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Falta de integração limita coleta de dados

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Em evento iniciado no dia de ontem (5), e que segue até o dia 8, no auditório da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), a autarquia sedia mais uma edição do ‘Encontro de Contas Regionais dos Estados da Região Norte’, em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este ano, o encontro tem por objetivo debater ‘O futuro das estatísticas oficiais e os registros administrativos’, temática que deve possibilitar a discussão dos novos desafios inerentes ao Projeto de Elaboração das Contas Regionais do Brasil, a partir da identificação de metodologias para aplicação dos dados dos documentos fiscais eletrônicos e demais registros administrativos em pesquisas e procedimentos ligados à elaboração dos produtos de estatísticas oficiais.

“Com relação ao futuro das estatísticas oficiais, o que posso dizer é que o aumento na velocidade da informação é sempre crescente. Hoje, a capacidade de armazenamento de informações não é mais um problema, e a cada hora surgem mais novidades”, falou Roberto Luis Olinto Ramos, presidente do IBGE. “A metodologia tem avançado, bem como as técnicas de amostragem e coleta de dados. O censo agropecuário, encerrado recentemente, já está totalmente digitalizado. O DMC (Dispositivo Móvel de Coleta) possui todo o questionário e, à medida que o recenseador vai preenchendo as respostas, elas são transmitidas para uma central e tabuladas imediatamente, com os resultados saindo na hora e podendo ser reajustados a todo instante”, revelou. “Tem ainda o Paradados, que acompanha o recenseador onde ele estiver, sinalizando o que está fazendo, o que melhora a qualidade do trabalho”, falou o presidente.
“Hoje se fala que a decisão tem que ser tomada pelos fatos, e esses fatos têm que ser críveis. Por sua vez, o papel de uma instituição de estatística, numa democracia, é passar as informações o mais claramente possível para a população, para que todos as entendam”, ensinou.

Feudos da informação

“Infelizmente o Brasil possui vários feudos com informações. As instituições se prendem às informações e não as querem compartilhar. Um exemplo é a Sefaz, que possui um tipo de cadastro que interessa ao IBGE, e dispor disso não significa expor a privacidade de ninguém, porém, temos que implorar para que a instituição compartilhe esses cadastros”, reclamou. “Um exemplo de desperdício de dinheiro público é o da Receita Federal solicitar determinadas informações das empresas e depois o IBGE, sem falar de outras instituições, pedirem as mesmas informações. Por que tudo isso não é centralizado e o acesso liberado a essas instituições?”, indagou.

“Sempre defendi que o IBGE deveria trabalhar de forma coordenada com outras instituições, como essa parceria que estamos tendo com a Suframa, e funcionando muito bem. O que posso afirmar é que nesses últimos 20 anos tem havido muitas mudanças, e mudanças para melhor. Firmamos parcerias com os Estados e esse é o modelo ideal para se ter informações sobre o país. Internacionalmente é esse tipo de modelo de parceria que se discute, não só nacionalmente, mas regionalmente”, completou.

Appio Tolentino, superintendente da Suframa, concordou com Roberto Olinto.”Com base nas informações já levantadas e analisadas pelas equipes da Suframa e do IBGE será possível realizar diversos diagnósticos, como quantificar o valor bruto da produção, o consumo intermediário, a adição de valor e outras variáveis macroeconômicas relacionadas à economia regional, cujos resultados servem para subsidiar as políticas setoriais para o desenvolvimento de cada Estado”.

Pesquisas em franca expansão

Como o evento de ontem reunia os Estados da região Norte, respondendo ao Jornal do Commercio, Roberto Ramos disse que “a Amazônia é sempre um desafio pelas distâncias e comunidades esparsas onde só podemos chegar de barcos ou voadeiras. Para o Censo Agropecuário, entre os yanomami, tivemos a parceria com a Funai, que nos apoia com a ida a todas as comunidades indígenas, como aconteceu, também, no Mato Grosso. A tecnologia ajuda muito, mas não resolve em muitas situações”, revelou.

Especificamente sobre o Amazonas, José Icleson, chefe do IBGE no Estado, disse que “não estamos com nenhuma pesquisa em atraso. Recentemente encerramos o Censo Agropecuário e agora estamos na fase de críticas, onde detalhamos as mínimas informações. Ainda em junho esse censo estará encerrado. Estamos em campo com a Pesquisa de Orçamento Familiar, cujos resultados são essenciais para dar subsídios ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo). Em outubro começa uma pesquisa nova, a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde). Sobre o Censo Demográfico, o qual a maioria das pessoas acha que é o único que fazemos, só acontecerá em 2020, pois ele é feito de dez em dez anos e o último foi realizado em 2010. Resumindo, o IBGE nunca para de fazer pesquisas”, garantiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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