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Falhar

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O dia em que parcela dos advogados criarem vergonha na cara e deixarem de trocar seus votos por pagamento de anuidades e afastarem os declaradamente integrantes de ideologias partidárias de várias seccionais e do próprio CF, poderemos restabelecer a credibilidade e retornarmos ao “status quo” da entidade que defende a sociedade sem demagogia, colocando sempre a razão e o direito acima dos interesses  pessoais, quase sempre mesquinhos. A OAB não é e nunca foi uma entidade política-partidária e não devemos permitir que dela se utilizem para fins particulares… ou promíscuos. Lamentável  o episódio ocorrido com nosso nobre colega, Dr. Técio Lins e Silva, o qual não possui contato conosco e que como Chefe da Procuradoria Nacional da Defesa das Prerrogativas da OAB, nomeado pelo atual Presidente Nacional, fora por ele ignorado, ao não ser acionado para atuar no processo em que o Presidente, Felipe Santa Cruz, fora denunciado pelo MPF por ter chamado o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de “chefe de quadrilha”.

Sem adentrarmos no mérito da motivação do fato ensejador da acusação, resta-nos apontar que nunca se imaginaria que a OAB pudesse vir a ter  um Presidente denunciado pelo MPF, pedido cumulado com o pleito de seu afastamento do cargo, ato que o próprio Presidente Nacional já deveria ter perpetrado em nome da moral e do que resta de credibilidade da Instituição. Se há violência às prerrogativas dos advogados, cabe-lhes demonstrá-las e usar do sagrado e elementar direito de defesa no momento processual cabível.

Ademais, nomear outro colega para substituir o Dr. Técio Lins e Silva, sem cientificá-lo, é ato abominável, por se constituir em  traição, figura que jamais deveria existir na OAB. Aliás, nenhum outro colega deveria ter aceito tal encargo, por uma questão de ética, aspecto que tem passado longe da OAB como um todo. Registre-se ser este um bom momento para que todos  os advogados realizem uma profunda reflexão do que ocorrera nos últimos 20 anos, sem o que jamais sairemos dessa “mesmice” que prejudica e enfraquece uma categoria da qual sempre tivemos orgulho em pertencer, até porque não ‘somos farinha do mesmo saco’.

Reconhecer os erros e fazer o “mea culpa” faz parte  dos que analisam os fatos desprovidos dos interesses escusos, sempre na busca  de um serviço de qualidade, sem o que nunca se terá o reconhecimento da sociedade fulcrado na credibilidade e no caráter dos que dirigem qualquer instituição, notadamente a OAB, onde a esperança nunca será um desafio, mas a certeza de que se luta por algo superior aos que a dirigem. Por isso, somos ADVOGADOS.

Falhar não é pecado, mas a recusa em se efetuar uma autocrítica é não reconhecer os erros, o que afasta a entidade do seu dever e demais objetivos notadamente perante o povo  brasileiro. Assim seremos mais honestos conosco e com aqueles que nos confiaram os encargos que nos foram atribuídos.

*José Alfredo Ferreira de Andrade é ex-Conselheiro Federal da OAB/AM nos Triênios 2001/2003 e 2007/2009 – OAB/AM A-29  

Alfredo Andrade

é escritor e advogado, autor do livro Página Virada - Uma leitura crítica sobre o fim da era PT
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