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General Villas Bôas, símbolo de adesão dos militares a Bolsonaro, deixa o governo

O general Eduardo Villas Bôas foi exonerado nesta terça-feira (21) do cargo de assessor especial do ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Villas Bôas, 70, foi comandante do Exército de 2015 ao começo de 2019 e, no início do governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a afirmar que ele foi “um dos responsáveis” pela sua chegada ao Palácio do Planalto.
A saída dele do governo foi publicada em edição extra do Diário Oficial e ocorreu a pedido do próprio militar. Villas Bôas tem esclerose lateral amitriófica (ELA) e deve se dedicar mais à saúde após deixar o cargo.
Ele estava no governo desde 2019, quando foi para a reserva, e atuava como assessor do ministro do GSI, Augusto Heleno, também general. Villas Bôas é um dos principais líderes do bolsonarismo no meio militar.
A maior prova da proximidade entre os dois veio na posse do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em janeiro de 2019, quando o presidente fez um elogio enigmático ao militar: “General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui.”
Em 2018, ele tornou-se notícia depois de publicar no Twitter um comentário no dia do julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula (PT) no STF (Supremo Tribunal Federal).
“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, disse na primeira mensagem.
Na ocasião, ele também escreveu na rede social que o Exército estava “atento às suas missões institucionais”.
“Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, encerrou.


Lula acabou tendo o pedido negado pelo plenário do Supremo e, no dia 7 de abril, foi preso e levado para Curitiba. Deixou a cadeia 580 dias depois, após o STF derrubar a regra que permitia prisão a partir da condenação em segunda instância.
Em fevereiro do ano passado, a polêmica voltou à tona após um livro sobre a vida do general afirmar que a publicação foi negociada com o Alto Comando do Exército. Na época, o ministro Edson Fachin, do STF, reagiu à revelação e afirmou ser “intolerável e inaceitável qualquer tipo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário”.
Em 2019, foi criado o Instituto General Villas Bôas (IGVB), com sede em Brasília. Em abril do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que a entidade tem se dedicado a acordos com órgãos ligados ao governo federal que envolvem apoio institucional e, em ao menos um caso, houve financiamento.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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