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Eu, profeta

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Por mais que não queiramos, seja doloroso e, a um só tempo, nos cause bastante pesar, não há como um cidadão consciente, erudito ou não, deixar de falar sobre política ou políticos, principalmente quando escreve para uma revista ou um jornal, este é o meu caso para o “Jornal do Commercio”, mesmo que entremeie, em seus escritos, assuntos desprovidos de grande conotação política.

Assim acontece desde junho de 2017, quando preparei o primeiro rascunho. Vi “coisas do arco da velha”, diz o ditado popular, serem maquiavelicamente engendradas no transcorrer do período eleitoral, com o objetivo único, a meu entender, de manutenção do poder, a qualquer preço e custo.

Gente importante fez do “xilindró” a sua morada, condição conquistada por seus atos criminosos, pelas falcatruas perpetradas e cometidas no exercício de seus mandatos ou na gestão criminosa na direção de empresas particulares, autarquias ou diretamente vinculadas ao governo federal ou estadual.

Não sou afeito a ídolos e idolatrias, sejam quais forem, exceto para seres da estatura de um Ayrton Senna ou Pelé, pelo que representaram para o país, nunca pela sua pessoalidade ou para divinizá-los cegamente. A enveredar por estrada tão perigosa, preferiria aplaudir, de pé, a um Einstein e a todos os sábios que se dedicaram às pesquisas em prol da humanidade.

Foram crônicas e mais crônicas por mim escritas para o “Jornal do Commercio” onde teci comentários, dos brandos aos mais fortes, contra todo o desandar moral e ético das autoridades constituídas para bem representar o povo, de forma direta ou indireta.

Minhas palavras, porém, por vezes bastante duras, jamais as direcionei à pessoalidade de quem quer que seja, mas a fatos públicos acontecidos e sobejamente divulgados, posto caber exclusivamente à justiça, apontar nomes, provar, condenar, absolver. Consequentemente, fiz questão de deixar cada carapuça para ser colocada, ou não, pelo envolvido. Poucos não tiveram motivos para fazê-lo.

Retorno, aqui, à minha fala de que não tenho ídolos, heróis ou, muito menos, “mitos” para idolatrar. Entretanto, deixo claro que respeito profundamente todos os seres inteligentes, determinados, autossuficientes e corajosos, com atitudes firmes e ousadia nata para se contraporem à corrupção instalada, o que finalmente aconteceu, fazendo vingar todos esses atributos que nós outros não possuíamos ou faltou oportunidade para demonstrar, externando a revolta que nos consumia e angustiava, interiormente, a cada um.    

Enfim sós. E foram felizes para sempre. Céu na Terra. Redenção. Brasil promissor de todos os sonhos. EU AVISEI: os crápulas e os corruptos em geral têm muito a perder. Eu sabia que não iriam dar tréguas. Aumentariam o que fosse de pequeno porte e simples solução. Provocariam. Criariam “fatos” inexistentes. Surrupiariam a verdade. Plantariam o ódio e, por vezes, caluniariam.

Não estou aqui para defender adultos vacinados da sanha inescrupulosa daqueles que, por muito pouco, não conseguiram destruir o país, mas a realidade nua e crua salta aos olhos. Reafirmo que não sou adepto de “mitos”, mas trabalhei o quanto pude, com afinco, para mudar o país, pronto para cobrar o que deva ser cobrado.

Assim, é de fazer estarrecer o mais brando dos cidadãos de bem quando nos deparamos com uma avalanche de acusações, deturpação proposital de termos e frases pronunciados, deboches, invencionices descabidas, inserções indevidas, com interpretação unilateral e maliciosamente tendenciosa de pronunciamentos, propositadamente direcionadas para o desgaste moral e conceitual de quem se deseja diretamente atingir.

Todo esse arsenal de impropérios já seria indesejável se atribuídos ao cidadão comum. Quando o atingido representa uma entidade jurídica diferenciada, a sua queda moral poderá provocar danos consideráveis à Nação, posto que a calúnia e a difamação criarão asas para transformar-se em algo muito mais sério.

Inconcebível para os brasileiros de bem, mas perfeitamente inteligível, são as atitudes, deliberadamente incisivas e destruidoras, daqueles que usufruíram das benesses oriundas de pactuações danosas ao erário e à Nação Brasileira. A falta de escrúpulos e a pequenez ética e moral permanecem ditando os caminhos de suas pretensões injustificáveis e dos seus frágeis argumentos, vinculados ao obtuso.  

O que não é de assustar reside no fato de que tais impropérios têm sua origem, principalmente, nas ações do que de pior existe no país, quer por incompetência, quer por outros motivos mais sérios, acima do meu julgamento. A última de suas preocupações nem mesmo chega a ser com a Nação Brasileira. Não há como compactuar com o radicalismo. O mal terá que ser extirpado com a paciência de Jó, para que não o seja pela raiz, a fórceps.

Não foi por falta de alerta. Há muito tempo, em minha pequenez, deixo claro, em meus escritos, que a redenção do Brasil será regada de muito suor e determinação dos verdadeiros brasileiros, que já deram o seu recado nas urnas e permanecem atentos às passadas de cada um que, de uma forma ou de outra, os representam.

Ainda seremos iludidos por alguns? O processo de redenção da democracia será longo? A caminhada para o aprendizado será exaustiva? Certamente. Acredito que sim.

Mas o processo para que venham novos tempos, há pouco iniciado, terá a chancela do irreversível, no acalanto do abraço protetor de um povo que, finalmente, acordou do pesadelo estarrecedor da destruição moral e ética para a vida que se avizinha nos braços fortes de um futuro promissor. No meu canto, permaneço atento e otimista.

João Suzano

é escritor
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