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Estrangeiros vencem duelos com técnicos locais; rico em finalizações, Brasileirão é pobre em eficiência

No Brasileirão dos técnicos estrangeiros, eles estão em vantagem: em 53 confrontos entre times dirigidos por treinadores forasteiros e nacionais, os importados venceram 17 e perderam 15, com 22 empates. Os estrangeiros conseguiram 45,2% dos pontos, enquanto os brasileiros ficaram com 41,5%. Os times comandados por estrangeiros ocupam até aqui quatro das cinco primeiras posições da classificação do Campeonato Brasileiro.

A exceção é Luiz Felipe Scolari, o Felipão, técnico do terceiro colocado Athletico-PRPalmeiras e Corinthians são treinados pelos portugueses Abel Ferreira e Vítor Pereira, respectivamente líder e vice-líder da classificação. O Atlético-MG, quarto colocado, é treinado pelo argentino Antonio Mohamed, e o quinto colocado Coritiba, pelo paraguaio Gustavo Morínigo.

No confronto direto com times comandados por brasileiros, o desempenho dos times orientados por estrangeiros é maior quando são mandantes (53,1% x 48,7%) e também quando visitantes (37,2% x 34,6%). As diferenças estão pequenas, mas assim é o futebol, um jogo de baixa pontuação onde quem faz mais leva tudo e joga a crise para o outro lado. Ainda assim, Flamengo e Internacional substituíram treinadores forasteiros por nacionais. O Cuiabá fez o inverso, embora ainda não tenha comando o time dentro de campo e, por isso, o resultado do Cuiabá não é considerado.

Com nove treinadores estrangeiros já tendo atuado nesta edição (novamente, o Cuiabá ainda não jogou sob o comando do português António Oliveira), o Brasileirão está mais ofensivo. A edição deste ano tem a segunda maior média de finalizações da década, 25,1 conclusões por partida, atrás apenas da edição de 2019, dominada por dois Jorges estrangeiros (Jesus e Sampaoli): 26,6 finalizações.

Maior produtividade x menor eficiência

Assim como ocorreu em 2019, maior ofensividade não significa necessariamente melhor desempenho: a eficiência das conclusões é a segunda pior da década. Os times estão precisando de 11,2 finalizações para fazer um gol (em 2019 foram 11,8). A melhor eficiência do período foi conseguida em 2013, quando os times fizeram um gol a cada 9,5 tentativas, sem contar gols contra.

Como mostra o gráfico abaixo, os mandantes voltaram neste ano a ter melhor eficiência do que os mandantes em finalizações por gol feito (sem contar gols contra), o que não acontecia desde o início da pandemia. Como se trata de eficiência, quanto menor o número de finalizações por gol feito, melhor. A eficiência geral tende a acompanhar o desempenho de quem faz mais gols, caso dos mandantes, mas depende também do total de finalizações.

Em busca dessa eficiência, de modo geral as equipes estão finalizando mais de dentro da área: 54% de todas as finalizações foram feitas de dentro da área, maior marca dos últimos dez anos. Consequentemente, 89% dos gols do Brasileirão 2022 foram marcados em finalizações de dentro da área, a maior marca da década; a segunda maior ocorreu em 2016 (87%).

Mesmo com as equipes finalizando mais de dentro da área, de onde é menos difícil fazer um gol, em 2022 estamos vendo as equipes acertarem o alvo apenas 35,6% das vezes, menor índice de finalizações certas dos últimos dez anos. O maior índice de finalizações certas foi alcançado em 2019 (37,4% de acerto). Há sinais de que neste ano as defesas estão muito mais fechadas: de todas as finalizações, 26% são desviadas pelas defesas e não chegam ao gol, maior marca em dez anos.

Junto com o crescimento da ofensividade, aumentou o número de gols contra. Foram dez nas dez primeiras rodadas, maior marca da década. A média de gols contra nos últimos nove anos era de 5,3 para as dez primeiras rodadas. A edição deste ano tem praticamente o dobro da média.

O número de pênaltis neste ano cresceu 31,7% em comparação com a média das últimas nove edições, que incluem jogos pré e pós a adoção do VAR. Este é o quarto ano com VAR, e a média de pênaltis nas três temporadas anteriores estava em 29,7 para dez rodadas. Nesta edição foram marcados 32 pênaltis, segunda maior marca para as dez rodadas iniciais (atrás apenas de 2020, quando houve 37), e que viraram 25 gols, também a segunda marca (foram 29 em 2020).

Com o aumento no número de pênaltis e de gols contra, a média de gols do Brasileirão está em 2,35, a quarta maior da década. Nos últimos dez anos, a maior média foi de 2,61, em 2013.

A edição 2022 do Brasileirão também está marcada por uma explosão no número de cartões amarelos e vermelhos. Até aqui, foram mostrados 526 cartões amarelos, segunda maior marca da década atrás apenas da edição de 2015, quando nas dez primeiras rodadas houve 547 amarelos. Também foram mostrados 32 cartões vermelhos, terceira maior marca da década atrás de 2020 (37) e 2015 (35).

Mandantes x visitantes

Os visitantes estão com o terceiro melhor desempenho das últimos dez temporadas, tendo conquistado 37,3% dos pontos disputados contra 51,3% dos mandantes, que ainda não conseguiram retomar o patamar de desempenho de antes da pandemia de Covid 19, como mostra o gráfico abaixo, apesar da volta ao público aos estádios e do recorde de torcedores pagantes nesta temporada. As informações são do G1.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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