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Foco nos deliciosos alimentos

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Fim de ano é época de festas e muita comida gostosa, mas para a fotógrafa capixaba Sara Rangel, as belas e deliciosas comidas estão presentes o ano inteiro, nas fotos que produz.

“Nasci em Vila Velha, cidade agraciada pelo cheiro delicioso da Fábrica de Chocolates Garoto. Cresci em um lar cristão em que nossos encontros em família de acolhidas de amigos e viajantes era em torno da boa música e da mesa de refeições. A Casa da Rua Beijo, n° 15 sempre foi recheada de sabores e histórias. Desses momentos em volta da mesa guardo a memória das muitas culturas e realidades que pude conhecer, dos ‘desconhecidos’, muitas vezes famintos, que meus pais convidavam para entrar e comer algo. Para todos, sem exceção, a casa, a mesa e o alimento sempre estavam arrumados com delicadeza e cuidado e eu era parte importante desses detalhes. Fotografar para mim acaba por ser esse misto de histórias em torno da mesa e do muito folhear nossos álbuns de família”, recordou.

Há cerca de quatro anos Sara veio para Manaus, acompanhar o marido que aqui já estava trabalhando, e se encantou pela cidade, e pela fartura de alimentos.

“O olhar para os alimentos renasceu aqui no Amazonas. Digo renasceu, pois encontro em minha história esses momentos do estar no entorno da mesa a cuidar de detalhes e mais detalhes que diziam mais respeito à beleza que ao sabor do prato. Os alimentos estão comigo desde as primeiras saídas solitárias pelas feiras do Espírito Santo. Para mim era uma delícia encontrar e registrar as texturas, cores e as mãos sujas, muitas vezes calejadas, de agricultores em suas barracas de feira. A feira foi o meu primeiro e melhor encontro com a fotografia de alimentos. Não foi diferente quando cheguei a Manaus. Fui atrás das feiras. Lembro-me de uma vez ficar por quase quatro horas a clicar em duas barracas, localizadas na Torquato Tapajós. Tudo para mim era novidade, do mangostin à pupunha. Demais”, riu.

Do rústico ao refinado

À medida que foi conhecendo e se habituando a Manaus, Sara foi direcionando seu trabalho para além dos alimentos in natura, focando naqueles elaborados, preparados por um chef. “Um dos meus belíssimos encontros com a gastronomia no Amazonas foi com o chef André (Dedé) Parente, da Cachaçaria do Dedé. Foi ele, efetivamente, quem oportunizou a minha estada na cozinha durante o estudo e preparo de um dos seus muitos projetos gastronômicos.

Daí em diante estar na cozinha com toda a parafernália de luzes, tripés, elementos cenográficos, entre outras coisas, foi uma questão de tempo e de uma relação de confiança e respeito mútuo”, falou.
“O alimento tem disso. Sai da simplicidade, do rústico, do inacabado ao refinamento de uma combinação inusitada de uma receita proposta por um chef. Essa variação de realidades me atrai, mais ainda, o alimento traz em si o encontro com muitas pessoas ‘anônimas’ que ganharão um espaço na história por meio de uma imagem.

Digo isso porque não consigo fazer uma fotografia sem carregar todo este histórico, ademais, cada chef, casa cozinheiro, cada restaurante, sabe da importância da imagem de seus alimentos para o conhecimento e convencimento junto ao cliente”, afirmou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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