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Governo anuncia projeto “Nova Amazônia Verde”

Governo anuncia projeto “Nova Amazônia Verde”

A 293ª Reunião Ordinária do CAS foi marcada pelo anúncio de que o governo federal trabalha no projeto “Nova Amazônia Verde” para priorizar atividades de baixo impacto ambiental, economia circular e potencial turístico na região. A necessidade de a ZFM não abrir mão da indústria 4.0, ao mesmo tempo que garante a expansão de empregos também esteve no foco dos debates, assim como os pedidos de investimentos em infraestrutura que permitam ampliar e diversificar a capacidade produtiva regional.

Durante o evento, ocorrido por videoconferência, nesta quinta (27), todos os 23 projetos industriais e de serviços em pauta – nove de implantação e 14 de diversificação, atualização e ampliação. As propostas somam R$ 1,4 bilhão em investimentos e têm potencial de gerar 2.200 empregos. Foi dado o sinal verde também para cinco projetos agropecuários, com aportes de R$ 17,2 milhões e mão de obra prevista para 122 vagas.

O titular da Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade), Carlos da Costa, anunciou que um dos projetos que está sendo trabalhado no Ministério da Economia e no Conselho da Amazônia é o “Nova Amazônia Verde”, que deverá priorizar atividades de baixo impacto ambiental, a economia circular e o potencial turístico da região.

“Buscamos medidas concretas para melhorar o ambiente de negócios e atrair mais investimentos para a Amazônia Ocidental e Amapá e queremos, muito em breve, e em conjunto com a Suframa, fazer uma reunião ampla para discutir esses temas já propositivos com todos os governos locais”, declarou, durante a reunião do CAS. 

Em termos de interiorização do desenvolvimento econômico, Costa também pontuou a busca de viabilização da bioeconomia e anuncio que o governo deve revisar as barreiras regulatórias que dificultam investimentos “muito em breve”, além de mapear matérias-primas para permitir priorizar cadeias produtivas regionais. 

O secretário reforçou também o papel estratégico do Centro de Biotecnologia da Amazônia como centro de bionegócios. “Vamos seguir agora com a celeridade na viabilização da personalidade jurídica do CBA em conjunto com Suframa, Ministério da Economia, Conselho da Amazônia e vários parlamentares da região”, completou.

“Tendência global”

Em referência à Proposição 51, o titular da Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jório Veiga, defendeu que a preocupação do governo está relacionada à produtividade das empresas do PIM e sua queda gradual de necessidade de mão de obra nos novos projetos. O secretário estadual lembrou que essa é uma tendência global. 

“A proposta de medir benefício em números de colaboradores é importante, mas acredito que pode ser complementada e que esses empregos podem ser gerados em outro estágio da cadeia produtiva para que os negócios continuem se instalando por aqui. De outra forma, teremos uma saída de empresas, pois elas não terão como cumprir. Estamos conversando com as lideranças dos demais setores para trabalharmos juntos e para que a indústria continue crescendo e possamos diversificar e criar oportunidades em outras atividades”, argumentou. 

“PIB de serviço”

Durante o evento, o titular da Suframa, Algacir Polsin, destacou as atuais prioridades da Suframa, como a regularização das terras do Distrito Agropecuário da Suframa, avanço sustentável do agronegócio, implantação de indústrias de beneficiamento para produtos regionais, e aperfeiçoamento dos investimentos de P&D, entre outros. A promoção comercial também está no foco de ações da Superintendência, segundo o dirigente.

O superintendente fez uma ressalva em relação aos empregos, cuja tendência é reduzir com a automação industrial. “Entendemos que os empregos da manufatura tendem a cair, mas deve ser considerado que o produto industrial incorpora, cada vez mais, PIB de serviço, logo, empregos em outros setores serão criados”, afirmou. 

Drones e bioindústria

Entre os vários temas abordados em sua fala, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, disse que só faltava um acerto técnico com a Suframa para a retomada das obras no Distrito e prometeu acelerar os trabalhos. E não deixou de reforçar a necessidade de diversificação e aportes em infraestrutura nas hidrovias e na BR-319 para reduzir o “Custo Manaus”.   

“Vivemos de alguns polos que vão desaparecer. TV, por exemplo, vai chegar um momento em que não vai fazer mais sentido se fabricar. Mas um polo de drones aqui significaria que estamos trabalhando na indústria 4.0, e que vai durar muito. Sou a favor que aproveitemos nosso banco biogenético para implementarmos uma bioindústria e atrairmos investimentos e pesquisadores. Creio que deveríamos centrar nossas forças aí. Enquanto isso não vem, estamos muito certos em aprovar projetos, ainda que a gente saiba que, no longo prazo, essas empresas possam não ter tanto futuro assim”, ponderou.

Agronegócios e fertilizantes

Em sua fala, o deputado federal Capitão Alberto (Republicanos-AM) disse que vê como fator positivo os projetos agropecuários na pauta do CAS. “As riquezas de nosso Estado são infinitas e uma vertente passa pelos fertilizantes. Estamos muito próximos de destravar a Potássio Brasil. São poucas indústrias nesse segmento no mundo e a Suframa já tem que começar a cooptar empresas para se instalarem aqui. O Brasil importa mais de 70% do fertilizante que consome e isso tornaria nosso agronegócio mais competitivo, além de gerar empregos”, defendeu.

Biodiversidade e negócios

O presidente da Fieam, Antonio Siva, disse ao Jornal do Commercio acreditar que a Acredito que o “Nova Amazônia Verde” é uma boa iniciativa do governo na tentativa de fomentar o crescimento e fortalecimento da economia sustentável da Amazônia. “Nós temos o maior patrimônio de biodiversidade e precisamos torná-lo um negócio rentável. Portanto, é bem vindo todo planejamento que venha somar no crescimento e desenvolvimento econômico da nossa região”, asseverou. 

Sobre a Proposição n. 51/2020, que dispõe sobre a análise e aprovação dos projetos Indústriais pela Suframa, e que inclui o cálculo da renúncia fiscal por segmento industrial na análise de aprovação de projetos, Antonio Silva, considera que é mais um complicador para o tramite dos projetos na autarquia. “Vai ser mais uma pedra no caminho pois não foram considerados uma série de indicadores que afetam essa renúncia fiscal. Essa decisão vai na contramão da política da Indústria 4.0. Pela lei de Informática para aprovar projetos lá para as outras regiões do país não é exigido nada disso”, lamentou.

Quanto ao estágio atual das ações para promoção do modelo e prospecção de novos negócios, o dirigente avalia que estamos no início de um processo que deverá envolver todas as forças locais interessadas pelo desenvolvimento consolidado da ZFM. “Recentemente, encaminhamos ao vice-presidente da República o trabalho realizado pelo GT-Pós Pandemia Amazonas, intitulado ‘Desenvolvimento Sustentável da Amazônia’, onde apresentamos várias sugestões e pensamentos inovadores para a região. Também estaremos na vanguarda para apoiar iniciativas nesse sentido”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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