Nunca se falou tanto em empreendedorismo no Brasil. Segundo pesquisa divulgada pela Endeavor, o número de pequenos negócios no país cresceu 44% até o início deste ano. A importância conquistada por estes microempresários é tanta, que o governo federal criou a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, no fim de março, para cuidar do setor e elaborou programas de desoneração e incentivo com linhas de créditos especiais. No entanto, há quem aponte a burocracia, altos impostos, falta de qualificação e pouco incentivo como entraves que persistem e ainda preocupam o desempenho do segmento.
O microempresário José Leandro tem uma história de sucesso no comércio de Manaus. Seu empreendimento, “Pronto Socorro dos Portões”, já conta 35 anos e coleciona uma carteira de clientes fiéis, mas ainda enfrenta ‘as agruras’ que uma microempresa no Brasil está acostumada a encarar.
José Leandro, que já passou por tantas provações e já pensa em aposentadoria, vem lutando constantemente em uma batalha que representa a luta de outros na mesma situação. O microempresário questiona o porquê de tantos impostos cobrados dos ‘pequenos’ e brada: “as microempresas em Nota Fiscal contribuem com cerca de 5% de impostos, mas isto em ‘nota’. Na real, com todos os outros tributos, esse percentual chega a 12. O que me impressiona é que grandes empresas e multinacionais têm baixa tributação e algumas são até isentas”.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, José Leandro ressaltou que sabe da importância dos ‘micro’ e não entende o motivo da tributação. “Geramos 75% dos empregos, mas somos esmagados pelos impostos. Estou lutando há quase 40 anos e poucas vezes fui ouvido nas casas que deveriam representar o povo. Vou às ruas em protesto, caracterizado como um político corrupto, acredito que estes são os culpados por boa parte dos impostos, por não se levantarem e criarem aqui no Amazonas uma política que atenda a nossa realidade. Essa é minha forma de chamar a atenção de todas as classes para a minha luta” reclama José Leandro, que esteve na sede do JC devidamente ‘fantasiado’ de político corrupto, em protesto contra os altos impostos.
Após um mês, imposto na nota ainda dificulta vida de pequenas empresas.
Com o objetivo de imprimir mais transparência às negociações, entrou em vigor, no dia 10 de junho, a lei federal que obriga as empresas a discriminar os impostos na nota fiscal. O problema é que muitas micro e pequenas empresas estão com dificuldades para se adaptar à sanção da presidência, que determina o detalhamento de sete tributos no cupom fiscal: ICMS, ISS, IPI, IOF, PIS/Pasep, Cofins e Cide. Segundo muitos especialistas, a complexidade de nosso sistema tributário dificulta a aplicação da lei, e a tendência é que a medida ainda traga mais desinformação ao consumidor.
Geram mais empregos, mas pagam mais impostos
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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