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‘Fomos eleitos para oxigenar a CMM’, diz Capitão Carpê

O vereador Capitão Carpê (Republicanos) é um dos recordistas na elaboração de projetos. Já são 25 apresentados na CMM (Câmara Municipal de Manaus) em pouco tempo de atuação como parlamentar. E não descarta sair candidato a deputado estadual nas eleições de 2022.

“Se a tropa e a população decidirem, estou pronto para cumprir mais essa missão”, ressalta ele. Carpê afirma que percorre zonas vermelhas da capital para ouvir as principais demandas da população, iniciativa que tem, inclusive, culminado em ameaças contra a sua vida.  

 “Não vim aqui para brincar. Sou um cumpridor de missões e sempre estarei pronto para defender as demandas da população”, ressalta o vereador ao ser questionado se não tem medo de percorrer essas áreas periféricas, tensas, da capital e também das intimidações de facções criminosas, incomodadas com a sua presença. E não foram poucas as vezes em que foi ameaçado por criminosos, conta.

Carpê diz que “está vereador” para fazer diferente.Hoje, o político não pode mais enganar”, acrescenta. E lembra que mantém como sua principal bandeira de luta a segurança pública, uma promessa feita ainda durante a campanha, sendo atualmente uma das principais reivindicações da população manauara, segundo ele.

“Em geral, as pessoas se sentem desamparadas e cobram uma presença mais efetiva do Estado”, salienta. O vereador também está empenhado no projeto que propõe armar a Guarda Municipal. Até janeiro de 2022, a prefeitura estará realizando um concurso público para o preenchimento de 200 vagas na corporação.

O parlamentar avalia que a instituição está sucateada, caduca, precisando ganhar um novo status no seu papel social. Para Carpê, o guarda municipal armado poderá atuar em áreas estratégicas da cidade para reforçar o combate à criminalidade numa cidade como Manaus, de mais de 2 milhões de habitantes, onde a violência cresce assustadoramente. “Precisamos aumentar a segurança”, defende.

O vereador participou da live ‘JC às 15h’, comandada de segunda a sexta-feira pelos jornalistas Caubi Cerquinho e Fred Novaes, diretor de redação do Jornal do Commercio.

Jornal do Commercio – O sr, vivencia um momento de muitas polêmicas na Câmara, como o caso da construção do anexo. Está no olho do furacão. Como vê tudo isso?

Capitão Carpê – Fomos eleitos para movimentar, oxigenar a Câmara. Tivemos uma mudança de quase 50% no parlamento para transformar, impulsionar. Estamos com essa ideia de fazer diferente.

Tinha uma carreira na Polícia Militar, ia me aposentar como coronel. Então, não vim pra brincar, é óbvio, vim pra fazer diferente, vim pra criar treta mesmo. É óbvio que a gente nem sempre acerta.

Desde o início, fui contra a construção do anexo por entender que era inoportuno. E ainda passando por um momento de pandemia, pessoas que tentam sobreviver, perderam o emprego. Independentemente de quem votou em mim ou não, eu sou cobrado pela população. Hoje, o político não pode mais enganar.

JC – Sabemos que a Guarda Municipal armada é uma de suas bandeiras de luta, mas falta ainda fazer a capacitação. Como está esse processo, sua comissão na Câmara tem voz, participa dessas etapas, até mesmo pela sua expertise de policial militar?

CC – Sim, eu tenho uma boa convivência com o Executivo, com o tenente William, que é chefe da Casa Militar, um jovem oficial da PM que tem feito um ótimo trabalho.

Mas precisamos entender que para armar uma guarda, que está caduca, com 70 anos, uma das mais antigas e esquecidas no Brasil, é necessário entender todo o processo.

Não podemos armar a Guarda Municipal se a Loman não tiver previsão. Tivemos várias reuniões com o próprio prefeito. Se você vai armar uma instituição, tem que ter um órgão de controle. Temos guardas municipais que nunca tiveram contato com armas de fogo. A prefeitura vai pegar 60 guardas e fazer um projeto piloto deslocando esse pessoa para aqueles lugares com maior incidência de crimes.

A partir de janeiro, haverá um concurso público pra 200 guardas municipais. Tem que melhorar o salário, com um teto salarial que vai acompanhar a mensagem do prefeito, um estatuto da guarda que é a lei que rege.

Vai ter toda uma previsão de teto salarial. E isso tudo vai passar pela minha comissão. Tudo aquilo que for de melhoria pra guarda, eu farei. Sou especialista em segurança pública. É um momento de transformação e não abrirei mão de participar disso.

JC – Com certeza, o sr. está com muitas ações nas ruas. Mas houve aquele episódio de uma ameaça de morte que veio de uma facção criminosa. Caminha naturalmente pelas zonas vermelhas, sem problema, e como ficou essa intimidação?

CC –  Sou policial, combati o crime durante 12 anos, moro num dos bairros mais populosos, infelizmente oriundo de uma facção criminosa. Não tenho nada a esconder, todo o meu trabalho é publicado nas redes sociais.

É natural que construí muitos amigos, mas também muitos inimigos. É natural que eu suba a uma tribuna e chame esse pessoal de bandidos. Não ando sozinho, sempre estou com dois policiais.

Num momento em que estou indo para um bairro, busco melhorias para uma população, minha missão é outra. Até mesmo o criminoso entende isso, que hoje a minha missão é outra.

Claro que ando armado, tenho porte de arma de fogo, mas estou vereador. Defendo a bandeira do policial militar, do bombeiro, do policial civil. Não tenho medo nenhum, entro em qualquer bairro de Manaus. Recebo também muitas demandas dos policiais.

Como vereador e policial, tenho que ter um cuidado a mais. Procuro não confrontar muito, mas quando é pra largar a chibata nas redes sociais e na tribuna, eu faço.

JC – Em 2022, teremos um ano eleitoral. O sr. foi um dos políticos mais votados. Tem grande participação nas redes sociais. Existe algum engajamento do Capitão Carpê para as próximas eleições?

CC – Estou muito focado no meu trabalho de vereador. Sou cumpridor de missões, sou militar. Dentro do parlamento estadual, tem que ter competência para lutar, melhorar.

O policial carece de um representante classista no parlamento. Recebo muitos convites para uma possível candidatura em 2022, mas acho que é muito cedo. Vamos ver o que vai acontecer no próximo ano, se a tropa e a população entenderem que tenho, estou pronto, já nasci pronto. Pode ter certeza que estou pronto.

JC – Seria como deputado estadual….?

CC – Sim, possivelmente.

Marcelo Peres

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