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Expectativa da safra de grãos no Amazonas é revista para cima

Divulgação

Em sua revisão de abril, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) voltou a reajustar suas estimativas da safra de grãos 2019/2020 do Amazonas para cima. A projeção de crescimento para este ano, que era 7,8% até março, passou para 8,5%. Com isso, espera-se que a produção total de arroz, feijão, milho e soja no Estado salte de 38,7 mil para 42 mil toneladas. O número anterior (+7,8% e 41,7 mil toneladas) foi descartado em função do reforço no plantio de soja e da manutenção de estimativas exponenciais para o arroz.

Outra boa notícia é que, tanto a área de plantio global das culturas no Estado, quanto seus ganhos de produtividade, foram novamente corrigidos para cima. No primeiro caso, houve incremento de 5%, para 18,8 mil hectares. No segundo, a estimativa da Conab é que haja ganho de 3,3% na relação entre quilograma e hectare da presente safra (2.234 kg/ha).

Das quatro culturas que compõem a cesta amazonense de grãos, três contam com projeção positiva para o período 2019/2020 e apenas uma sinaliza ser menor. Vale notar que, diferente do ocorrido no IBGE, que considera a produção dos 12 meses do ano, a sondagem da estatal leva em conta o calendário de safra, que começa em julho e termina junho do ano seguinte. 

O arroz sequeiro é o produto com o melhor índice de crescimento. Até fevereiro, a Conab manteve sua projeção para uma alta de 100% na presente safra, que deve totalizar 5.400 toneladas. Em todo o país, com as culturas de primeira safra em fase final de colheita e as de segunda com as áreas semeadas próximas da conclusão, a produção deve chegar a 251,8 milhões, com alta de 4% – incluindo outros produtos agrícolas. Para a área plantada (65,1 milhões de hectares), a Conab estima expansão de 2,9%.

Feijão em queda

A expectativa já aponta para um acréscimo de 5,7% no que se refere à soja (5.600 toneladas) – contra o empate projetado até março. A produção nacional, por outro lado, é estimada em 122,1 milhões de toneladas, com ganho de 6,1% em relação à safra 2018/19. Em relação ao levantamento anterior, contudo, houve perda de 1,7%, influenciada, sobretudo, pelas condições climáticas desfavoráveis no Rio Grande do Sul.

As estimativas para a única safra amazonense de milho ainda são de alta de 3,3%, com 28,4 mil (2019/2020). No Brasil – que conta com três safras para o produto agrícola – a estimativa total de plantio aponta para uma área de plantio de 18,2 milhões hectares e uma produção de 101,9 milhões de toneladas.

A única retração do Estado vem do feijão. A estimativa da Conab é que sejam produzidas 2.600 toneladas, 18,8% a menos do que no período anterior. O Amazonas cultiva o feijão-caupi, entre setembro e outubro. Na média brasileira, a primeira safra (+8,3% e 1,07 milhão de toneladas) teve sua colheita finalizada. Já a segunda registra redução de 1,1% na área, mas as condições climáticas favoráveis sinalizam produção de 1,33 milhão de toneladas. Ambos os casos incluem outras variedades de feijão.

Área e produtividade

O recuo nas expectativas para o feijão segue acompanhado pela redução de 20% em suas áreas de plantio, para 2.800 hectares. Em contrapartida, arroz (+100%) e milho (+1,8%) ganharam terreno, com 2.400 e 11,2 mil hectares, respectivamente. O mesmo não se deu com a soja que, desta vez teve sua projeção de área elevada em 9%, para 2.400 hectares.

Apesar das altas na área e produção de arroz, em termos de produtividade, não houve mudança nos números globais da produção de grãos do Estado. Feijão (+2,3%) e milho (+1,4%) alcançaram índices positivos para a razão quilograma hectare, segundo a Conab – 921 e 2.535, respectivamente. Soja (2.325 kg/he) e arroz (2.239 kg/he) seguem na direção contrária, com recuos respectivos de 3,1% e 0,5%.  

Compra de rações

O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, disse ao Jornal do Commercio que a nova estimativa da Conab, prevendo crescimento maior na produção de grãos, é “alvissareira”, ao apontar incremento de produtividade e de área plantada para produtos importantes da cesta agrícola local. 

“Consequentemente, isso aponta para o incremento do investimento e da confiança do investimento privado. Nosso Estado precisa aumentar sua produção de grãos e diminuir a compra de outras unidades federativas, que ainda é extremamente significativa. E, com isso, reduzir o custo de rações, além de gerar emprego e renda no interior”, afiançou.

Investimentos e confiança

Em sua resposta ao Jornal do Commercio, o titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural do Amazonas), Petrúcio Magalhães Júnior, avaliou que os indicadores positivos apontados pela Conab são um reflexo dos investimentos do governo estadual no Plano Safra 2019/2020, bem como a confiança e o trabalho dos produtores rurais amazonenses – em especial na região Sul do estado que apresenta vocação natural e condição logística e edafoclimática favorável a produção de grãos e pecuária sustentável. 

“No caso do milho, destaque para a distribuição de sementes aos produtores rurais resultado do convênio celebrado entre Sepror/Idam e Conab. Cabe destacar que já está a caminho do Amazonas um novo lote de sementes de para ser doado a produtores rurais. Os números da soja e do arroz são também animadores e devem continuar em um crescimento, pois trabalham em áreas consolidadas, sem a necessidade de desmatamento, e com a tecnologia como aliada. Quanto ao feijão, iremos avaliar os números e buscar ações que visem recuperar a área de produção e melhorar a produtividade”, concluiu. 

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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