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Feriados e datas tradicionais não aquecem mercado de viagens

Os feriados são sinônimos de incremento para as agências de viagens, contudo, 2022 parece apontar mudança no comportamento do consumidor. Algumas empresas que atuam na capital dentro desse nicho, não consideram uma procura significativa em relação a anos anteriores. Ao contrário do que revelam algumas pesquisas sobre a intenção do brasileiro em viajar em um dos feriados mais aguardados, o Corpus Christi, que neste ano cairá na quinta-feira (16), a data parece não animar o amazonense. 

A agente de viagem Mara Lira, afirmou que a queda na demanda tem relação com o aumento no valor das passagens praticado pelas companhias aéreas. “De março para cá, os valores só aumentam o que tem impactado o fechamento de pacotes. Muito orçamento, mas pouca finalização. Estamos na expectativa que o segundo semestre seja melhor”. 

O empresário do setor Ivan Sobreiro, também avalia a baixa procura. A empresa que geralmente espera um impulso com os feriados percebeu mudança no comportamento dos clientes. “Nas nossas últimas simulações, observamos que o perfil de escolha mudou muito. Estão focando mais nos preços e ajustando as férias com base nas datas em promoção. Não estamos sentindo uma demanda nos feriados mais frequentes como este de junho, semana da pátria, etc. Agora Natal e Réveillon continuam no radar das pesquisas”, concluiu ele. 

Na opinião dele, dificilmente devem voltar a ter as mega promoções que atraiam os viajantes. “Hoje, uma passagem para São Paulo, por exemplo, destino mais frequente onde em uma promoção chegava a custar R$ 480, não sai  por menos de R$ 800”. Considerando pesquisas frequentes realizadas, analisando todos os meses até o fim do ano. “O que é uma pena, pois a viagem de avião pode começar a ter um custo muito elevado para o público que menos consome que é a classe C”.

Outro percalço, segundo ele, é que o Amazonas faz parte da região mais afastada do restante do Brasil, tendo o transporte aéreo como o principal meio de transporte para ter acesso a outros Estados. “Então ficamos refém. Mas traçar um indicador é também complicado pois pode ser uma baixa demanda na nossa carteira de clientes atualmente. O mercado oscila muito”. 

A dona de hotéis e agência de viagem, Cláudia Mendonça, enfatizou que as tarifas estão um absurdo o que tem retraído a procura. “Se entende  esse aumento  devido a situação global e também porque as companhias aéreas estão cumprindo com os voucher  dos clientes da época da pandemia, com isso se veem impedidas de lançar promoções  com frequência”, considerou a empresária. 

Receita com tímido crescimento

De acordo com a Abav-AM (Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas), a depender da data, o crescimento no volume de vendas com os feriados chega a 35%.  “Quem viaja é porque tem dinheiro sobrando. Independente do preço da passagem. Claro que as tarifas e o dólar altos, reprime o mercado, mas não é que o segmento fique de lado, sempre tem gente viajando nestes períodos”, disse o presidente da entidade, Jaime Mendonça. 

Segundo o representante, há bastante demanda em relação a cotação de preços,  mas fechamento nem tanto por efeito dos valores, ainda assim tem gente que compra. “O incremento  neste ano está menor em relação a quantidade de passageiros, mas em termos de receita teve um pequeno crescimento na ordem de 5%. É importante lembrar que as pessoas se programam para viajar nos feriados, pois sabem que é uma alternativa de encontrar preços mais acessíveis e reservam  com maior tranquilidade”. 

A empresa Gracco Viagens comemora as vendas de pacotes para o feriado e aponta desempenho favorável. A procura é 30% maior que no mesmo período do ano passado. Estamos com uma demanda muito alta. Desde a reabertura do turismo a cada mês só cresce, inclusive, as viagens internacionais. Hoje o cliente ou turista quer viajar mais. Seja no feriado, nas férias ou no final de semana”, informou Graco Silva, proprietário da agência.. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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