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FAS desenvolve projeto para ajudar cães e gatos

Houve uma época, há 40, 50 anos, que os cães sofreram em Manaus. Sem controle de reprodução algum por parte do poder público, os animais infestavam as ruas da cidade. A maneira mais fácil que os administradores da capital encontraram para resolver o problema, foi exterminá-los, e de uma forma terrível. Nas noites silenciosas, a famigerada carrocinha cruzava as ruas e onde o motorista avistasse um cachorro, o automóvel parava e de lá saltava um laçador que, perseguindo o animal indefeso, laçava-o, atirando-o sem dó nem piedade para dentro da carrocinha. O destino dos cachorros era as câmaras de gás, onde morriam às dezenas. Surgiu até a lenda urbana de que eram transformados em sabão, depois vendido no comércio da cidade. Aqueles sacrifícios foram em vão.

O tempo passou e apesar de o poder público continuar dando pouca atenção à reprodução desenfreada de cães e gatos, surgiram pessoas e instituições interessadas em, se não, resolver o complexo problema, ao menos minimizá-lo.

A FAS (Fundação Amazônia Sustentável), que há 13 anos desenvolve projetos de sustentabilidade voltados para o homem do interior, resolveu lançar um olhar sobre essa situação e está pondo em prática o projeto “Apoio à formulação, implementação e execução da política estadual do bem-estar animal e da fauna doméstica” que, a longo prazo, pretende promover o controle populacional de cães e gatos, não só em Manaus, mas também em Manacapuru, Novo Airão e nas RDS (Reservas de Desenvolvimento Sustentável) Rio Negro e Puranga Conquista; e na APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Negro.

FAS quer promover o controle populacional de cães e gatos em Manaus e em parte do interior
Foto: Divulgação

Uma das primeiras ações do “Apoio à formulação…” será a distribuição de ração para cuidadores e protetores de animais, com início previsto agora em março.

“Lançamos um edital para cadastrar os cuidadores e protetores que se adequarem às regras. São aquelas pessoas que, por bondade, cuidam desses animais abandonados, seja em suas próprias casas, ou mesmo nas ruas”, esclareceu Camila Pires, diretora do projeto.

O edital ficará aberto até o dia 5 de março (veja link abaixo) e a ração começará a ser distribuída a partir da segunda quinzena do mês.

Além da ração

O projeto visa contribuir para a melhoria da qualidade do meio ambiente, proporcionando ideais condições de saúde, segurança e bem-estar para a população humana, assim como colaborar para a prevenção, redução e a eliminação da mortalidade de pessoas decorrente de zoonoses e dos agravos que podem ser causados por animais domésticos.

Mas o projeto vai além da simples distribuição de ração. Entre as ações, haverá vermifugação e controle ectoparasitário de cães e gatos, até a elaboração de diagnóstico orientador sobre o bem-estar animal, porém, o destaque vai para a castração cirúrgica, cujo objetivo é controlar a população de cães e gatos abandonados nas cidades. Um veículo, denominado ‘castramóvel’, dará suporte às atividades práticas.

“Estamos adquirindo o veículo, que chegará a Manaus nos próximos meses. O objetivo é que ele circule por toda a cidade, sendo posicionado em pontos específicos, porém, antes de sua chegada, toda a população do entorno daquele local, será avisada dos serviços que serão oferecidos gratuitamente”, adiantou.

As ações do projeto serão disponibilizadas para qualquer pessoa desde que se cadastre e informe como cuida e protege os animais.

“Queremos contribuir, também, com o acesso à informação e conscientização da sociedade sobre ações que envolvam saúde e bem-estar animal. Para isso iremos realizar

oficinas participativas e um seminário acerca da temática bem-estar animal”, adiantou.

A ordem é castrar       

Segundo Camila Pires, a iniciativa em prol de políticas públicas para animais é nova, não só dentro da Fundação, como no Estado do Amazonas.

“Quando falamos de saúde única, englobamos a saúde dos seres humanos, do ambiente e dos animais. A relação do ser humano com seus animais é muito próxima e traz diversos benefícios para os dois lados, mas quando existe algum desequilíbrio ou falta de cuidados, podem surgir problemas como o risco de transmissão de doenças (zoonoses), por exemplo. Por isso, atuar nessa iniciativa se faz importante, para cuidar dos animais, que merecem nosso cuidado, e por questões de saúde pública”, falou.

Camila fez um apelo aos praticantes do CED (Captura, Esterilização e Devolução para a rua), pessoas que não criam animais em suas residências, mas gostam de ajudá-los, inclusive colocando ração e água na frente de suas casas, para que participem do projeto.

“Não temos idéia de quantos cães e gatos existem, abandonados, pelas ruas de Manaus e mesmo nessas áreas menores, onde o projeto irá atuar, por isso o ideal é castrar o máximo de animais que pudermos. As ações do projeto se estenderão até novembro, mas se obtivermos mais recursos, ele continuará”, avisou.

Para quem quiser saber mais sobre o projeto:

https://fas-amazonia.org/projeto-de-bem-estar-animal-e-fauna-domestica/

Outras informações: [email protected]

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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