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Exército leva internet ao interior

Em poucos meses o ribeirinho estará conectado ao mundo por meio da internet. O avanço tecnológico é viabilizado pelo programa Amazônia Conectada, capitaneado pelo 4º CTA (Centro de Telemática de Área) do CMA (Comando Militar da Amazônia) e Citex (Centro Integrado de Telemática do Exército). Os trabalhos chegam, neste mês, à terceira etapa com a instalação de 600 quilômetros de fibra ótica com extensão entre os trechos de Manaus a Coari (distante 444 quilômetros), e Manaus a Novo Airão (distante 193,5 quilômetros), seguindo em direção às cidades de Barcelos e São Gabriel da Cachoeira. A quarta etapa do programa está prevista para acontecer no segundo semestre em três trechos que vão de Tefé a Fonte Boa, Novo Airão a Barcelos e de Manaus a Itacoatiara.

O trabalho proposto pelo Exército à descentralização da comunicação no Estado é inédito no mundo.
Os cabos de fibra óptica são instalados de formas subfluvial e terrestre. Nos dois primeiros estágios dos trabalhos foram implantados 250 quilômetros de fibra óptica, com investimentos de R$17,2 milhões. Cada etapa viabilizou o fornecimento de internet com capacidade de 10 GB. Hoje, os municípios de Tefé e Coari já recebem o sinal da banda larga.

De acordo com o chefe do 4º CTA, tenente-coronel Marcelo Corrêa Horewicz, o projeto tem a finalidade de fornecer internet de banda larga aos 62 municípios do Estado e assim, facilitar o acesso à comunicação às comunidades mais distantes. Ele explica que o acesso à web contribuirá para o desenvolvimento social e econômico de cada cidade e por fim, do Amazonas. Escolas, hospitais, órgãos públicos e demais instituições terão mais celeridade nos processos diários das atividades e melhores recursos para desenvolver os trabalhos.

“A comunicação e o fornecimento de internet ao interior do Estado ainda é muito deficitária. São locais isolados e a comunicação é basicamente realizada por satélite, o que faz com que a banda seja muito limitada. O cabo óptico faz com que a comunicação seja mais rápida e com maior capacidade em relação à satelital. O programa consiste de lançamentos de cabos subfluviais no leito dos rios da Amazônia de forma que a banda larga chegue aos municípios por meio de infovias”, explicou.

Segundo o tenente-coronel, a primeira cidade a ser beneficiada pelo programa é Tefé (distante 524 quilômetros). O município recebeu cabos de fibra óptica na segunda etapa do programa e deverá receber novas instalações a partir do segundo semestre, no quarto estágio dos trabalhos.

“A primeira cidade a ter volume de atendimento aumentado será Tefé porque ao mesmo tempo que cabos subfluviais de fibra óptica estão sendo lançados, cabos terrestres também são instalados.
O sinal chega pelo rio e a partir da cidade chega às escolas, aos hospitais, aos órgãos públicos do legislativo, do executivo e do judiciário, e também à área militar”, frisa.

O projeto é realizado por meio de parceria com órgãos públicos e privados. A disponibilização da internet ao cidadão acontecerá por meio de uma empresa privada que recebeu autorização para o fornecimento do sinal após o primeiro chamamento público. A empresa está em fase de cadastro das empresas e pessoas físicas solicitantes do serviço. O atendimento inicial abrangerá as cidades de Coari e Tefé.

A instalação dos cabos subfluviais da terceira etapa do projeto será executada no final do mês de abril no trecho entre a capital, Manaus, e Coari. Logo após, os trabalhos acontecerão do trecho entre Manaus e Novo Airão. O cabo óptico será fornecido pela empresa Nexans, da Noruega.

O material está em Manaus armazenado em uma balsa e aguarda o trajeto da balsa até ao local do lançamento. A terceira etapa contará com investimentos de R$15 milhões e previsão para conclusão dos trabalhos em junho deste ano. Serão instalados 600 quilômetros de fibra óptica subfluvial que fornecerão 100 GB de internet.

“O cabo está na balsa em Manaus. Estamos nos preparativos para a saída dessa balsa para o lançamento de Manaus a Coari e depois, de Manaus a Novo Airão em direção a Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, atingindo o Norte do Amazonas”, adiantou Horewicz.

Conforme o chefe do 4º CTA, não há como prever o período de conclusão dos trabalhos e o alcance a todo o Estado. Ele explica que o Exército depende de orçamento para realizar cada trecho dos trabalhos. “É difícil dizer quando todo o Estado será alcançado porque há o problema do custo. É necessário o recurso para investir em cada etapa do trabalho.

Estamos planejando o quarto estágio que irá de Tefé em direção a Tabatinga, com extensão até Fonte Boa. No rio Negro, de Novo Airão até Barcelos e também de Manaus até Itacoatiara. Estamos na fase de captar recurso financeiro e isso depende da situação econômica do país”.

Custos

Na terceira etapa do programa o Exército contratou várias empresas para atuarem nas diversas etapas do estágio, o que viabilizou redução de 50% dos custos em relação à etapa anterior, quando uma empresa foi contratada para executar todos os trabalhos.

Com a chegada da internet em cada município haverá redução extrema nos custos com o sinal. Hoje, um provedor paga por 1 MB o valor de R$7 mil. Enquanto com a internet do programa esse valor será equiparado ao cobrado pelo serviço em Manaus, com preço estimado em torno de R$200 por 1 MB.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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