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Fed vai endurecer condições de créditos imobiliários

O anuncio foi feito na quinta-feira pelo membro do Conselho de Governadores do Fed Randall Kroszner.
“Estas novas regras serão aplicadas a todos os créditos ‘subprime’ (de maior risco) propostos por todos os organismos de crédito hipotecário”, afirmou Kroszner, na convenção anual da Associação Nacional de Bancos em Durham (Carolina do Norte, sudeste dos EUA).

A turbulência nos mercados financeiros teve início no mês de agosto, com o agravamento da crise imobiliária nos Estados Unidos em agosto, causado pela crise das hipotecas de risco.

Desde o início deste ano, a inadimplência nessa categoria de hipotecas cresceu e em agosto os bancos, na Europa e nos Estados Unidos, começaram a suspender resgates em fundos de investimentos com aplicações em títulos baseados nessas hipotecas.

Com isso, o desempenho positivo visto em julho, quando o Dow Jones chegou a cruzar pela primeira vez a marca de 14 mil pontos, se reverteu ao longo de agosto e só voltou a mostrar altas animadoras após 18 de setembro, quando o Fed cortou sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual, para 4,75% ao ano.

Desde então, as Bolsas nos EUA e em outros países voltaram a apresentar ganhos. Na quinta-feira, o Dow Jones voltou a cravar recordes sucessivos em Nova York.

Capacidade de pagamento

O Fed, destacou Kroszner, vem se perguntando principalmente sobre a prática de conceder créditos sem levar em conta a capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimos.

Ele defendeu, por outro lado, o balanço do Fed, destacando que o banco central americano não foi pego de surpresa na explosão da crise.

As primeiras regulamentações que envolvem os empréstimos de risco a particulares remonta a 1999, destacou em seu discurso, cujo texto foi comunicado à imprensa.

Outras medidas já haviam sido adotadas em 2001 e em 2006, para levar em conta a surgimento de novas formas de crédito e, em 2007, para regulamentar os créditos hipotecários a taxas variáveis.

Déficit comercial atinge menor nível

O déficit comercial dos EUA recuou para US$ 57,6 bilhões em agosto, uma diminuição de 2,4% em relação ao déficit de julho e menor nível desde janeiro.

As exportações americanas bateram recorde em agosto, com crescimento de 0,4%, mas atingindo a marca recorde de US$ 138,3 bilhões. As vendas de produtos agrícolas, incluindo trigo, soja e milho, além de produtos químicos e aço bateram níveis recorde.

Já as importações tiveram queda de 0,4%, indo para US$ US$ 195,9 bilhões, refletindo a redução nas compras de automóveis, que ofuscou o aumento nas importações de petróleo -que chegaram ao nível mais alto em cerca de um ano.

As importações da China também caíram, devido à série de recalls de produtos fabricados no país -de creme dental a brinquedos.

Auxílio desemprego

O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caiu em 12 mil na semana encerrada no último dia 6, totalizando 308 mil pedidos do benefício, informou o Departamento do Trabalho.

Na semana imediatamente anterior, o número de solicitações havia ficado em 320 mil segundo dados revisados e divulgados na quinta-feira.

A média quadrissemanal (que atenua as volatilidades das leituras semanais) de pedidos iniciais ficou em 310.250 no período, uma queda de 3.000 em relação à média anterior, 313.250.

O mercado de trabalho americano deu sinal de que mantém um ritmo saudável de expansão na semana passada, quando o departamento informou que em setembro foram criados 110 mil postos de trabalho. O dado positivo, no entanto, foi o de que o resultado de agosto foi de criação de 89 mil vagas, e não o fechamento de 4.000, como havia sido divulgado inicialmente.

A economia americana, mesmo assim, preocupa economistas e investidores, devido aos efeitos que ainda podem atingir da crise no mercado de crédito -em particular o de hipotecas de risco.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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