Pesquisar
Close this search box.

Governo cancela exploração do mineral no AM

Na manhã da última sexta-feira, o Planalto mandou a Petrobras desfazer as negociações dos direitos minerários para a exploração da silvinita (cloreto de potássio utilizado na produção de fertilizante agrícola e como insumo da indústria farmacêutica) no município de Nova Olinda do Norte, a 138 quilômetros da capital, na calha do Médio Amazonas).
Da surpresa à insatisfação, a notícia foi recebida pelos representantes da empresa canadense e vencedora da licitação para a exploração do mineral, Falcon Metals em Manaus, que preferiram não comentar o episódio, limitando-se a informar que o negócio estimado era na ordem de US$ 150 milhões.
Fontes, que preferiram se manter anônimas, explicaram que as negociações entre Petrobras e a canadense envolviam a concessão para a exploração de 45,3% de uma mina de silvinita em Nova Olinda do Norte.
As fontes relataram que, antes mesmo de embarcar para Pequim, o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já se mostravam contrários à venda de parte de uma das maiores jazidas do minério. “Na reunião da alta cúpula da Falcon Metals, comentou-se há mais ou menos duas semanas que a Dilma determinou pessoalmente ao presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que desfizesse o negócio, mesmo que isso exigisse o pagamento de multa. Isso deixa claro que nem sempre os interesses da Petrobras coincidem com os do Planalto”, contaram.

Desenvolvimento exploratório

O líder do governo no Estado na Assembléia Legislativa do Estado, deputado Sinésio Campos (PT), avaliou como estratégico para o Amazonas o desenvolvimento exploratório das reservas de potássio, tendo em vista que o país importa atualmente 92% do produto, principalmente do Canadá. Lembrando dados da Anda (Agência Nacional de Difusão de Adubos), o parlamentar disse que, no ano passado, o país importou mais de quatro milhões de toneladas de potássio demandadas pelo setor primário. “A silvinita serve para a obtenção de potássio, matéria-prima dos fertilizantes – insumo considerado estratégico para o Brasil manter a liderança na produção agrícola mundial.
Por isso, o governo federal tem interesse nesse projeto diante da expansão da fronteira agrícola e da produção de energia a partir do biodiesel e do etanol que demandam grande quantidade de fertilizante”, ressaltou.
O geólogo do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Gert Rodolf Woeltje, explicou que, há dez meses, o Ministério das Minas e Energia tem avaliado a demanda do mercado interno de fertilizantes, cujas matérias-primas são em grande parte importadas.
De acordo com o especialista, no caso do potássio (92% importado), existem apenas quatro países fornecedores no mundo explorados por apenas três empresas. “Somos dependentes e vulneráveis. A dependência causa forte impacto sobre os produtos no mercado e pode levar o país e até mesmo o mundo ao desabastecimento no futuro”, ressaltou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar