A queda na arrecadação e o aumento das despesas provocaram uma redução de 70% no superávit primário do governo federal no primeiro semestre de 2009.
O superávit primário é a diferença entre as receitas e as despesas do governo, sem considerar os gastos com juros. Esse dinheiro também é considerado como uma economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública.
Nos seis primeiros meses do ano, o governo fez uma economia de R$ 18,6 bilhões. No mesmo período do ano passado, quando a arrecadação estava em alta, o resultado apreswentdo foi de R$ 61,4 bilhões.
Nessa comparação, as receitas do governo caíram 1,8%, para R$ 276,6 bilhões. Já as despesas tiveram crescimento de 17%, para R$ 258 bilhões.
No ano passado, o aumento nas despesas do governo foi acompanhado por sucessivos recordes na arrecadação, o que garantiu um bom resultado primário. Com a crise econômica, no entanto, as receitas caíram, mas os gastos se mantiveram em alta.
Receitas e despesas
A queda de 1,8% nas receitas líquidas se deve à
arrecadação menor de impostos e contribuições no semestre. No caso do aumento de 17% nas despesas, os gastos que mais cresceram foram com custeio (manutenção da máquina pública, 22,8%) e com pessoal (21%). Os números mostram uma piora em relação ao mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2008, as receitas haviam crescido 15,8% e as despesas acumulavam aumento de 9,7%, sendo 7,7% com pessoal -sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os gastos com pessoal foram R$ 12,5 bilhões maiores neste ano. Desse total, R$ 2,3 bilhões se referem ao pagamento maior devido a sentenças judiciais (precatórios). O restante foi impactado pelos reajustes dados pelo governo para o funcionalismo.
A meta do governo para esse ano é economizar R$ 42,8 bilhões em todo o ano. Mas pode ser descontado desse valor tudo aquilo que for gasto nos investimentos em infraestrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).