Gás natural como alternativa viável na crise


Com os preços altos da gasolina e do etanol, motoristas de Manaus estão optando pelo gás natural veicular. Além de ser considerada uma energia mais limpa, o combustível custa duas vezes menos, em média, que os usados tradicionalmente. A política da Petrobras de acompanhar o valor do barril do petróleo no mercado internacional e a oscilação do dólar impacta diretamente no segmento, principalmente nos aplicativos de transporte.
O metro cúbico do gás é vendido a R$ 4,39. Porém, existem ainda poucos postos que trabalham com essa opção de combustível na capital – são, no máximo, seis ou oito. E a economia mensal chega a R$ 1.031,40 a cada 100 quilômetros por dia (km/dia) em relação à gasolina e a R$ 1.212,70 comparando com o etanol.
O diretor comercial da Cigás (Companhia de Gás do Amazonas), Clóvis Correia, ressalta a importância do gás para motoristas, principalmente aqueles que utilizam o veículo como instrumento de trabalho.
“O GNV é um importante aliado, principalmente, daqueles usuários que têm no veículo o seu meio de trabalho. A principal vantagem dele em relação aos combustíveis líquidos é exatamente a sua economia, a sua competitividade”, ressaltou o dirigente.
Hoje, o preço do litro da gasolina não sai por menos de R$ 7,29, seguido do etanol (R$ 5,39) e do diesel (R$ 6,49), situação que reduz a margem de lucro dos condutores. Nos quatro primeiros meses deste ano, a rede Uber encolheu significativamente o seu número de associados.
Nas horas de rush, torna-se praticamente impossível conseguir uma corrida na cidade. Com pouca gente trabalhando no mercado, os motoristas se dão ao luxo de cancelar as chamadas e optar pelas mais vantajosas.
“Não vale a pena fazer um itinerário de R$ 5 que não dá nem para comprar um litro de gasolina”, diz Laercio Silva, motorista de aplicativo. “A estratégia é esperar pelos trajetos mais vantajosos”, acrescenta ele.
Consultadas, redes de aplicativos dizem que têm sido condescendentes com os indutores devido à situação difícil. Antes, anunciavam punições a motoristas que cancelassem as corridas por pelo menos três vezes.
Lucro
Na realidade, a margem de lucro rodando com gasolina e álcool é tão pouca que levou muitas pessoas a desistirem de trabalhar por aplicativos “Sobreviver só com essa renda é praticamente impossível. Pode ser uma opção para agregar no orçamento de quem já tem uma atividade fixa ou outro trabalho”, diz o venezuelano Ueber Sanchez, que trabalha numa rede de aplicativos em Manaus.
Além da economia com o combustível, o profissional que utiliza veículos urbanos tem direito a um desconto generoso na implementação da tecnologia. Em parceria com o governo do Amazonas, a Cigás oferece uma bonificação de R$ 4 mil a quem aderir ao programa ‘Faça a Conta’, que incentiva a conversão do veículo para usar o combustível na cidade.
Uma das beneficiadas foi a motorista de aplicativo Leoni Nat, que converteu seu veículo para usar gás natural. E, em hipótese nenhuma, ela cogita voltar algum dia aos métodos mais tradicionais.
“Hoje, gasto praticamente a metade do que gastava antes com gasolina, e rodo muito mais. Com relação a retornar à gasolina, confesso que nunca mais, enquanto eu tiver o GNV a um preço que seja de fato rentável, comparando com o etanol ou com a gasolina”, afirmou.
Segundo o governo do Estado, para fazer a conversão de gasolina para GNV, o proprietário do veículo deve buscar autorização do Detran-AM (Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas). Veículos não regularizados são passíveis de multa e remoção pelo órgão estadual.
Motoristas profissionais que quiserem aderir ao Programa Faça a Conta têm até o dia 16 de setembro para participar da campanha ou até durar o número de benefícios. A bonificação representa 67% do valor investido na conversão.
MARCELO PERES
Face: @marcelo.peres Insta: @jcommercio

Marcelo Peres
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