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‘Estamos incentivando um distrito de inovação’, diz Radyr Júnior

Secretário municipal de Trabalho, Empreendedorismo e Inovação, Radyr Júnior diz que o projeto de revitalização do Centro Histórico de Manaus trabalha principalmente a implantação do distrito de inovação, possibilitando a geração de mais empregos e renda à população.

Segundo ele, a grande meta é tornar a capital do Amazonas numa cidade inteligente, mais humanizada, reunindo uma infraestrutura digital com aplicativos de última geração, a exemplo de outras grandes capitais do Brasil e de países do exterior.

Ao mesmo tempo, essa digitalização vai poder fomentar a criação de novas startups que hoje empregam mais que grandes conglomerados do mercado, explica o secretário.  A construção do teleférico e a reestruturação do Casarão Cassina, conhecido popularmente como Hotel Cassina, também passam por esse ousado projeto de largo alcance social e econômico.

Com uma história de 120 anos, o novo Casarão da Inovação Cassina vai se tornar um centro de serviços, sendo uma referência para um inovador espaço de coworking (grande centro de negócios).

“Quanto mais o governo se torna digital, mais sobram recursos para investimentos e incentivos”, afirma o secretário. Outro objetivo é incentivar a população a voltar ao centro da cidade, fomentando novos empreendedores, permitindo a venda de artesanatos com foco nas peculiaridades culturais da região – um grande atrativo para quem vem de fora.

Radyr Júnior explica que a proposta de operacionalizar todos os serviços públicos de forma digital envolve praticamente todas as secretarias municipais, em especial a Semtepi (Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação) e Semef (Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Inovação).

 “São pilares de desenvolvimento amparados na concessão de incentivos fiscais e na desburocratização dos serviços para fomentar o surgimento de novos empreendedores, gerando mais empregos e renda à população”, ressalta Júnior.

Os incentivos virão em vantagens no ISS (Imposto sobre Serviços), nos alvarás de funcionamento e menos burocracia para novos empreendimentos. O secretário afirma que a extrema rigidez nas questões burocráticas acaba afugentando muitos empreendedores.

“Queremos dar mais facilidades para atrair novos negócios e simultaneamente incentivar a cultura do empreendedorismo em Manaus”, acrescenta o secretário.

Jadyr Júnior falou com exclusividade ao Jornal do Commercio.

Jornal do Commercio – Nos dias de hoje, inovação envolve uma questão muito específica. Qual é a grande função da Semtepi?

Radyr Júnior – Envolve trabalho e empreendedorismo. Traz  pra gente a responsabilidade do desenvolvimento, com serviços voltados à empregabilidade, possibilitando mais empregos e renda.

Nossa proposta é fomentar políticas públicas de empreendedorismo. Manaus tem uma cultura empreendedora muito forte. E também pretendemos acompanhar os rumos da tecnologia de inovação que avança a cada dia. São esses os principais pilares.

JC – Pilares soam sempre como grandes desafios….Como está essa proposta da prefeitura de inovar?

RJ – Hoje, os jovens estão mais direcionados para o empreendedorismo. A inovação é um desafio. A prefeitura busca contextualizar suas ações dentro desse mundo permeado de alta tecnologia.

Precisamos gerar nossa primeira especialidade que é criar oportunidades. Inovação e avanço não existem sem a concessão de incentivos.

Temos entendimento que quanto mais o governo se torna digital, mais sobram recursos para investimentos e também para incentivos.

Temos obrigação de implementar um distrito de inovação e já estamos fazendo isso no Centro Histórico de Manaus.

O Sine Manaus vem trabalhando a questão da empregabilidade e direciona também para o empreendedorismo.

Não se pode formar um empregador sem a capacitação. E isso estamos desenvolvendo. Decidimos focar também no empregador.

Estamos trabalhando pra tirar da informalidade pessoas que há muito tempo empreenderam, mas nunca tiveram oportunidade pra se tornar um microempreendedor individual.

Pra sair da margem da sociedade. E focando no público jovem, estamos implementando o distrito de inovação.

Em breve, o prefeito David Almeida deve entregar a regulamentação da lei de informática que concede incentivos fiscais e extrafiscais para o ambiente de inovação, tudo o que é preciso.

Vamos incentivar sturtups e atividades que envolvem escritório de advocacia, contabilidade, voltados para o ambiente de inovação. E ainda, barbearias e restaurantes vão poder gozar desses incentivos.

Tudo dentro da abrangência do quadrilátero do Casarão Cassina . A prefeitura vem avançando muito em criar oportunidades nesse sentido.

JC – Qual a razão de delimitar essas novas iniciativas no quadrilátero do Hotel Cassina?  

RJ – Em janeiro, tivemos uma consultoria da Porto Marinho. O Cláudio Marinho foi o responsável pela instalação do Porto Digital de Recife, que é dono hoje de 6% do PIB de Pernambuco.

E avançamos muito nessa questão. O prefeito criou a Comissão de Revitalização do Centro Histórico de Manaus. Existem prédios no centro que precisam ter um destino correto.

Uns estão abandonados e precisam criar estrutura pra que eles voltem a funcionar. O centro precisa voltar a ser habitado.

As pessoas fugiram do centro. Precisamos incentivar isso com todo o aparato de segurança para o público voltar ao local.

Essa comissão é composta pela Semtepi, que pensa em empreendedorismo, negócios criando ambientes pra que se consiga gerar renda. E também pela Semef que trabalha os incentivos e a tecnologia de informação.

Tem também a questão do planejamento urbano pra que não se cometa erros no crescimento, na revitalização do centro. E ainda a manutenção da cultura. Temos  muita história.

Precisamos respeitar tudo aquilo que foi criado lá atrás. Temos ali carimbada toda a nossa história. Sou filho de seringueiro. Sabemos que tudo aquilo foi criado às custas de quem trabalhou muito no interior do Estado pra construir esses ambientes.

Trabalhamos respeitando tudo isso, implementando um plano de revitalização do centro visando à distribuição de renda e impulsionando a economia de nossa cidade.

JC – Qual o papel do Casarão de Inovação Cassina?

RJ – A ideia é ele não ter nem papel nem gaveta. Vai ser uma ferramenta para que qualquer pessoa possa utilizar seus serviços. Temos um espaço de coworking muito grande.

Uma sala de capacitação pra 50 pessoas, mais segurança, com uma internet boa. O Hotel Cassina é uma estrutura emblemática na implementação da revitalização do Centro Histórico de Manaus. E também para a instalação do distrito de inovação.

O Hotel Cassina está à disposição da população. Temos sturtups locais e também de fora. Já funciona um ambiente de negócios, gerando empregos, distribuindo renda, essa é a ideia.

Já fizemos perto de 3 mil atendimentos dentro do hotel neste ano. O serviço tem que ser agendado.

JC – Qualquer pessoa pode recorrer aos serviços do Hotel Cassina…..?

RJ – A equipe técnica faz o cálculo de pessoas pra não ocorrer aglomerações. Tivemos pessoas que ganharam prêmios e sturtups também.

JC – Hoje, o mundo está mais digital. Como a prefeitura de Manaus pensa na questão de tornar a cidade inteligente, mais digitalizada, mais acessível?

RJ – Tivemos várias reuniões com algumas pessoas de fora do País, avaliando alguns países que tornaram seus serviços mais digitais.

A Espanha é um país que tem 99% dos seus serviços digitais. Lá o transporte púbico é 100% subsidiado.

Então, quanto mais tornarmos a cidade digital mais sobrarão recursos para incentivos. O prefeito criou uma comissão pra tratar de cidades inteligentes.

Estamos trabalhando a questão do conceito de cidade inteligente, mas regionalizando tudo isso. Temos as nossas peculiaridades.

Avaliamos também a questão da mobilidade urbana. Precisamos interligar os serviços de saúde. São mais de 300 unidades básicas de saúde, algo em terno de 500 escolas, que precisam se tornar inteligentes.

JC – A sua secretaria tem a ver com a situação do transporte coletivo e ainda sobre os cemitérios que ainda não estão digitalizados?

RJ – Sim, o transporte público é de extrema necessidade, transportar com segurança é um pilar na nossa inovação.

Vamos trabalhar toda essa questão dos cemitérios no âmbito do projeto de cidade inteligente. Tornando mais acessíveis os dados.

As três empresas que mais empregam em Manaus são três sturtps na área de transporte urbano. Temos que implementar isso pra que a população possar acessar as informações de forma mais rápida.

JC – Como cidade inteligente, Manaus também vai favorecer as pessoas que vêm do interior do Estado?

RJ – Já criamos o Fórum Permanente de Articulação com a ZFM, incluindo a Associação dos Municípios do Estado do Amazonas.

Exatamente pra gente espraiar esse pensamento municipalista. Precisamos levar essa universalização da internet para o interior. Manaus é uma cidade Estado.

Precisamos levar essa evolução da inovação para os municípios digitalizarem nossos serviços. Isso tudo pode ser espraiado para o interior também.

JC – Agora, pode falar um pouquinho da sua história….

RJ– Sou filho de amazonenses, temos raízes nordestinas. Meu pai é da cidade de Itamarati. Estudei no Colégio Salesiano Dom Bosco.

Aos 17 anos, fui emancipado para abrir uma empresa porque já tinha esse tino empreendedor. Trabalhei no governo do Estado, na Casa Civil.

E retornei agora pra tocar essa parte tão importante na cidade de Manaus.

A Semtepi trabalha para gerar empregos e renda, estabelecendo também parcerias com o empreendedor.

JC- O prefeito apresentou o projeto de construção do teleférico. A iniciativa também faz parte dessa nova proposta de incrementar o turismo, gerando empregos e mais renda?

RJ– É um projeto da prefeitura que faz parte da revitalização do Centro Histórico de Manaus.

Então, o prédio da extinta Ceam vai ser entregue para a economia criativa inclusive, para a cultura.

No prédio da antiga Ceaam, pensamos em fortalecer o biobusiness, a nossa bioeconomia, a nossa economia solidária.

Com esse modal de transporte, podemos incentivar as pessoas a voltarem para o centro de Manaus, criando uma central de artesanatos pra dinamizar os negócios.

JC – Fala-se muito sobre o Sine Manaus. Hoje, os indicadores apontam que há uma evolução nas vagas de empregos mesmo diante da pandemia. Qual a razão do sucesso?

RJ –Fomos o primeiro serviço púbico a voltar com o atendimento de balcão durante a pandemia. Fui a Câmara e me comprometi com os vereadores a retomar as atividades.

Temos que ter vagas no Sine para que o empregado nos procure. Tive a satisfação de participar da inauguração de um grande supermercado e lá as 300 vagas de empregos disponibilizadas à população foram através do Sine.

Pude ver no rosto das pessoas a alegria de uma chance de emprego. Decidimos focar no empregador também.

Mas temos uma grande dificuldade de preencher as vagas por conta da experiência e de qualificação.

Fortalecemos também a questão da intermediação da mão de obra. Precisamos humanizar os nossos números.

Pouco importa para Manaus uma pessoa com 20 cursos desempregada. Tornamos o serviço do Sine mais atrativo para o empreendedor e ao empregado.

Pedimos às empresas que deem mais espaço a pessoas com mais idade. Então, o nosso sucesso permeia por essa humanização do trabalho.

JC – Como avalia a questão da supervacinação em Manaus e que mensagem deixaria para alguém que deseja ser empreendedor?

RJ – A prefeitura trabalhou muito forte na questão do avanço da vacinação. E nossa esperança é aproximar mais a população dos serviços públicos.

Fortalecendo a nossa cultura empreendedora através de nossa economia solidária. Então esperamos que a população acredite no serviço público.

Procure as nossas estruturas que vêm funcionando muito bem. A Semtepi vem criando oportunidades para a qualificação.

A Semtepi sempre tem uma oportunidade para orientar como criar, empreender. É a pessoa apostar e acreditar em seu potencial.

JC – Quais são esses incentivos fiscais para fomentar os negócios na área do Centro Histórico de Manaus?

RJ– O primeiro incentivo é a desburocratização de qualquer atividade relacionada ao distrito de inovação.

Muitas empresas acabam desistindo de trazer seus negócios por conta das dificuldades  de conseguir uma licença e reunir documentos necessários para desenvolver as atividades.

Esses incentivos vão dar vantagens no ISS, na questão dos alvarás de licença…..

JC – O polo digital se metamorfoseou?

RJ – O polo digital é o nosso distrito de inovação, está caminhando muito bem. A instalação desse polo incentivador da economia local envolve todos os avanços tecnológicos que percorrem o mundo todo.

É impossível a gente não recorrer a tudo isso para fomentar o empreendedorismo, gerar mais empregos e distribuir melhor a renda.

O estudo de planejamento urbano para revitalização do Centro Histórico também é voltado para o microempreendedor,

Queremos transformar o Sine Manaus no palácio do trabalhador.

Todas essas atividades têm transversalidade. No ato  de suas execuções, pensamos na parte digital sobre tudo isso.

É uma meta da prefeitura de Manaus otimizar todos esses serviços, pensando também na questão da humanização.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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