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Fechamento de empresas acelera no Amazonas em julho

A passagem de junho para julho registrou uma aceleração na mortalidade de empresas no Amazonas. O ritmo de constituições de novas pessoas jurídicas, contudo, também aumentou, com destaque para o setor de serviços. Em ambos os casos, os números seguem mais fortes do que os do mesmo mês do ano passado, período em que o calendário de reabertura de empresas em âmbito local já estava em andamento. Os dados estão no mais recente relatório do SMR (Sistema Mercantil de Registro), divulgado pela Jucea (Junta Comercial do Estado do Amazonas).

O Estado registrou o encerramento das atividades de 303 pessoas jurídicas, no mês passado, configurando um acréscimo de 16,09%, na comparação com o desempenho de junho de 2021 (261), e um recuo de 18,98% sobre o patamar de julho de 2020 (374). Já a abertura de novos empreendimentos (745) ficou 3,76% acima da marca do mês passado (718), embora tenha avançado 6,28%, no confronto com o mesmo período de 2020 (701). 

De acordo com o levantamento mensal da autarquia estadual, entre as 303 pessoas jurídicas amazonenses que formalizaram encerramento no mês passado, a maioria (184) estava na categoria de empresário individual –número menor do que os 165 de maio do mesmo ano. As sociedades empresariais limitadas (88) vieram na segunda posição, seguidas pelas empresas individuais de responsabilidade limitada (e de natureza empresarial), com 30 registros, e um consórcio de sociedades –contra 78, 18 e 1, respectivamente, em junho.

O movimento em torno da formalização de abertura de novos negócios no Amazonas (745) voltou a priorizar os empresários individuais (337), em detrimento das sociedades empresariais limitadas (235). Na sequência, vieram as empresas individuais de responsabilidade limitada (168), cooperativas (3), sociedades anônimas fechadas (1) e consórcios de entidades (1). Em junho, os respectivos números foram 262, 285, 166, 1, 3 e 1.

Apesar da maior severidade da segunda onda da pandemia em relação à primeira, o saldo do acumulado dos sete meses iniciais deste ano se manteve positivo para o Amazonas. De janeiro a julho de 2021, o Estado somou o registro de 4.892 novos empreendimentos, 43% a mais do que o dado apresentado em igual intervalo do exercício anterior (3.421). A mesma comparação indicou, por outro lado, uma diminuição de 8,25% nos registros de baixas de empresas, entre 2020 (1.719) e 2021 (1.759).

A Jucea ressalta que os dados citados não incluem os MEIs (microempreendedores individuais), que são constituídos de forma virtual, por meio do portal do Empreendedor, do governo federal. Nesse caso, os números de constituições subiram 8,09%, entre junho (3.138) e julho (3.392) de 2021, embora ainda tenham recuado 0,93% na comparação com o dado de 12 meses antes (3.424). As extinções caíram na variação mensal (de 545 para 526), mas foram ascendentes ante o mesmo mês de 2020 (375), com diferenças respectivas de 3,49% e de 40,27%.

A análise dos dados do acumulado de janeiro a julho deste ano, no entanto, aponta um panorama menos promissor e ainda mais volátil para os microempreendedores individuais amazonenses, com tendência de maior rotatividade de pessoas jurídicas no mercado. O número de abertura de novos MEIs no Estado aumentou 22,08%, entre 2020 (18.328) e 2021 (22.375). Mas a quantidade de encerramentos manteve ritmo semelhante, com 3.908 (2021) contra 2.937 (2020), o que configura um aumento de 33,06%. 

Tecnologia e desburocratização

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, a Junta Comercial do Estado do Amazonas informa ainda que a segmentação por CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) contabilizou, em julho, 401 novas empresas no setor de serviços, 308 no comércio, e 29 na indústria. Manaus segue líder entre os municípios amazonenses com o maior número de constituições, totalizando 568 registros de novas empresas no semestre. Foi seguida por Manacapuru (17), Iranduba e Itacoatiara (ambos com 13, cada) e Tefé (12).

No mesmo texto, a presidente da Jucea, Maria de Jesus Lins, atribuiu o crescimento das constituições de empresas às ações desenvolvidas pela autarquia em parceria com o governo do Estado para incentivar os empreendedores. “Temos trabalhado para manter aquecido o ambiente de negócios do nosso Estado. Por isso, estamos sempre buscando novas tecnologias que simplifiquem e desburocratizem os serviços. Além de qualificarmos nossa mão de obra, uma prova desse resultado foi a redução em mais de cinco horas do tempo médio para registro de uma empresa”, apontou.

“Novo horizonte”

Para o conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), professor universitário e consultor empresarial, Francisco de Assis Mourão Júnior, o acréscimo anual nas aberturas de empresas é explicado em parte pela própria pandemia, já que muitas pessoas desempregadas nas duas ondas teriam empregado suas economias e verbas rescisórias na criação de novos negócios.

“Mas, há uma questão de cautela, apesar da diminuição das baixas de empresas. Dá para a gente perceber que há um novo horizonte no mercado, principalmente agora, com o aumento do ritmo da vacinação e a prorrogação do auxílio emergencial. Mesmo o aumento da taxa Selic, que trava um pouco a economia, acaba atraindo capitais externos. E, mesmo com uma inflação ainda alta de 6,5% ao ano, o que se percebe é a volta do consumo, com a reabertura das atividades econômicas. Os números demonstram essa reação”, arrematou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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