O FMI (Fundo Monetário Internacional) irá reduzir suas projeções para o crescimento das principais economias mundiais em 2008 em seu relatório “World Economic Outlook” (Perspectivas para a Economia Mundial), que deve ser divulgado na próxima semana, segundo o diário americano “The Wall Street Journal”.
A expectativa do Fundo agora para a economia global é de um crescimento de 4,8% em 2008, contra 5,2% anunciados na atualização da edição de abril do relatório, divulgada em julho, segundo o “WSJ”.
O relatório já abrange o período em que os mercados mundiais sentiram o abalo causado pelos problemas provocados pela crise no setor imobiliário americano. A crise foi agravada a partir de agosto com os problemas no segmento de hipotecas de risco, principalmente relacionados a um aumento na inadimplência ao longo deste ano.
Para a economia americana, a expectativa do FMI agora é de um crescimento de 1,9% no próximo ano, contra a previsão anterior de 2,8%.
A economia da China também deve crescer ligeiramente menos -ainda que em nível sólido: 10% em 2008 (contra uma previsão anterior de 10,5%). Para a zona do euro como um todo (formada por Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal) a expectativa de crescimento é de 2,1%, contra 2,5%. A economia da Alemanha deverá ter crescimento de 2%, abaixo dos 2,8% da previsão anterior. A da França também crescerá 2% segundo o Fundo, contra 2,3% previstos anteriormente.
O Canadá também deverá ter um crescimento menor, de 2,3%, contra o de 2,8% anunciado antes.
Na atualização de julho, o FMI manteve manteve as previsões de crescimento econômico do Brasil para este ano e 2008 em 4,4% e 4,2%. No relatório de abril, o Fundo indicou que o Brasil e o Chile serão os dois únicos países latino-americanos cuja economia crescerá mais que em 2006.
O Conselho Executivo do FMI aconselhou o BC (Banco Central) a manter o ciclo de reduções de juros, em comunicado, apesar da preocupação em relação a uma possível alta na inflação.
O Conselho, que representa os 185 países-membros do organismo, realizou em 30 de julho sua revisão anual da economia brasileira, divulgada recentemente, cuja publicação das conclusões requer a aprovação do governo.
No comunicado, o FMI indica que a concretização dos ganhos provenientes da baixa inflação deveria ser uma “prioridade”. Mesmo assim, o Fundo recomendou ao BC que reduza ainda mais os juros. O Bacen cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em 5 de setembro, para 11,25%.