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Flutuante Maruha é destaque no Tarumã

Quem diria que os flutuantes, há décadas moradias simples e humildes dos ribeirinhos amazônicos que vivem em áreas alagadiças, agora virarem objetos de desejo seja alugados, para quem deseja passar horas, ou mesmo dias, de descanso e lazer, ou como restaurantes, servindo deliciosas refeições tal qual as encontradas nos melhores restaurantes da cidade. E o tipo de empreendimento está tão aquecido, que nos dois segmentos (de aluguel e de restaurante) não param de surgir novos flutuantes, como o Maruha food & lounge, que inaugurou no dia 1º de agosto, no rio Tarumã.

“Eu trabalho com produção de eventos em casas de shows de Manaus, inclusive já atuei como DJ num flutuante, então como o segmento de flutuantes está em alta, resolvi investir no negócio”, contou Alberto Júnior, proprietário do Maruha, nome que parece indígena, mas Alberto explicou que não é.

Para se diferenciar dos demais estabelecimentos sobre as águas, Alberto procurou um diferencial para o Maruha.

“Existem os que tocam música eletrônica, os que tocam músicas mais populares, e os que servem comidas regionais. No começo eu até pensei em colocar música eletrônica, mas optei por voz e violão no cair da tarde, porém, o grande diferencial está no cardápio”, disse.

“Oferecemos o regional, apreciado por dez entre dez clientes, mas gourmetizamos os pratos. Temos tambaqui, pirarucu, matrinxã, sardinhas, com um toque especial, além de carnes vermelha e de frango, e massas. Nosso cardápio é para ninguém botar defeito”, afirmou.

As quatro ilhas

Ilhas foram pensadas para dar mais privacidade aos clientes – Foto: Divulgação

O Maruha está localizado num tranquilo e aprazível espaço do rio. Pode ser acessado por terra. Devido à distância do Centro da cidade até o píer, no Tarumã, onde fica a lancha que transporta os clientes até o flutuante, o melhor é pedir o localizador ou seguir pelo Google Map, para evitar se perder. Para quem conhece o flutuante da Tia, a entrada para o píer do Maruha é ao lado da entrada deste. Do píer até lá a viagem demora uns cinco minutos.

O Maruha mede 12m x 27,5m, com estrutura construída toda em aço e piso de madeira, assentado sob bóias de metal.

Alberto destaca outro diferencial de seu estabelecimento: as quatro ilhas posicionadas nas laterais da estrutura maior do flutuante.

“Essas ilhas foram pensadas para dar mais privacidade aos clientes. Elas possuem mesas e cadeiras e uma rede, para quem quiser ainda mais comodidade. Cada ilha tem capacidade para até dez pessoas e podem ser alugadas para eventos privados. Quarta e quinta-feira elas estão liberadas, mas de sexta a domingo cobramos R$ 300, pelo uso do espaço. Até cinco pessoas o preço diminui para R$ 150”, informou.

Na parte superior, um bar e a visão mais ampla do rio Tarumã – Foto: Divulgação

O flutuante tem capacidade para 200 pessoas sentadas (mas só a metade dessa lotação está sendo permitida agora, por conta da pandemia), em dois ambientes. A parte de baixo comporta a maioria das mesas e cadeiras e é onde estão localizados o bar, a cozinha e os banheiros. Na parte superior, um bar e a visão mais ampla do rio Tarumã.

“Investir num grande empreendimento como esse, num momento como o que estamos vivendo, é complicado. Exige bastante atenção e cuidado para que nada dê errado. Eu já frequento os flutuantes do rio Negro e Tarumã há mais de dez anos e o que observei foi a necessidade de um restaurante de alto padrão, então arrisquei todas as minhas fichas num espaço familiar, que ofereça uma culinária regional top”, concluiu.

O Maruha funciona de quarta-feira a domingo, das 10h às 19h. Informações: 9 8193-9950. Instagram: @flutuantemaruha.

O flutuante tem capacidade para 200 pessoas sentadas – Foto: Divulgação

Seguindo protocolos

Aos interessados em investir nesse segmento que está em franca expansão, em Manaus, atenção. Não basta construir uma casa estilo regional, colocá-la sobre bóias e sair flutuando pelos rios próximos à capital. Como o surgimento de novos flutuantes tem acontecido de forma rápida e desordenada, os órgãos ambientais viram nisso um perigo para o meio ambiente, então, regras e normas estão sendo criadas para que estes empreendimentos possam, de forma segura para a natureza, se transformar num excelente atrativo turístico. Para a instalação de flutuantes, é preciso seguir uma série de protocolos, que visam a redução dos impactos ambientais.

Cada ilha tem capacidade para até dez pessoas e podem ser alugadas para eventos privativos – Foto: Divulgação

“Além do risco de poluição do rio, o proprietário está sujeito às sanções dos órgãos competentes caso não cumpra esses protocolos”, lembrou Daniel Santos, biólogo, especialista em ecologia e embaixador do Instituto Lixo Zero, em Manaus.

Para um empreendimento desse tipo funcionar, de forma comercial ou particular, precisa obter Licença de Operação apresentando documentos que comprovem a outorga de água e de efluentes, ter projeto de construção, autorização da Marinha, além da documentação do proprietário. É necessária, também, a construção de uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto).         

“Dessa forma é possível aliar progresso e crescimento econômico com preservação do meio ambiente”, finalizou Daniel.    

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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