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Faltam remédios nas farmácias do Amazonas

Andreia Leite

Assim como em várias capitais, o Amazonas registra falta de remédios em farmácias. Conforme o Sindidrogas (Sindicato do Comércio Varejista de Drogas do Amazonas), alguns medicamentos como analgésicos, antibióticos e até remédios para inalação estão com os estoques zerados. 

O presidente do sindicato informou que o Amazonas é o que mais sofre com a escassez  no mercado porque existe um agravante nas dificuldades logísticas de transporte. Segundo ele, são mais de cinquenta tipos de medicamentos em falta nas prateleiras das farmácias.

“Os laboratórios e as indústrias farmacêuticas não têm matéria-prima para produzir. O setor não trabalha com previsão de normalidade. Nem as redes de farmácias que têm contrato com estes representantes estão abastecidas”, informou o presidente da entidade, Alarico Rodrigues de Araújo.

A alta do dólar, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a dependência de matéria-prima da China são os responsáveis pelo desabastecimento  do setor. O cenário já era esperado pelo segmento, pois desde março deste ano, a indústria farmacêutica  já sinalizava a escassez no mercado, que depende de matéria-prima oriunda de países como a China e a Índia. “A logística internacional tendo o espaço aéreo limitado também fez aumentar o valor do frete e ocasionar atrasos na entrega. Agora, o setor é pressionado pela indisponibilidade de insumos para suas produções”. 

Há três meses, em Manaus, cerca de 5% dos medicamentos mais demandados no ano passado estavam em falta. “Aconteceu o que o mercado temia; indisponibilidade de produtos”. 

Vale lembrar que o surto da gripe nos meses de dezembro e janeiro impactou o estoque das empresas que  trabalham com volumes acima do esperado em razão do recesso do fim de ano. E mesmo realizando pedidos ainda no início do ano, distribuidoras que operam em Manaus não conseguiram abastecer cem por cento porque os medicamentos associados a síndromes gripais foram demandados em todo país. 

De acordo com a Abiquifi (Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos), hoje, o Brasil fabrica apenas 5% de todos os insumos necessários para a produção de seus medicamentos, importando a maior parte dos referidos países, responsáveis pela fabricação de 40% dos insumos utilizados no mundo inteiro.

Reflexo nas unidades de saúde

A  falta de medicamentos também já ocorre em algumas unidades de saúde do Estado que fez a SES-AM (Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas) emprestar uma remessa vinda de Roraima do analgésico dipirona, enquanto aguardam a compra emergencial feita no exterior. A ampola do medicamento que custa R$0,55 deverá ser paga pelo estado no valor de R$ 7. 

Conforme o secretário de saúde do Amazonas, Anoar Samad, a escassez é provocada pela pausa na produção da principal farmacêutica brasileira por falta de insumos. “O Brasil vive uma crise no fornecimento de matéria-prima para medicamentos. Todos os estados estão passando pelo mesmo problema”. 

Outro item em falta nas unidades de saúde é o soro fisiológico. A compra do item para reposição está sendo intermediada pelo Ministério da Saúde e a previsão é de que seja normalizada nas próximas semanas. 

A China hoje é um dos principais fornecedores do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) o lockdown na capital chinesa dificulta ainda mais o cenário. 

Conforme matéria veiculada na Rede Amazônica, entre os itens que estão em falta, o que mais preocupa as autoridades de saúde do Amazonas é o contraste, a substância é utilizada para realização de vários exames de imagem entre eles o cateterismo e conforme a SES-AM a quantidade que o Estado possui hoje é suficiente apenas para mais quatros semanas, alerta que já foi dado ao Ministério da Saúde para que intermedie a aquisição. 

Enquanto o estoque não é regularizado a recomendação para as unidades de saúde é utilizarem esses itens com mais critério. “Utilizando de forma racional todos esses medicamentos nós vamos conseguir vencer mais essa crise”, enfatizou o secretário de saúde do Amazonas, Anoar Samad.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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