Pesquisar
Close this search box.

Francimar mistura art pop, mandalas e ícones regionais

Desenhar a cabeça do Mickey é fácil e serve como aprendizado para quem traça os primeiros rabiscos: um círculo grande é o rosto, e dois círculos menores formam as orelhas do rato da Disney. Pois foi exatamente desenhando repetidas vezes a cabeça do Mickey que o pequeno Francimar Barbosa, de uns quatro, cinco anos chegou à perfeição dos traços do hoje profissional Francimar Barbosa, que na próxima terça-feira (27), realizará a vernissage de mais uma de suas inúmeras exposições intitulada ‘Terceira e Sétima Arte – ícones do cinema e da pintura’, na Galeria de Arte do Icbeu, somente para visitantes agendados. A exposição contará com 30 quadros inéditos de Francimar pintados nos últimos tempos de isolamento.

“Da cabeça do Mickey eu evoluí para os desenhos dos super-heróis da Marvel, quando os detalhes demonstram que você avançou na firmeza da mão, mas minha mãe contava que eu sempre gostei de rabiscar, desde muito pequeno. Quando ela comprava meus cadernos da escola, logo eu os enchia de desenhos coloridos”, revelou.

Francimar Barbosa, pintor das mandalas e atenção aos detalhes
Foto: Divulgação

Adulto e disposto a se tornar um artista profissional, Francimar enveredou por um caminho seguido pela grande maioria dos pintores iniciantes, pintar imagens da natureza amazônica: araras, tucanos, garças, casinhas na beira do rio, canoas e seguiu uma máxima dita por Picasso: “um pintor é um homem que pinta o que vende. Um artista, por sua vez, é um homem que vende o que pinta”.

Durante 15 anos o artista pintou nesse estilo e vivia da venda de seus quadros, tamanha era a procura.

Da cabeça do Mickey evoluí para os desenhos dos super-heróis da Marvel
Foto: Divulgação

Pintor das mandalas

“Todo mês meus quadros estavam expostos num local diferente, num banco, num shopping, num restaurante, e vendendo. Eu os produzia rapidamente, chegava a pintar três telas num dia”, contou.

Porém, certa feita, num programa de televisão, uma repórter falou algo que Francimar não gostou nem um pouco. Ela disse que os pintores de Manaus só sabiam pintar as mesmas coisas: garças e casinhas na beira do rio.

“Ao mesmo tempo ela estava certa e errada. Certa porque, realmente, naquela época os artistas só pintavam esse tipo de tema; errada por desconhecer que o pintor pinta o mundo que o cerca, em que vive, as cores que vê. Essas imagens amazônicas são muito fortes, são nossos símbolos, mas resolvi mudar”, disse.

Foi a partir dessa mudança que Francimar considera ter se tornado um profissional da pintura. Foi quando ele se tornou o pintor das mandalas em estilo pop art. Na pop art o artista usa figuras e ícones populares como temas de seus trabalhos. As araras, os tucanos, as garças, as casinhas na beira do rio e as canoas continuaram a ser os principais personagens de seus quadros, porém, artisticamente trabalhados no formato de mandalas. Desde então, há 15 anos, Francimar ficou conhecido por pintar esse círculo, utilizado em algumas religiões, e que representa o ser humano e o Universo.

“Como o Universo, os temas amazônicos são infinitos, pássaros, peixes, rituais indígenas, lendas amazônicas”, listou.

Mas agora, nos 30 quadros que o artista irá expor em ‘Terceira e Sétima Arte – ícones do cinema e da pintura’, conforme o nome já diz, o tema não tem a ver com a Amazônia. Será uma linha do tempo onde Francimar volta ao menininho que só sabia desenhar o Mickey.

Impressiona o 007

Sem expor individualmente desde 2019, o artista se esmerou nesses novos trabalhos, com quadros médios e grandes, medindo no mínimo 80 cm x 1m. O principal deles é a cabeça do Mickey, uma mandala onde o popular ratinho aparece junto ao seu fiel amigo Pluto. As orelhas são formadas uma pela namoradinha Minie, e a outra pelo grande amigo Pateta. Mas esse é só o começo. O capitão Jack Sparrow, de Piratas do Caribe está lá. Thor e seu poderoso martelo também. Acostumados a girar nas danças que realizavam em seus filmes, Fred Astaire e Ginger Rogers não vão estranhar girar numa mandala. Impressiona o quadro de 007. A mandala é o interior do cano do revólver, abertura dos filmes do agente, e Sean Connery está cercado por mulheres nuas, na realidade, nus pintados por grandes nomes da pintura mundial. E seguem quadros cinematográficos: Harry Potter, Jogos Vorazes, Edward Mãos de Tesoura, Indiana Jones, De volta para o futuro e Cantando na Chuva.

Sean Connery e os nus dos grandes mestres
Foto: Divulgação

“Juntei tudo, uma mistura das minhas paixões cinematográficas com referência a obras de grandes mestres da pintura”, concluiu.

O projeto da exposição foi contemplado no edital do Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Aldir Blanc. A exposição acontecerá na Galeria de Arte do Icbeu (av. Joaquim Nabuco, 1286 – Centro), com curadoria de Sérgio Cardoso. As visitas deverão ser agendadas através do site www.icbeu.com

Piratas do Caribe – gosto por mandalas no estilo pop art
Foto: Divulgação

Quem quiser conhecer, antecipadamente, os trabalhos de Francimar Barbosa pode acessar seu site, blog ou Face.   

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar