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Fracasso da oferta por ações leva Oi a buscar novo plano de negócios

O fracasso da Telemar (Grupo Oi) em reorganizar sua estrutura societária –que não obteve na quinta-feira última a adesão mínima dos investidores- levará a empresa a partir para uma nova operação, segundo pessoas ligadas à organização. Na quinta, a Telemar tentou comprar ações preferenciais nas mãos de acionistas minoritários, numa operação de R$ 12,7 bilhões.

Existem três possibilidades em estudo para chegar a um novo arranjo entre os sócios, de acordo com pessoas ligadas à empresa. Uma das alternativas é um acerto entre os principais sócios, que não se entendem sobre o futuro da companhia. Entre os principais acionistas estão a Andrade Gutierrez, a GP Investimentos, o Grupo La Fonte (de Carlos Jereissati) e fundos de pensão de empresas estatais.

Outra possibilidade é uma operação de troca de ações entre controladores e acionistas minoritários, como a que o grupo tentou no ano passado. Com a troca, seria reduzido o número de ações e simplificada a estrutura societária da empresa.

Atualmente, os controladores da Telemar enfrentam dificuldades para levar adiante seus planos porque boa parte de suas ações estão dispersas no mercado. Além disso, alguns dos sócios minoritários são grandes fundos de investimentos estrangeiros que têm rejeitado as propostas dos controladores.

A terceira alternativa seria agregar ações, processo parecido com o da seguradora Sul América, por meio de depósitos de ações (units). No caso de um eventual arranjo interno, a saída ou substituição de algum acionista precederia uma nova operação no mercado.

Também chegou a circular no mercado o boato que a Telemar poderia refazer a oferta de compra de ações, desta vez com um preço mais alto. “Posso garantir que não terá operação nenhuma na praça. Não vamos fazer nesse momento nada”, disse o diretor de relações com investidores, Fábio Schvartsman. De acordo com ele, a empresa vai analisar o que será feito, o que não significa “que vamos fazer coisa alguma”.

Derrota da semana

O leilão de compra foi cancelado porque não foi atingida a adesão mínima necessária de dois terços dos investidores. Na prática, donos de 129,2 milhões de ações habilitaram-se para a oferta pública, o equivalente a 50,7% do total. No Brasil, as adesões foram de dois terços do total das ações preferenciais, mas o quórum dentre os ADR’s (recibos de depósitos de ações), listados em Nova York, foi bem menor, de um terço.

Esta foi a quarta tentativa desde o fim do ano passado de simplificação societária do grupo, que mobilizou a diretoria da empresa, a começar pelo presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco. Para Schvartsman, o problema não foi o preço de R$ 45 ofertado para a compra dos papéis. “O recado que o mercado está dando não é de preço. O recado que está dando é a respeito da dificuldade de você conseguir difundir informações para que a totalidade ou grande maioria dos acionistas saibam do processo”, afirmou, destacando a adesão no país. Nos EUA, o problema teria sido a menor adesão dos pequenos e não dos grandes investidores.

Para analistas, uma nova operação é inevitável. “A Telemar pode vir a fazer uma nova operação, que pode ser mais parecida com a do ano passado, mas com um fator de troca mais favorável”, disse o analista do Banif Corretora, Alex Pardellas. Para o analista do Santander, Valder Nogueira, os controladores “vão ter de usar de muita criatividade para vir com algo” para atrair mais investidores.

Nogueira disse que o comparecimento, apesar de abaixo do exigido no edital, foi bom. Para ele, os investidores indicaram que não querem apenas ter ganho financeiro, mas permanecer como investidores de longo prazo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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