Pesquisar
Close this search box.

FPE mantém disputa entre Estados

Na esteira da disputa pelos royalties do petróleo, que continua no STF (Supremo Tribunal Federal), senadores podem votar em plenário, hoje, o substitutivo do senador Walter Pinheiro (PT-BA) a oito projetos de lei que dispõem sobre a reformulação do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Em jogo, um montante de R$ 70 bilhões a ser dividido entre Estados e Distrito Federal, com regras a serem observadas até 2017. O rateio, que será definido em lei complementar, deve garantir a cada ente federativo o mesmo piso atualmente repassado.
O STF decidiu que o atual cálculo é inconstitucional e determinou que o Congresso refizesse as contas até dezembro do ano passado.
O pacto federativo será o principal assunto a ser discutido no Congresso nesta semana. O fim da guerra fiscal, por meio da unificação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), e as compensações aos Estados pela perda de arrecadação serão assuntos que marcarão as atividades de deputados e senadores.
Para efeito de comparação, apenas 15% do FPE são destinados às regiões Sul e Sudeste, ficando o restante (85%) reservado para os Estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. Considerado o período entre 1990 e 2007, o impacto do FPE nas receitas de São Paulo, por exemplo, é de 0,31% do caixa, enquanto no Acre chega a 58,7%.
A Constituição determina que o FPE seja composto de 21,5% da receita proveniente do recolhimento de dois tributos, o Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados – ambos têm tido participação decadente no conjunto das receitas da União. Em rodada de reuniões em Brasília, governadores chegaram a sugerir que fosse incorporado à base de cálculo do FPE as receitas originadas da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) –em rota ascendente de participação nas receitas.
A sugestão também pode ser analisada pelos senadores. Mas, como se trata de alteração constitucional, a discussão deve ser feita por proposta de emenda à Constituição, que tem rito especial de tramitação e requer mais tempo de negociação.

Pressa

A matéria tem de ser analisada com certa urgência, e sua aprovação é prioridade para o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), que definiu a data da votação. Os congressistas têm até maio para resolver a questão, em novo prazo estipulado pelo STF para que o FPE seja revisto. Em dezembro de 2010, a Corte considerou inconstitucional o atual modelo de rateio da Lei Complementar 62/1989, estabelecendo 31 de dezembro de 2012 como data-limite para a elaboração de uma nova legislação.
Mas a falta de consenso entre parlamentares impossibilitou o cumprimento da determinação judicial. Depois de uma rodada de discussões entre Congresso e Judiciário, uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, vice-presidente do STF, prorrogou o modelo de rateio do FPE por mais cinco meses, até 31 de maio. O critério atual data de 1965.
Depois de aprovação no Plenário do Senado, a matéria ainda tem de ser aprovada na Câmara, onde as bancadas mais numerosas dificultam o entendimento entre representantes de cada unidade da Federação. A matemática se complica quando estão em jogo tantos interesses –e cifras tão elevadas. No ano passado, 19 proposições sobre o assunto estavam em tramitação nas duas Casas Legislativas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar