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Fotógrafo Eduardo Coelho emoldura a beleza do baixo Amazonas

A nova tendência entre os decoradores é embelezar as paredes de ambientes com fotografias, e quando essas imagens são clicadas por alguém que vive no ambiente fotografado, elas têm ainda mais valor artístico.

Eduardo também registra as ações da Igreja Batista Foto: Divulgação

O fotógrafo parintinense Eduardo de Melo Coelho começou timidamente fotografando com uma câmera emprestada e hoje, de posse de um aparelho próprio, produz belas imagens da região do baixo Amazonas, onde atua junto com os irmãos da Igreja Batista de Parintins.

“A primeira vez que utilizei uma câmera, eu tinha 15 anos. Foi em 2011, na Campanha da Água. Durante as três noites do Festival Folclórico os irmãos da Igreja ficam nas proximidades do bumbódromo oferecendo água para as pessoas, e ao mesmo tempo evangelizando os interessados. Um dos irmãos me emprestou sua câmera e pediu que eu registrasse a ação”, lembrou.

Eduardo de Melo e um de seus trabalhos já emoldurado Foto: Divulgação

Em 2014, Eduardo foi trabalhar como estagiário no Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, de Parintins, e precisava fazer relatórios com registros de imagens. Mais uma vez, com uma máquina que não era dele, o rapaz precisou fotografar e, como a máquina era mecânica, se atrapalhou completamente. Foi então que resolveu, no próprio Liceu, fazer um curso de fotografia para aprender a lidar com qualquer tipo de aparelho que caísse em suas mãos.

“Sempre achei bacana fotografar, e passei a dominar a técnica, mas cadê dinheiro para comprar minha própria máquina? Somente em 2018 consegui adquirir uma e passei a ir atrás de trabalhos”, contou.

E os trabalhos apareceram, aniversários, alguns casamentos e até a Secretaria de Cultura de Parintins o contratou para registrar o Festival Folclórico, em 2018.

Ações e profissionalismo

A concorrência dos celulares não intimida Eduardo. Para ele, uma coisa é tirar fotos; outra é produzi-las.

“Somente um profissional tem um olhar capaz de produzir uma imagem com a qualidade que o cliente muitas vezes desconhece, sem falar que as câmeras profissionais ainda são melhores que os celulares”, destacou.

De posse de uma câmera profissional, e com o apoio da Igreja Batista, começaram a surgir as belas imagens amazônicas produzidas por Eduardo. Além das fotos que faz dos eventos da congregação, ele viaja com os irmãos em ações junto às comunidades da região. Ao mesmo tempo em que registra as ações, aproveita para entrar pelos afluentes até os locais mais longínquos, e lá vai detectando as variadas imagens das gentes e da natureza do local. As imagens atuais clicadas por ele foram feitas nos rios Mamuru, Tracajá, Uaicurapá e Andirá.

Flagrante tirado no rio Mamuru é a imagem que faz mais sucesso Foto: Divulgação

“Essas ações não tem datas específicas. Pode acontecer uma ou duas por mês. Depende do momento e das necessidades de determinada comunidade”, informou.

Uma das ações que Eduardo não consegue esquecer foi ter documentado, do início ao fim, um dos momentos mais tensos da pandemia vividos em Parintins, quando o município quase ficou sem oxigênio, nos hospitais, em fevereiro, e ele registrou a chegada dos cilindros de oxigênio trazidos por ong’s.

“Foi triste e alegre, ao mesmo tempo”, recordou.

No ano passado, devido à pandemia, após ficar sem trabalho e, consequentemente, sem dinheiro, surgiu a ideia de produzir e vender as fotos artísticas. O começo não foi fácil.

Melhor qualidade    

“Vendeu pouco, penso que porque fiz a reprodução das imagens em lona fosca, e as pessoas querem fotos o mais original possível, então passei a usar o canvas, uma tela na qual o aspecto artístico fica ainda melhor do que no papel fotográfico”, informou.

O faturamento do parintinense também foi alavancado, neste ano, após ele participar de coletivos contemplados no edital do prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Aldir Blanc. Eduardo fez fotos para três projetos do coletivo Tamo Junto, que atua nas áreas do hip hop e grafite; e dois projetos do coletivo Buriti, que faz arte em quadrinhos e esculturas. Para completar, suas fotografias começaram a ter mais saídas, principalmente depois que ele começou a divulgá-las nas redes sociais.

“Não tenho idéia de quantas imagens tenho em meu acervo, mas possuo umas 200 selecionadas para serem ampliadas e emolduradas. À medida que umas vão vendendo, eu vou tendo condições de trabalhar as próximas”, adiantou.

Canoas num pôr do sol, a famosa catedral de N. Sra. do Carmo, meninos indígenas num banho de rio e pessoas numa voadeira sobre um rio tranquilo, estão entre as mais vendidas. Esta última é um flagrante conseguido no rio Mamuru e é a que tem atraído mais interessados.

A catedral de N. Sra. do Carmo não poderia faltar Foto: Divulgação

Agora o fotógrafo Eduardo pretende conquistar o Brasil e o mundo quando o Festival Folclórico de Parintins voltar a acontecer e a ilha Tupinambarana ficar repleta de turistas. Por enquanto, quem quiser conhecer seus trabalhos, pode acessar suas redes sociais. Face: Eduardo Melo, Instagram: edumelo.fotografia. Informações: 9 9313-2043.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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