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Esperança após ajustes, diz Sinduscon

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O presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, considera que 2019 foi um ano de ajustes para o setor. Em especial para o segmento imobiliário, com a maior oportunidade das empresas desovarem estoques e voltarem a apostar em lançamentos, graças a redução gradual da taxa básica de juros e a manutenção da inflação em patamares mais civilizados.

O recuo no custo do dinheiro proporcionou maior facilidade de acesso do consumidor para a compra de imóveis, assim como azeitou os balancetes das empresas, proporcionando maior oferta. De acordo com o dirigente, foi o principal combustível para as construtoras amazonenses aumentarem em 40% o seu volume de lançamentos e conseguirem um incremento de 50% nas vendas ao longo de 2019.

O dado negativo veio das faixas 1 e 1,5 no Minha Casa Minha Vida, onde o setor concentrava a maior parte de seus empreendimentos em tempos recentes. A limitação orçamentária gerou atrasos de até quatro meses nos repasses e uma sensível redução na oferta local desse segmento de imóvel, de resto comprometido em sua demanda pelo desemprego em alta e renda em baia de seu público alvo.

No caso dos empreendimentos comerciais e das obras públicas, o desempenho não foi tão positivo no ano, embora o cenário se apresente menos obstruído para o crescimento, em 2020. No entendimento de Frank Souza, a melhoria nas contas públicas proporcionada pela Reforma da Previdência abre a possibilidade de maior investimento nas obras federais – possivelmente por parcerias público-privadas – que amargaram um ano de estagnação em 2019. 

Localmente, o maior foco de obras se manteve nas obras municipais da capital, dada a situação comparativamente melhor da prefeitura. A maior fonte de preocupação segue no Estado, onde a atuação seguiu restrita ao interior e os investimentos limitados pela dificuldade em equacionar os gastos públicos coma pressão do custeio de Previdência e salários.

A despeito do otimismo para 2020, o presidente do Sinduscon-AM não cita oportunidades para o setor no horizonte. O dirigente avalia que o maior desafio para a construção civil do Amazonas – e também para as demais unidades federativas do país – é simplesmente evitar que o cenário de inflação e juros baixos com maior confiança do investidor se deteriore diante de oscilações da economia e da política em um ano eleitoral como o de 2020.

ENTREVISTA: Frank Souza, presidente do Sinduscon

Jornal do Commercio – O ano foi bom para a construção civil? Quais foram os prós e contras de 2019, para o Sinduscon-AM?

Frank Souza – Tivemos um bom ano para o mercado imobiliário em 2019 e acredito que será melhor em 2020. Tivemos uma redução de juros e chegamos ao fim do ano com 4,5% ao ano. Isso gerou mais facilidade na compra de imóveis, tanto que o segmento aumento em 40% seus lançamentos e, em termos de vendas, vai subir 50%. No caso das empresas, houve redução de estoques. Mas, temos que registrar que o ano foi de ajustes, principalmente no Minha Casa Minha Vida. Salvo engano, não houve lançamentos de médio padrão para cima. Na linha comercial, também não houve lançamentos. Mas, de uma forma geral, o desemprego caiu e o cenário da economia melhorou.

JC – E quanto às obras públicas? Está sendo possível retomar as que ficaram no caminho e vislumbrar retorno nos investimentos para o segmento?

FS – O governo federal vem de muita obra paralisada e acredito que não avançou, mas a gente tem boa perspectiva para 2020, graças à Reforma da Previdência. Na esfera estadual, temos poucas obras, a maioria no interior e poucas coisas na capital, a maioria de manutenção. Espero que 2020 traga mais equilíbrio, apesar das pressões para pagamento de salários. No município, a situação é melhor. A prefeitura tem credibilidade e tem pegado recursos em outras fontes e feito obras, como a da Constantino Nery e na Cidade Nova, entre outras. 

JC – Quais são os maiores desafios e as melhores oportunidades para a construção civil do Amazonas, em 2020?

FS – Dependemos da melhoria do ambiente econômico, principalmente no financiamento bancário. O governo federal estuda novas formas de aplicação na moradia. A gente espera que esse cenário traga mais obras e desenvolvimento e, talvez, parcerias público-privadas. O desafio é manter esse nível de crédito e a inflação em baixa para impulsionar o setor. E que a confiança siga aumentando para garantir a retomada em um setor que emprega muita mão de obra.  

JC – Qual a importância dos 116 anos do Jornal do Commercio para a cidade de Manaus e para a construção civil do Amazonas?

FS – O Jornal do Commercio é uma parte da imprensa, mas uma parte boa. Principalmente por tratar mais a parte comercial. É um veículo isento, de grande credibilidade, que busca a informação segura e retratar a verdade. E tem a tradição de já estar há 116 anos em atividade e seu tempo de existência demonstra sua importância para a cidade. É um canal de comunicação que deve permanecer na ativa.  

SAIBA MAIS 

O Sinduscon-AM é o representante legal das empresas de construção civil do Amazonas e há 40 anos defende os interesses do setor. Atua no desenvolvimento e fortalecimento do mercado imobiliário e de infraestrutura do Estado, participando da criação e reformulação de leis, encontros periódicos com representantes do poder público e entidades bancárias e divulgação de indicadores ao mercado. Nacionalmente, a entidade é filiada à CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e, localmente, à Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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