A falta de consenso não impediu o governo de obter uma vitória ao iniciar a discussão ontem para a votação das emendas e destaques à PEC (proposta de emenda à Constituição) que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até o ano de 2011.
A base aliada conseguiu reduzir o número de destaques e emendas -o que poderá permitir que a votação seja concluída nesta quinta-feira.
Os governistas conseguiram reduzir de dez para sete destaques, enquanto o número de emendas caiu de 26 para quatro. De acordo com o regimento interno da Câmara, a base aliada terá de garantir, no mínimo, 308 votos favoráveis às propostas de interesse do Palácio do Planalto.
A previsão dos parlamentares aliados é que a votação -que é nominal- termine na madrugada desta quinta-feira.
A oposição mantém a disposição de fazer obstrução às votações, uma vez que foi derrotada na batalha regimental que deu vitória aos governistas.
As discussões e negociações prosseguiram durante toda a tarde. O vice-líder do DEM na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), ocupou a tribuna do plenário para atacar a CPMF. “A CPMF é o imposto do desemprego porque onera o setor produtivo”, repetiu ele.
Paralelamente, a oposição tentava arregimentar votos contrários à prorrogação. No gabinete dele, o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), recebia deputados e atendia a ligações telefônicas tanto no aparelho fixo como também no celular.
Em cada conversa, ele repetia a necessidade de aprovar a CPMF em nome da governabilidade.
Já no plenário da Câmara dos Deputados, o vice-líder do governo na Casa, Beto Albuquerque (PSB-RS), apelou para que os colegas que estão em seus gabinetes comparecessem para votar. “São muitas votações nominais, vamos contribuir para que não se fique aqui até de madrugada”.