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Falta de materiais de construção em tempo de Covid-19

Escassez de materiais de construção em tempo de Covid-19

As pequenas obras e reformas foram responsáveis pelo grande volume de vendas dos  materiais de construções durante a pandemia. O aumento na demanda influenciou a escassez de alguns produtos no mercado como itens de manutenções específicas para reparos de instalações elétricas e/ou hidros sanitárias e de produtos (insumos de obra) em quantidade pequenas.

O engenheiro de obras Hiran Junior, atribui a  escassez de tais produtos no estado ao alto custo na logística, o que é complexo, ou  simplesmente caro (modais de transporte terrestre são poucos explorados na região, usando o aquaviário e aéreo) “o processo fabril dos insumos foi compulsoriamente interrompido, por conta da pandemia, assim minguando todo o processo de distribuição nas lojas amazonenses que não dispunha de um bom estoque sofreu”. 

De acordo com o engenheiro, o aumento no número dessas pequenas reformas e construções, durante a pandemia, também trouxe uma defasagem para a indústria do tijolo cerâmico “é um material de consumo elástico, depende de alguns fatores externos para a sua produção. O que aconteceu na verdade, é que ninguém esperava atitudes necessárias, como o distanciamento social, impactando o setor. Onde há a escassez, há alta na demanda, assim alterando o ponto do preço de equilíbrio, porém, logo ajustará, aumentando a produção e alcançando a sua demanda”, explica. 

O próprio isolamento social levou muitas pessoas utilizarem este tempo para investir nessas reformas. De forma atípica, o maior consumos dos produtos finais e insumos ajudou o lojista mantendo o dinamismo da economia. “Houve empresas que não pararam de pagar seus salários, assim fomentando tal comportamento das pessoas.

Apesar de não conseguir atribuir o momento do consumo à uma situação específica. 

O presidente do SINDICER-AM (Sindicato de Indústria Cerâmica  e Olarias do Amazonas), Frank Lopes Pereira, diz que a falta de alguns produtos está atrelado a um conjunto de situações, principalmente das várias necessidades e oportunidades para o consumidor. No ramo dele, por exemplo, as fábricas continuam produzindo, com suas deficiências, e o consumo aumentou. As fábricas de tijolos (Ceramica/Olaria) tem uma deficiência, histórica, para aquisição de material lenhoso para queima dos fornos. O mercado da construção civil estava desaquecido desde 2016. Está havendo uma reação do consumo e automaticamente dos preços também”, avalia. 

De acordo com o representante do setor, algumas fábricas vêm reduzindo sua estrutura de produção nos últimos 4 anos, por isso insiste  que é uma série de fatores que geram essa situação do momento da produção e comércio de tijolos. Ele reitera que desde 2014, os produtos cerâmicos não reajustavam os preços. Atualmente o preço do produto nas fábricas varia entre R$ 380 a R$ 600.

Já o presidente da ACOMAC (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Manaus) atribui a falta de abastecimento de alguns materiais, ao distanciamento geográfico  entre as fábricas de onde esses materiais são produzidos e o Amazonas. “Muitas destas fábricas que atuam em várias regiões precisaram parar as suas produções.  A exemplo as fábricas de tintas no Nordeste. Somente agora estão retomando as suas atividades”.

A capacidade de consumo fez muita gente tirar o projeto do papel e acabou antecipando ou realizando o sonho de agilizar as pequenas obras. “Na minha percepção foram duas causas motivadoras para esse boom no mercado. O confinamento levou as pessoas perceberem a necessidade de fazer reparos, reformas, e até pequenas construções em suas casas. E o outro; o fato de ficarem durante muito tempo no mesmo ambiente motivou a coragem de ampliar esses espaços” .

Logística

Para o presidente do Sinduscon-AM Frank Souza, o estado ainda não está nesse limite de  falta tão significativa de produtos para construção, mesmo porque, devido às  questões logísticas que mantém o Estado longe de outros centros, força o Amazonas garantir o estoque de produtos, dado que a região precisa vencer a distância de trinta dias até a chegada de matéria-prima. “Normalmente o Amazonas  tem um estoque superior em relação a outras capitais porque ele precisa atender essa diferença de prazo. Se você compra pouco você vai esperar no mínimo esse tempo entre a produção e a chegada”. 

O dirigente da entidade sustenta que o setor de material de construção foi um dos segmentos que teve um grande movimento, justificado pelo investimento massivo das obras residenciais. Alinhado a isso ele classifica que o setor da construção civil que tem muito moradia precária e falta de saneamento fez  aquecer o consumo, o que levou  as pessoas investirem na  melhoria desse ambiente. “Fez com que revisassem os seus locais de moradia até para abrandar esta questão de higiene, que é precária”, considera. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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