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Exportações do Amazonas fecham o trimestre em trajetória de queda

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As vendas externas do Amazonas seguiram no sentido oposto da média nacional em março, conforme dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). A exportação brasileira alcançou a casa dos US$ 19.29 bilhões e média diária de US$ 918.4 milhões, alta de 34,3% sobre março de 2010. Já o Amazonas começou o primeiro trimestre do ano com queda nos valores dessa transação e sinaliza um deficit no comparativo entre o primeiro trimestre de 2011 e o ano passado. Até março, o total de exportações do Estado foi de US$ 224.92 milhões, contra US$ 240.72 milhões no período do ano passado, uma diferença de 7,02%.
Segundo o economista da Fieam (Federação das Industrias do Estado do Amazonas), Gilmar Couto, a queda nas exportações se deve ao fato de a moeda brasileira estar supervalorizada em relação ao dólar tendo como consequência a baixa na competitividade de mercado para os produtos nacionais. “Isto está acontecendo com todas as indústrias do país. Nesse sentido, a taxa de câmbio desfavorece quem fabrica”, explicou.
Couto lembra que as economias que importavam do Brasil e do Amazonas, como EUA e Argentina não estão em boa fase. “Os EUA estão demorando para levantar e a Argentina, nosso maior importador na América do Sul, está atravessando uma fase pior do que nos anos anteriores. Eles estão enfrentando situações econômicas adversas e nossa economia está atraindo mais capital e a entrada de dólar tem se comportado acima das expectativas”, disse.

Bebidas e celulares puxam números para baixo

De acordo com o economista, os investidores procuram no mercado mundial o país que dá mais rentabilidade. “Eles começam a investir no mercado brasileiro, isso aumenta a oferta de dólar e a nossa moeda supervaloriza. Por outro lado, a moeda fraca tem mais competitividade na exportação e nós não estamos praticando a política cambial, deixando o mercado de câmbio livre, sem mexer no real”, destacou.

Política cambial

Um exemplo de quem não segue a política cambial de valorização de sua moeda, segundo o economista, é a China, que pratica a desvalorização e está sempre abaixo do dólar. “Ao desvalorizar a moeda, os produtos deles no mercado externo ficam mais baratos. O custo de produzir no Brasil ultrapassa o valor de compra, não dando condições de competir. Assim, as importações aumentam e a exportação diminui”, ressaltou. Para Couto, o grande perigo é a desindustrialização, com os empresários optando por importar ao invés de produzir, pois isto faz com que tenham menos despesas com insumos, trabalhistas e muitas outras.
No Amazonas, os produtos campeões em exportação ficaram abaixo da expectativa, até mesmo o mais exportado, que é a preparação para elaboração de bebidas, fechou o trimestre de 2011 em US$ 39.71 milhões, contra US$ 37.81 milhões em 2010. Os telefones celulares, segundo item em exportação do PIM, fecharam em US$ 27.60 milhões, com diferença acentuada de 2010, quando exportou o total de US$ 70.50 milhões, somente no primeiro trimestre. O produto que ainda fechou em alta foi a motocicleta, que movimentou o valor de US$ 20.57 milhões em 2011, contra US$ 18.70 milhões do ano passado.

Importação de insumos volta a crescer

A balança comercial brasileira apresentou o segundo melhor resultado nas importações em relação às médias diárias desde setembro (US$ 17.75 bilhões) e novembro (US$ 869.1 milhões) do ano passado, de acordo com a avaliação do MDIC, totalizando US$ 17.73 bilhões e média diária de US$ 844.5 milhões. As importações registraram crescimento de 29% sobre o mesmo período de 2010 e sobre fevereiro de 2011, com aumento de 8,7%, pela média diária.
No Amazonas as importações apresentaram um crescimento de US$ 643.23 milhões, no comparativo entre os três primeiros meses de 2011 e 2010. Os produtos de fora do Brasil fecharam o trimestre com total de US$ 822.92 milhões. No mesmo período do ano passado, a importação fechou em 2.18 bilhões.
No comparativo mês a mês, janeiro de 2011 movimentou US$ 866.720.812, contra US$ 577.407.399 de 2010. Em fevereiro de 2011 as importações chegaram a US$ 942.35 milhões, enquanto no ano passado fechou em US$ 725.07 milhões. No último mês, o total da importação no Amazonas deu um salto para a casa dos bilhões e fechou em US$ 136.63 milhões a mais que o mês de março de 2010. Assim, março de 2011 movimentou US$ 1.01 bilhão em compras no exterior contra US$ 877.21 milhões de 2010. No comparativo entre os três primeiros meses do ano, março é o de maior valor em movimentação de importação com o período apresentando uma evolução positiva.

Televisores e motos

Os três produtos mais importados no primeiro trimestre de 2011 foram partes para aparelho receptores de radiodifusão televisão (US$ 561.97 milhões), outras partes e acessórios para motocicletas e ciclomotores (US$ 98.65 milhões) e outros circuitos integrados monolíticos (US$ 95.10 milhões).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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