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Este é o papel de Dedé

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Quando o menino José Rainilton Marques de Almeida, o Dedé, saiu da cidadezinha de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, naquele ano de 1971, nem de longe imaginou que um dia se tornaria um grande empresário. Com onze anos de idade, nem ler ele sabia.

“Meu pai havia ido embora da cidade um ano antes para trabalhar nos garimpos do Pará. Em 1971 minha mãe recebeu uma carta dele dizendo para ela vir ter com ele em Belém. Ela pegou os quatro filhos, um ficou com meu avô, viajou de pau de arara até Fortaleza, quase 350 km, e de lá conseguiu vir num avião da FAB até Belém”, lembrou Dedé.

Em Belém a família Marques de Almeida foi morar numa invasão. Para conseguir algum dinheiro, a mãe de Dedé costurava e cozinhava para fora, e fazia peças de artesanato, como flores de isopor. Mesmo com todas as dificuldades ela teve mais cinco filhos na capital paraense.

Naquele mesmo ano Dedé foi, finalmente, matriculado numa escola mas, devido não saber ler nem escrever e estar com onze anos, era ridicularizado na escola.

“Devo muito à professora Nair. Foi ela quem me alfabetizou e deu toda a proteção para mim na escola. Certa vez ela disse que um dia eu seria governador do Rio Grande do Norte. Se tivesse dito que eu viraria um empresário, teria acertado”, brincou.

Em 1979, então com 19 anos, estudando na Escola Salesiana do Trabalho, Dedé começou a trabalhar com artes gráficas. Começava ali sua ligação com gráficas, impressoras e papéis. 

De gerente a dono

Rymo distribui produtos da Kodak, papéis importados do Canadá, para o Pará, Maranhão e Roraima.

No ano seguinte começaria a ascensão profissional de Dedé. Depois de trabalhar por um ano na Grafisa, grande empresa do setor gráfico, em Belém, ele foi chamado pelo diretor da Escola Salesiana do Trabalho para gerenciar a gráfica da escola onde um dia estudara e sofrera bullyng.

“Trabalhei na Escola Salesiana de 1981 a 1984, quando um dia diretores da Kodak, que lá estiveram, me convidaram para trabalhar na Kodak, em São Paulo. Perguntei ao diretor da escola o que ele achava e ele me mandou ir”, contou.

Trabalhando na Kodak, Dedé aprendeu tudo sobre a empresa e seus diversos produtos. Passou a viver entre São Paulo e Belém vendendo os produtos da empresa. Nessa época, 1985, ele se tornou funcionário da Rymo, distribuidora dos produtos da Kodak para o Norte. Em 1986 Dedé foi mandado para Manaus, para gerenciar a empresa na capital amazonense.

“Com seis meses em Manaus, o dono da Rymo me ofereceu sociedade na empresa. Comecei com 1% de participação, depois 5%, 30%, 49% e finalmente, em 1995, eu comprei a Rymo. Foi a partir daí que inclui os papéis no nosso portifólio, mais de 200 tipos de papel, do mais refinado àquele grosseiro, de enrolar prego”, explicou.

Nesses 24 anos à frente da Rymo, Dedé só expandiu a empresa. Além do Amazonas, o empresário também distribui os produtos da Kodak, que ele nunca deixou de vender, mais os papéis importados do Canadá, para o Pará, onde antes ficava a sede da Rymo, o Maranhão e Roraima.

“A Rymo hoje se divide em três segmentos: 50% com papéis de imprimir e escrever, e 50% com material para comunicação visual, e loja de varejo que atende aos mais variados negócios”, revelou.

Esta semana o empresário recebeu um diploma e um troféu concedidos pelo Tribunal de Justiça do Amazonas distinguindo a Rymo como ‘Empresa Amiga da Justiça’.

“Tenho orgulho em dizer que a Rymo se encontra atualmente entre as 200 empresas que mais contribuem com ICMS para o Amazonas. Somos a única empresa no Norte e Nordeste a ter tanta variedade de produtos no segmento gráfico, de impressão e papéis”, destacou. 

Ponto de Vista——————————————————————————————————————————–

Empresário que não para de investir e acreditar no Brasil, Dedé Marques aposta que no governo Bolsonaro o país tem tudo para alavancar na economia. Apesar de achar que a economia do país está parada, continua a lançar novos e inovadores produtos em suas distribuidoras. 

“A Rymo trabalha 50% com papéis de imprimir e escrever, e 50% com material visual, e loja de varejo”, José Rainilton – Dono da Rymo

Jornal do Commercio: Como está a economia do país atualmente?

Dedé: Está parada porque tem muito o que se realizar, mas Bolsonaro está tendo a força para fazer o que tem que ser feito, como a reforma da previdência, e em breve a reforma tributária e política. Não vai ser fácil, mas precisamos de segurança jurídica. Só assim os empresários externos investirão no Brasil com força. Eu acredito no Brasil. 

JC: Como conseguiu montar uma empresa com tantos produtos aparentemente complexos e difíceis de encontrar no mercado?

Dedé: Complexidade é possível para qualquer pessoa, depois, os produtos que vendo são cinéticos. Todos são interligados. Um puxou o outro, em muitos casos, um depende do outro. 

JC: E você não para de trazer novidades, inclusive nos papeis.

Dedé: Empresas que antes produziam papel jornal pesquisaram e hoje produzem outros tipos de papel. Em 2011 foram vendidos 550 mil toneladas/ano de papel jornal no mundo; este ano foram apenas 165 mil toneladas. A empresa canadense, para a qual trabalho, está produzindo um papel que barra a gordura. Pode-se colocar qualquer comida gordurosa sobre ele, que não transpassa, além do papel de seda para enrolar presentes. Lançarei os dois, em 2020, no mercado do Amazonas e nas demais distribuidoras. 

Guia Rápido

Nome: Rymo da Amazônia

Fundação: 1995

Segmento: Produtos gráficos, de impressão e papéis  

Funcionários: Mais de 100

Sede: Av. Ajuricaba, 1005 – Cachoeirinha    

Site: www.rymo.com.br

Telefone: 2101-9292                   

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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