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Fecomércio projeta retomada empresarial

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A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio) encerra mais um exercício anual com uma brilhante atuação como entidade representativa do segmento no Amazonas. Ao longo do ano, fortaleceu a classe por meio de uma série de ações desenvolvidas em favor de um ambiente de negócios mais promissor e de melhorias à sociedade.

Por meio do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a entidade vem favorecendo os trabalhadores do comércio e suas famílias, proporcionando educação, alimentação, saúde, cultura, esporte e lazer.

“A economia de 2019, que começou devagar, está fechando o ultimo trimestre 5% acima de 2018”, Aderson Santos da Frota, presidente do Sistema Fecomércio

Para atender comunidades que não tem acesso a atendimento médico, o Sesc criou a unidade móvel Saúde da Mulher, que oferece gratuitamente a realização de exames que incluem mamografia, preventivo é ações educativas para a promoção da saúde, tudo isso com o intuito de auxiliar na prevenção tanto do câncer de mama quanto do câncer no colo do útero. 

O serviço odontológico oferecido à população também superou as expectativas. A ação gratuita permite que sejam realizados os cuidados bucais necessários, gerando melhor qualidade de vida e saúde às comunidades. Da mesma forma , o Sesc conta ainda com um Complexo Esportivo, localizado no Campos Elíseos. O local dispõe de quadra esportiva, anfiteatro, campo de futebol e academia de fisiculturismo, atendendo pessoas de todas as idades. 

O Centro de Educação Sesc, que possui dois mil alunos matriculados, desde o maternal até o ensino médio, atende a família dos comerciários e a população carente. O excelente desempenho fez com que o local fosse classificado pelo Ministério da Educação (MEC) como a sexta melhor escola do Estado do Amazonas. 

O Mesa Brasil atende cerca de 50 comunidades carentes cadastradas no sistema. O programa tem o objetivo de contribuir para a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, em uma perspectiva de inclusão social. A ajuda vem de doações de supermercados, de coletas realizadas na Manaus Moderna, em parceria com a Secretaria de Produção Rural do Amazonas (SEPROR) e ainda da Polícia Federal, como explica o presidente da Fecomércio-AM, em exercício, Aderson Santos da Frota. 

“Esse é um trabalho puramente social, não lucramos nada. Um dos maiores colaboradores do Mesa Brasil é a Policia Federal. Quando é feita a apreensão de drogas camufladas com alimentos, a PF prende a droga e doa o alimento para nosso programa no Sesc. Esses são trabalhos sociais desprovidos de qualquer busca de resultado, a não ser o prazer de estar servindo a comunidade”, explicou.

         As atividades promovidas pelo Senac foram destaques no ano de 2019.  O órgão é um dos principais agentes de educação profissional, beneficiando milhares de pessoas, facilitando o alcance ao emprego.

Presidente avalia crise 

Para o presidente, em exercício, da entidade, Aderson Santos da Frota, o ano de 2019 começou com incertezas, mas as medidas adquiridas pelo novo Governo foram fundamentais para retomar o controle da economia.

“O governo tem dado demonstrações palpáveis que está restabelecendo a confiabilidade, que é um fator fundamental. Só fazemos negócio e investimos quando confiamos. A economia de 2019, que começou devagar, está fechando o último trimestre 5% acima de 2018. Há três anos estávamos com números negativos e isso é motivo de festejo por parte dos empresários”, avaliou.

Medidas como aprovar a Reforma da Previdência, para reajustar o caixa; liberação do Fundo de Garantia, que possibilitou a população a quitar dívidas e/ou fazer novos investimentos; e aumentar o SAC do Fundo de Garantia de R$ 500 para R$ 998, foram fundamentais para movimentar a economia.

“O ano 2019 é o marco de restabelecimento da economia ao nosso ver. Primeiro porque os empregos estão começando a surgir, aumento também das compras no comércio estão. Percebemos isso pelo volume de ICMS que está entrando nos cofres do Estado. Esses fatores, somados, vão produzindo o resultado da movimentação da economia e das melhorias das perspectivas”, declarou Frota. 

Para o presidente em exercício, a economia vem apresentando pequenos crescimentos e 2020 será o ano de recuperação verdadeira.  “Em 2020 com certeza será o momento da retomada do crescimento econômico. Vai aumentar o número de empregos, a geração de renda da família, o nível de consumo, e isso vai ser percebido a partir deste trimestre que vai se projetar para 2020. Tivemos pequenos crescimentos, embora não expressivos, mas bem consolidados. Agora vamos ter um crescimento mais efetivo, mais vantajoso e mais perceptível”, relatou.

 

Entrevista Aderson Santos da Frota, presidente do Sistema Fecomércio

1. O que tem sido feito para qualificar e potencializar os profissionais que atuam no comércio?

A Fecomércio possui na sua estrutura duas entidades. O Sesc cuida da parte social, educativa, institucional, lazer, esportiva e cultural do comerciário. Podemos citar, por exemplo, o Complexo Esportivo, localizado no Campos Elíseos, onde temos quadra de esporte, anfiteatro para cultura, campo de futebol, academia de fisiculturismo, que atende desde a juventude até a terceira idade. Na parte da saúde, temos a Unidade Móvel da Mulher e levamos para a comunidade serviços odontológicos. Possuímos uma escola com dois mil alunos matriculados, desde o maternal até o ensino médio. Essa escola atende não apenas a família dos comerciários, como também a população carente. Não temos lucro com a escola, pois o índice de gratuidade chega a 70% e enquanto em uma escola particular a criança paga cerca de R$ 1.500,00, a nossa é de R$ 250,00 a mensalidade. Temos uma demanda muito grande e elevamos o nível da escola a ponto de o MEC classificar como a sexta melhor escola do Estado do Amazonas. Ainda na parte social, possuímos um programa chamado “Mesa Brasil”, que atende cerca de 50 comunidades carentes cadastradas no nosso sistema. Dessa forma, toda vez que recebemos alimentos que estão fora do eixo comercial, doações de supermercados ou quando participamos de coleta na Manaus Moderna, no resgate junto com a Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), evitando assim o desperdício, levamos às comunidades carentes. Tudo é feito com muito critério para evitar desperdício e desvio.  Esse é um trabalho puramente social, não lucramos nada. Um dos maiores colaboradores do Mesa Brasil é a Polícia Federal (PF). Quando é feito apreensão de drogas camufladas com alimentos por cima, a PF prende a droga e doa o alimento para nosso programa no Sesc. Esses são trabalhos sociais desprovidos de qualquer busca de resultado, a não ser o prazer de estar servindo a comunidade.  O Senac é o órgão que forma, treina e prepara a mão de obra para o mercado de trabalho. Temos orgulho de dizer que o Senac possui a melhor Escola de Informática do Amazonas. Oferecemos diversos cursos, mas atuamos com proeminência em duas áreas: gastronomia e beleza feminina. É gratificante contribuir com a geração de emprego e renda, além de aumentar e qualificar o mercado de trabalho. 

2. Fecomércio conta com um programa voltado para Jovem Aprendiz, que tem como principal função a qualificação dos estudantes e futuros profissionais. Qual a importância dessa medida?

Em relação aos Jovens Aprendizes, nós entramos com nossos expertises e capacidade de formação, facilitando o trabalho das empresas que querem absorver mão de obra e tem dificuldade de preparar. Essa parceria facilita a absolvição pela empresa. 

3. Qual a avaliação da crise econômica atualmente e os efeitos no Amazonas? 

A crise econômica veio por conta de desarranjos do ponto de visto administrativo/financeiro do país. Com isso gerou uma certa  desconfiança dos investidores, que resultou em uma inflação brutal. Tivemos que aumentar as taxas de juros para poder compensar o caixa. E toda vez que aumenta a taxa de juros beneficiando a especulação, subtrai da produção. A crise foi austera porque fechou muitas empresas, subtraiu muitos empregos, tirou muita renda das famílias. Esse foi o lado mais amargo dessa crise que se estendeu durante cinco anos. Foi uma crise brutal, cujo país mergulhou numa recessão muito forte, expressa pelo número de empresas que fecharam, pelo número de inadimplência das famílias, pelo número de desemprego de pessoas. O distrito tinha quase 160 mil pessoas, agora só tem 90 mil, significa dizer que perdemos uma quantidade significativa de trabalhadores no distrito. O comércio também teve suas perdas pelo decréscimo do movimento comercial e da queda do varejo. Então, essa crise foi profunda, duradora, massacrou empresas, subtraiu empregos e isso maltrata a população de um modo geral. 

4. Quais as medidas que a Fecomércio vem tendo para auxiliar os profissionais do setor comércio a lidar com a crise atual? 

A nossa primeira preocupação foi manter um diálogo com o Governo, porque os governos também experimentaram algumas crises. A arrecadação do Estado e do Município caíram e isso vai  dificultando o diálogo. Nós fizemos a parte importante, mantivemos todos os incentivos voltados para a classe comerciária. Temos um restaurante que dá comida praticamente subsidiada e é muito mais econômico do que qualquer prato comercial servido ao trabalhador. Continuamos treinando, atendendo a todos os programas sociais, realizando a parte cultural, esportiva, educacional, isso é o que podemos levar de bom, pela gratuidade do nosso sistema. Não buscamos ganhar dinheiro, buscamos fazer o nosso trabalho. Então nossa contribuição foi manter o diálogo com o governo, buscando medidas que pudessem de alguma forma estimular a economia e mostrar a nossa vontade de estar sempre participando e colaborando com o Governo. Na parte do trabalhador, o estímulo foi referente à formação do próprio trabalhador e na esfera social.

5. Até que ponto os ataques que a Zona Franca vem sofrendo reflete no comércio amazonense?

A economia é como uma esfera, dentro dessa esfera tem os segmentos como indústrias, comércio, serviços, turismo, agricultura, pecuária. Dentro dessa circunferência, quando a crise bate, atinge sem distinção todos os segmentos. A Zona Franca de Manaus é uma unanimidade dentro do cenário tributário do país, pois gastamos de incentivos fiscais especiais exclusivamente voltados para as empresas que aqui se instalam, tanto na indústria, quanto no comércio, como outras atividades também. Principalmente por não terem conhecimento da nossa realidade, é que até hoje somos taxados pelos outros Estados como paraíso fiscal ou como dizimadores da Floresta Amazônica, enfim, sempre há acusações. A grande parte nunca pisou na Amazônia, não conhecem nossa região e não sabem avaliar. Por conta disso, até certo ponto, são alimentados por uma mídia que tem outros compromissos, que subverte a realidade. As pessoas acham que o Amazonas é um paraíso fiscal, mas não há nada disso. A Zona Franca consome só 3% dos incentivos, no entanto outros setores, que não tem a mesma importância nem a mesma responsabilidade, consomem muito mais. Para nós, será uma batalha muito difícil na reforma tributária defender a Zona Franca. Nenhuma das reformas que tramitam no congresso tem uma proteção explícita à Zona Franca de Manaus. Então, nossa batalha em 2020 será muito pesada e difícil. Infelizmente nossa bancada é pequena em relação aos 80 representantes de São Paulo, Minas Gerais e outros Estados.  Incentivo fiscal não é favor, não é privilégio, não é nada excepcional. Incentivo Fiscal é compensação pelas dificuldades. Por exemplo, um contêiner vindo da China para Santos (SP), custa mais barato do que o mesmo contêiner vindo de Porto de Santos para Manaus. Nossos custos, nossas dificuldades, nossas características são diferentes. Por isso que, quando o governo Castelo Branco criou a Zona Franca de Manaus, foi para compensar o vazio  econômico e dificuldades que a Amazônia possui. 

6. Qual a importância dos 116 anos do Jornal do Comércio para a cidade de Manaus? 

Eu leio o Jornal do Comércio todos os dias. Sou leitor há muito tempo e acho que é um jornal que veicula notícia econômica como poucos. Esse viés do trato da economia, do desenvolvimento e da responsabilidade econômica, é algo extremamente elogiável. O Jornal do Comércio tem um desempenho muito bom. Tinha na direção um grande amigo, o Doutor Guilherme Aluísio e agora tem o filho dele, sucessor natural e que, com muita competência, está mantendo o trabalho. Desejo a todos os dirigentes sucesso e prosperidade. 

Saiba mais

A Fecomércio AM, foi fundada em 1954, com o objetivo de assegurar às empresas do setor terciário as melhores condições para gerar resultados positivos e desenvolver a sociedade.

Com mais de 60 anos de atuação, o Sistema composto pela Federação do Comércio, Sesc e Senac, encontra-se integrado à comunidade, próxima dos comerciários e de seus familiares e parceiro dos sindicatos e empresários do comércio de bens, serviços e turismo.

A entidade realiza diversos eventos destinados ao fomento dos negócios, faz pesquisas, divulga estatísticas e oferece o respaldo legal, para que os empresários possam compreender e atuar em sintonia com a complexa Legislação Tributária e Trabalhista do País.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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