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Especialistas sugerem renegociação de dívidas para pequenas empresas

Devo, não nego; pago quando puder. A velha máxima popular dos endividados nunca esteve tão em voga como nos dias atuais. A inadimplência, tanto de pessoa física quanto de jurídica, tem crescido muito nos últimos meses. Segundo a última pesquisa da Serasa, o número de empresas inadimplentes cresceu 30% em janeiro de 2009 quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Os pequenos negócios estão entre os que mais sofrem em épocas de crise financeira. Segundo o gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae, Alexandre Guerra, a conversa essencial do pequeno empresário em 2009 será o financiamento do capital de giro. “A crise está impactando os pequenos de duas formas: a diminuição da oferta de crédito no sistema financeiro e o contingenciamento das pessoas físicas. A primeira coisa que as pessoas deixam de pagar são os impostos, depois fornecedores (lojas, luz, gás, aluguel) e, por último, o sistema financeiro”.
Para quem já está devendo no mercado e entrou na ciranda financeira dos juros, uma das saídas, sugere Guerra, é renegociar a dívida. Ele indica este caso para as empresas que, antes da crise, estavam saudáveis. “Muita gente vinha bem em 2008, investindo na compra de equipamentos, de ampliação da empresa. Com a crise, as vendas diminuíram e os objetivos esperados não se concretizaram”. O gerente explicou que para estes empresários os bancos estão abertos à negociação. Para os que já vinham mal financeiramente nos anos anteriores, a situação é mais complicada.
E que tipo de negociação os bancos podem fazer com o pequeno empresário? Segundo o economista Miguel de Oliveira, da Anefa (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), o caminho é o devedor oferecer uma proposta de alongamento da dívida. Se tiver algumas economias, a negociação pode seguir o caminho do “bom desconto”.
Segundo Oliveira, o empresário inadimplente deve antes de tudo identificar o que está acontecendo com sua empresa e adaptá-la à realidade do seu mercado. “Se for o caso, reduzir custos, processos e até mesmo mão-de-obra. Ele precisa identificar quanto suas vendas caíram e fazer um corte de igual tamanho”. O economista da Anefac alertou também para as decisões equivocadas em momentos de desespero. Vender mercadorias abaixo do valor de custo para fazer caixa, pedir dinheiro às empresas de factoring ou a agiotas, procurar linhas de crédito mais altas vender bens importantes para a empresa. Tudo isso só aumenta o problema, disse Oliveira.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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