Pesquisar
Close this search box.

Ética e ética nas profissões

Ultimamente, a questão da Ética, em geral, e da Ética nas profissões, em particular, tem merecido grande destaque na imprensa brasileira e internacional, com os recentes acontecimentos envolvendo Senadores, Deputados, Vereadores, Secretários Estaduais, Secretários Municipais, empresários, bancários e tantos outros profissionais liberais. Frequentemente, os alertas dessas notícias são divulgados pelas mídias jornalísticas de maneira alarmista, sem levar na devida consideração da discussão certas questões que estão no cerne do problema.
Comecemos informando que Ética (palavra latina ethica) é um campo de reflexões filosóficas que busca conhecer as relações entre os seres humanos, entre estes e a natureza e seu modo de ser, de pensar e de agir. O estudo da ética teve inicio com os filósofos gregos, e hoje abrange várias áreas do conhecimento como sociologia, psicologia etc.. Historicamente, as doutrinas éticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e sociedades como resposta aos problemas básicos apresentados pelas relações entre os homens e de seu comportamento moral afetivo.
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C.* 322 a.C.†), ao se referir à Ética afirma “o estudo da ética deve enfatizar o preparo do indivíduo para que o mesmo possa viver em sociedade. Há, portanto, um campo comum entre ética e política. A ética deve estabelecer o princípio de ação virtuosa; a política deve enfatizar os homens como um ser social procurando estabelecer os princípios de sua ação racional”…, e é por isso que todas as profissões têm seu próprio Código de Ética, trazendo benefícios recíprocos a quem pratica e a quem recebe o serviço prestado.
É importante salientarmos que o grande mestre grego viveu há mais ou menos uns 2.300 anos atrás, e que situou a Ética, por ele considerada a “ciência das virtudes”, entre a Física e a Política…, é por isso que as ciências filosóficas da práxis devem ser três: a Ética, centrada no agir individual, a Economia, que deveria estar voltada para a práxis doméstica ou para a práxis familiar, e a Política, idealizando as relações humanas que ocorrem dentro do universo da cidade-estado e das cidades-estados entre si (pois ela já foi escrita no período do Império Alexandrino).
O que caracteriza a ética aristotélica e dos seus seguidores, é que ela estuda o agir a partir de uma concepção do homem como sendo: um animal político, que tem linguagem e muitas vezes agem logicamente (ou deveria fazê-lo) e que precisa desenvolver-se dentro de uma sociedade concreta, num período de tempo, dentro de formas concretas de governo de uma cidade, se quiser ser feliz. O ideal de Aristóteles então é o do homem virtuoso, significando a virtude uma força, um vigor, uma excelência relacionada aos valores práticos e intelectuais da existência.
O mais virtuoso seria o mais capaz de realizar-se como homem, atingindo assim a felicidade (eudaimonía), meta procurada por todos. Esta felicidade supõe certo equilíbrio de bens, pois o homem, ser complexo, não busca simplesmente um único bem. Precisa de ar para respirar, de comida e de bebida, de saúde para sentir-se bem, de algum dinheiro, de alguns amigos, de algum reconhecimento público e respeito por parte da sociedade ou do estado, e precisa até ter algum tempo para poder dedicar-se às reflexões filosóficas, metafísicas, bem como precisa assistir a algumas representações teatrais, para, participando das tragédias, crescer moralmente.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar