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Fila do desemprego diminui no Amazonas

O percentual de amazonenses na fila do desemprego caiu de 16,6% para 15,5% (294 mil pessoas), na virada do terceiro para o quarto trimestre de 2020. Ao mesmo tempo, a taxa de ocupação avançou 1,9 ponto percentual no Estado, na mesma comparação, levando o contingente de pessoas empregadas a 1,601 milhão –o equivalente a 51,1% da população em idade de trabalhar. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Trimestral, divulgada nesta quarta (10), pelo IBGE.

Boa parte da relativa melhora, contudo, se deveu ao crescimento de trabalhadores por conta própria (548 mil pessoas), à informalidade (939 mil ou 58,7%) e mesmo à saída de 20 mil pessoas da força de trabalho, em virtude do desalento. Em paralelo, houve queda na taxa de ocupação, ante o quarto trimestre de 2019 –quando 54,8% da população amazonense em idade de trabalhar (246 mil) contava com atividade remunerada –e alta na taxa de desocupação, na comparação com o mesmo período (12,9%).

O IBGE aponta que a taxa média de desocupação foi recorde, no ano passado, em 20 Estados do país, acompanhando a média nacional, que aumentou de 11,9% (2019) para 13,5% (2020) –a maior da série histórica, iniciada em 2012. Os maiores números foram registrados em Estados do Nordeste e os menores, no Sul do país. Na análise do órgão federal de pesquisa, os resultados decorrem dos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho.

A taxa média anual de desocupação no Amazonas foi de 15,8%, em 2020, a maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012, número que representa mais do que o dobro do menor percentual registrado localmente, até então – 7,7%, em 2014. A taxa trimestral de 15,5% fez o Estado subir da 11ª para a sétima posição no ranking de desemprego nacional. Alagoas (20%) e Santa Catarina (5,3%) responderam pelos extremos da lista.

Informalidade e atividades

A “posição de ocupação” classificada pelo IBGE como “empregado” respondeu por 53,1% (850 mil) dos 1,601 milhão de amazonenses com ocupação profissional, no quarto trimestre de 2020. Desses, 527 mil estavam no setor privado, contingente 10,68% inferior ao registrado um ano antes (590 mil), embora a comparação com o trimestre anterior (498 mil pessoas) tenha rendido incremento de 5,82%. Em torno de 260 mil estavam no setor público, representando alta de 7,7% no primeiro caso, e recuo de 5,9%, no segundo.

Entre os trabalhadores do setor privado, 64,9% (342 mil) contavam com carteira assinada, enquanto 34,9% (184 mil pessoas) não contavam com o mesmo benefício. A informalidade, por sinal, atingiu 92,2% (64 mil) dos trabalhadores domésticos no mesmo período. O trabalho por conta própria foi a alternativa para 34,2% dos amazonenses ocupados (548 mil), mas 94,1% (516 mil) não possuíam CNPJ, correspondendo a um ingresso de 33 mil autônomos informais, em relação ao trimestre anterior. Os “empregadores” corresponderam a 2,4% (39 mil) dos ocupados –mas pelo menos 41,02% (16 mil) também eram informais.

O segmento de serviços que engloba administração pública, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi novamente o grupo que apresentou o maior número de pessoas ocupadas (319 mil), no último trimestre de 2020, sendo por agropecuária (311 mil), comércio (308 mil) e indústria (168 mil). “Os números mantiveram-se estáveis, do terceiro para o quarto trimestre. Mas, caiu o número de pessoas ocupadas nas atividades de alojamento e alimentação, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, com 28 mil pessoas a menos”, ressalvou o IBGE-AM, no texto distribuído à imprensa.

Rendimento e subocupação

O “rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas em todos os trabalhos” foi de R$ 1.919, no quarto trimestre de 2020, no Amazonas. Houve retração nominal de 4,48%, na comparação com o trimestre anterior (R$ 2.009) e alta de 5,73%, ante o mesmo período de 2019 (R$ 1.815). Na análise do IBGE, entretanto, o número permaneceu “estatisticamente estável”, em ambas as comparações. 

A massa de rendimento, que é a soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, alcançou R$ 2,754 bilhões, no mesmo período. O quantitativo foi 1% menor, no confronto com o acumulado de julho a setembro (R$ 2,782 bilhões). Na comparação com igual trimestre de 2019 (R$ 2,704 bilhões), houve elevação de 1,85%. “A massa de rendimento é importante porque reflete todos os salários recebidos pelos trabalhadores dentro do período”, assinalou o IBGE-AM, no mesmo texto.

Já o número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (128 mil), no Amazonas, “apresentou estabilidade” estatística em relação ao trimestre anterior (135 mil) e na comparação com o mesmo trimestre de 2019 (118 mil) –sendo 5,18% inferior, no primeiro caso, e 8,47%, no segundo. A taxa composta de subutilização (31%), por sua vez, caiu diante do trimestre anterior (33,2%) e apresentou alta ante igual intervalo de 2019 (25,9%).

A população do Estado considerada fora da força de trabalho (1,241 milhão) apresentou queda de 4,16%, na comparação com o trimestre anterior (1,299 milhão), além de registrar 119 mil pessoas a mais fora da força de trabalho, frente a igual trimestre de 2019. O contingente de trabalhadores “desalentados” (147 mil) e que desistiu de procurar emprego manteve-se estável em relação ao trimestre anterior (147 mil), mas avançou 23,04% em relação ao mesmo trimestre de 2019 (191 mil).

“Menos dinheiro”

No entendimento do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, a queda de 1,1 ponto percentual na taxa de desocupação do Estado, na variação trimestral, não deixa de ser “uma boa notícia”, assim como a “pequena acomodação” na taxa de ocupação das atividades, embora os incrementos tenham sido igualmente “pequenos” em oito dos dez segmentos pesquisados pelo órgão, no Amazonas.   

“Os trabalhadores por conta própria também estabilizaram em relação ao trimestre anterior. Já a proxy da informalidade chegou perto de um milhão de trabalhadores, o que representa 59% das pessoas ocupadas. Rendimentos e massa de rendimento se mantiveram estáveis com pequena tendência de queda, o que representa menos dinheiro no mercado, vindo dos salários”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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