O Equador está disposto a negociar com as companhias de petróleo –entre elas a Petrobras- depois do decreto que reduziu os ganhos extraordinários das multinacionais de 50% para 1% sobre os preços elevados da commodity, disse na sexta-feira, em Quito, o chanceler brasileiro Celso Amorim.
De acordo com o ministro, o presidente socialista Rafael Correa, com quem conversou quinta-feira durante uma visita à capital equatoriana, mostrou “flexibilidade” e disposição para negociar para “encontrar termos adequados” na relação com as companhias.
“A Petrobras está interessada em manter esta discussão”, acrescentou o diplomata, que falou com Correa pouco depois da assinatura do decreto que reduziu a participação das multinacionais na renda excedente provocada pela alta do petróleo.
Além da Petrobras, que explora 35 mil dos 506 mil barris por dia produzidos no Equador, a medida afetará empresas que têm contratos de participação com o Estado como a Andes Petroleum (China), Repsol-YPF (Espanha), City Oriente (Estados Unidos) e Perenco (França).
“Sobre o decreto de ontem eu não tenho mais nenhum comentário a fazer porque podemos dizer que tive uma conversa franca e positiva com o presidente”, afirmou Celso Amorim à imprensa, depois de um encontro com a chanceler equatoriana, María Fernanda Espinosa. “Em outros aspectos, relacionados à Petrobras, posso dizer que estamos otimistas sobre a possibilidade de encontrar uma solução”, acrescentou.