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Febre da Copa dá fôlego ao segmento de termoplásticos

A indústria local de termoplastia avançou, ao longo do segundo trimestre deste ano para uma recuperação dos negócios, após amargar sete meses de queda nos níveis de produção e redução do quadro funcional. A constatação em números parciais no comparativo entre os seis primeiros meses deste ano feita pelo presidente do Simplast (Sindicato das Indústrias de Materiais Plásticos do Amazonas), Carlos Monteiro, revela que o setor tem sido impulsionado pela febre da aquisição de TVs de LCD e plasma que tomou conta do mercado consumidor visando as vendas para a Copa do Mundo de 2010.
Um dos dados mais concretos dessa retomada de fôlego dos termoplásticos locais, segundo Monteiro, foi a aquisição de insumos que saltou de US$ 246.59 milhões em maio para US$ 298.25 milhões em junho. As vendas para as fábricas de eletroeletrônicos do PIM (Polo Industrial de Manaus), que em fevereiro chegaram a cair 5,26% em relação ao mês anterior, conforme explicou o executivo, saltaram para 10,21% em maio e fecharam junho em 14,12%. “Apesar de ainda não termos superado de todo a série de prejuízos que a crise financeira mundial ocasionou, o sentimento do setor é que os níveis de produção tendem a se estabilizar”, acrescentou.

Otimismo fundamentado

O otimismo das empresas de termoplastia tem razão de ser, já que foram produzidos mais de 1,5 milhão de TVs de LCD e plasma entre janeiro e junho, de acordo com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Praticamente 42% foram vendidos nos dois últimos meses do primeiro semestre, o que levou o Simplast a estimar que os pedidos da indústria de eletroeletrônicos para esses itens podem avançar ainda 25% até a primeira metade de 2010, ano da Copa do Mundo.

Polo de duas rodas ajuda retomada

Carlos Monteiro disse ainda que as vendas para o polo de duas rodas no comparativo mensal também ajudaram a manter a retomada do fôlego, já que foi percebido em junho aumento de 4,84% sobre a produção observada em maio. Com a demanda interna por motocicletas registrando a terceira maior alta do ano (121,63 mil unidades), o executivo afirmou que a perspectiva é que a série de doze meses (2009/2010) seja o melhor período de recuperação em vendas industriais do último triênio. “O aumento das vendas está relacionado à maior acessibilidade do consumidor a novos produtos por meio do crédito pessoal, que tem elevado a demanda por TVs. A TV de LCD pode ser adquirida cada vez mais facilmente pelas camadas sociais mais baixas, o que implica em maior demanda para a indústria”, avaliou.
Mas, se a produção caminha para números positivos com essa demanda, a contratação ainda está aquém do esperado para o período, pelo menos segundo a Suframa. Entre janeiro e junho deste ano, pouco mais de 8,35 mil operários, entre efetivos, temporários e terceirizados, foram contratados pelas fábricas de termoplastia do PIM. Em igual período do ano passado, ainda de acordo com a autarquia, o nível de contratação atingiu 9,76 mil pessoas. Essa involução na mão-de-obra ocorrida neste ano é a pior desde 2005, quando o setor contratou apenas 7,19 mil trabalhadores.

Consumidor confiante

Na análise do economista Álvaro Smont, o crescimento tem dois propulsores: a recuperação do mercado interno, aliada ao retorno da oferta de crédito e da confiança do consumidor às compras de bens semiduráveis. Em nota, o especialista asseverou que a maioria dos representantes industriais tem uma expectativa positiva para os próximos seis meses em relação à economia nacional e estadual, mas a retomada efetiva na contratação de mão-de-obra deve começar pelas pequenas e médias empresas. “As grandes empresas interromperam a tendência de queda na produção no segundo trimestre, o que deve ajudar na retomada da atividade industrial das pequenas e médias empresas no segundo semestre. É um bom sinal porque são as grandes, as primeiras a saírem da crise. Ao saírem, devem aumentar a sua demanda e puxar as pequenas e médias”, analisou.
O diretor industrial da Amazonplast, Hermes Godinho Girão, concorda que a retomada deve ser gradual, já que o nível de utilização da capacidade instalada continua abaixo dos patamares dos últimos anos e os estoques estão acima do planejado. “A recuperação virá no segundo semestre, mas não dá para afirmar que será no terceiro trimestre. Apesar do aumento de pedidos, ainda não conseguimos estabilizar os níveis de produção”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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