Os estudantes que invadiram a reitoria da UnB (Universidade de Brasília) decidiram ontem, em assembléia, manter a invasão e paralisar as aulas amanhã, quando a tomada do prédio completa uma semana.
Os alunos se mantêm firmes na idéia de só deixarem o prédio após a renúncia do reitor, Timothy Mulholland. Segundo o movimento, a assembléia reuniu 1.600 alunos. A UnB não soube dizer o total de participantes e a Polícia Militar não estava presente.
Além da manutenção da invasão, os alunos decidiram interromper negociações com a reitoria até que a água e a luz sejam religadas -ambas foram cortadas na segunda-feira.
O movimento de invasão, no entanto, encontra resistência entre os próprios estudantes e funcionários da universidade.
“Eles fazem poucas disciplinas, por isso invadem. Nós, que cursamos muitas matérias, temos que estudar. Não vamos paralisar na sexta”, disse Angélica Queiroz, 19, aluna de engenharia civil. Por outro lado, a estudante de Letras que se identificou como Raiana diz ser a favor da paralisação das aulas. “A greve vai depender de um apoio maciço dos alunos ou não vai funcionar”, afirmou.
Manifestações contrárias à ocupação esquentaram o clima pela manhã, quando cerca de 300 servidores e professores da Universidade de Braília foram à reitoria, em apoio ao reitor. Alunos e um servidor, que não quis de identificar, acusaram a Prefeitura da UnB de ter coagido servidores a participarem do ato. A UnB nega.
“Desde quinta-feira, a reitoria não funciona, temos editais com data marcada e concursos para a contratação de funcionários. Não se consegue reivindicar sobre pressão”, disse a professora Denise Rezende, do curso de biologia.
João Victor Venâncio Medeiros, 18, aluno de artes cênicas que caiu anteontem à noite de um dos andares do prédio, passa bem e já retornou à reitoria.
Depois de o reitor ter dito, ontem, que a invasão poderia atrasar o pagamento de funcionários, os alunos afirmaram hoje que estão permitindo a entrada de funcionários. Um peso que recai sobre os alunos, principalmente os vinculados ao DCE (Diretório Central dos Estudantes) é a multa determinada pela Justiça de R$ 5.000 por hora de invasão.
O total acumulado até ontem era de cerca de R$ 700 mil. Eles estão recorrendo.
Mulholland foi intimado, na noite de ontem, a depor no Ministério Público do Distrito Federal, na próxima quarta, para explicar as relações entre as fundações de apoio e a UnB. Ele foi acusado em ação de improbidade administrativa de usar de forma `ilegal” recursos que deveriam ser destinados a pesquisa na decoração de apartamento funcional.
Estudantes mantêm invasão e querem paralisar aulas na Universidade
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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