A decisão foi tomada após reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do governo do Amazonas na manhã de hoje.

Os comércios e estabelecimentos não essenciais só irão  funcionar por sistema drive thru e restaurantes via delivery até às 21h. Qualquer tipo de aglomeração e reuniões comemorativas estão proibidas. As festas clandestinas tidas como um dos eventos que cooperaram para o aumento no número de casos também estão proibidas,  em caso de descumprimento, equipamentos e bebidas serão recolhidas. Os restaurantes de hotéis só atenderão hóspedes. Espaços públicos serão fechados, atividades da indústria serão  mantidas. As feiras e mercados irão abrir, mas os horários serão definidos pelo comitê de enfrentamento. Serviços essenciais poderão abrir: padaria, supermercados, drogarias poderão abrir. Em relação ao transporte de passageiros intermunicipal e fluvial seguem funcionando, porém com número limitado e com  fiscalizações.

O governador ressaltou que as igrejas devem funcionar, mas com 30% da capacidade total e mantendo os protocolos de segurança e mantendo o distanciamento. Ele informou que  existe um diálogo  com os representantes destes locais. 

O decreto passa a valer também para os municípios. Serão enviados efetivos para as cidades pólos e assim evitar qualquer tipo de evento e aglomerações.

Nos últimos dias o governo constatou um aumento no número de casos no Amazonas, sobretudo na ocupação da rede pública de saúde. De acordo com o governo, 94% dos leitos clínicos e 99% das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva estão ocupados.Os aumentos estão relacionados ao período eleitoral,  eventos, e festas clandestinas. Além da alta no número de internações na  rede privada (85%). Conforme dados do boletim epidemiológico da FVS-AM ( Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), até terça-feira (22), mais de 5,1 mil pessoas foram vítimas da Covid-19 no estado, o número de infectados ultrapassou a marca de 190 mil,  mais de 193 mil foram infectadas. As internações, atualmente, passam de 500. Pessoas de 20 e 49 anos são os mais contaminados e 73% dos mortos são idosos acima de 60 anos.

O governo informou que nos últimos 35 dias houve um aumento de 50 leitos de UTI, e hoje, estão praticamente todos ocupados. O número de mortes que eram em torno de cinco por dia aumentou para 12, representando um aumento de 140% em relação a taxa de mortalidade. 

De acordo com Wilson Lima, existe rotineiramente um  diálogo entre o comitê, e os órgãos de saúde monitorando e avaliando as ações necessárias para conter a propagação do vírus preservando a saúde das pessoas. “Estamos tentando encontrar um equilíbrio mínimo das atividades econômicas. São decisões que não queríamos estar tomando, mas são necessárias. Levando em consideração que muitos estão ignorando o uso da máscara, o distanciamento social e outros protocolos de saúde que são importantes para não disseminar o vírus”. 

O governador disse ainda que a prefeitura tem uma grande parcela de culpa pois não adotou medidas efetivas em relação à pandemia.  “Não fez um decreto contra a disseminação. Fechou só a Ponta Negra e o decreto de máscaras que até hoje não colocaram em prática. Todas as capitais brasileiras assumiram as suas responsabilidades de restrições ao contrário da prefeitura de Manaus. A cidade tem a cobertura de assistência básica mais baixa de todo o estado é muito menor do que municípios que tem 5% de orçamento em relação a capital. A maioria dos municípios do estado do Amazonas tem acima de 90% de cobertura básica e isso foi essencial para que no interior não tivesse um avanço tão significativo nos picos da pandemia”, comentou ele enfatizando que todas as responsabilidades tiveram que ser assumidas pelo governo do estado. 

Conforme Wilson Lima, o Governo Federal já foi comunicado sobre a situação e nos próximos dias vai mandar 40 respiradores e 100 monitores para ajudar na nova estrutura. 

O governador ressaltou que não anteciparam o decreto porque não tiveram tempo de comunicar todos os envolvidos. “Sabemos que os empresários terão dificuldade por conta disso. Mas nessa hora a vida está em primeiro lugar”. Nenhuma decisão como essa é fácil, mas tenho mantido a transparência  em todas as ações que tomamos”. 

Essa é a fase três da etapa do contingenciamento de enfrentamento à Covid,  que fez parcerias com os hospitais HUGV e Beneficente Portuguesa para que leitos estivessem à disposição do estado para funcionar como retaguarda da Covid 19, no processo de desospitalização dos pacientes que já tiveram a doença e saíram da fase de transmissão e do agravamento dos sintomas.  

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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