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Entrevista com Sinésio Campos, pré-candidato do PT à prefeitura de Manaus

Divulgação

Apesar de sua escolha como pré-candidato do PT (Partido dos Trabalhadores ) à prefeitura de Manaus ainda ser objeto de questionamento junto ao Diretório Nacional da legenda, o deputado estadual Sinésio Campos segue trabalhando e fazendo articulações visando o fortalecimento de sua candidatura e construindo suas propostas para o governo municipal. Caso eleito, o deputado sonha em implementar em Manaus, um governo mais próximo da população, descentralizando a administração em subprefeituras zonais. Envolver a população na aplicação dos recursos do município, com o chamado orçamento participativo e, sonha com uma grande via junto a orla do rio Negro, que ligue a região da Ponta Negra ao bairro do Mauazinho. Como parte da nova missão, Sinésio Campos falou de seus planos ao JCAM, bem como sobre a ainda controversa eleição petistas que o elegeu pré-candidato à prefeitura de Manaus.

JCAM: No seu ponto de vista, o que lhe credencia a ser prefeito de Manaus? 

Sinésio Campos (SC): Sempre tive uma participação ativa na política amazonense. Fui eleito em 1996 para vereador por Manaus. Em 1998 fui eleito deputado estadual. São sete mandatos consecutivos de deputado estadual. Sou conhecedor da realidade de Manaus, até porque moro na periferia de Manaus (bairro do São José) há 35 anos. Sou professor de Filosofia,  presidente atual do Parlamento Amazônico, aclamado para o terceiro mandato. Parlamento esse, que congrega as nove Assembleia Legislativas dos Estados da Amazônia Legal. Agora, com 56 anos, pedi essa oportunidade. Sinto-me bastante preparado para discutir em alto nível não somente a crítica pela crítica, mas  discutir as alternativas econômicas, o que queremos para Manaus e quais seriam as propostas para uma administração de sucesso.

JCAM:  Um dos marcos das primeiras administrações petistas foram os orçamentos participativos, nos quais o povo dava a orientação de onde os recursos das prefeituras deveriam ser aplicados. Mas que, após o crescimento do partido essa prática foi sendo esquecida. É seu pensamento aplicar em Manaus essa prática do orçamento participativo, caso o senhor seja eleito?

SC: O orçamento participativo e a transparência na utilização do erário público se faz necessário e está mais atualizado do que antes. Dessa forma, eu entendo que uma das plataformas da nossa pré-candidatura é sobretudo fazer com que o orçamento do município, que  para este ano é da ordem de  R$ 6 bilhões e 200 milhões,  possa ser bem aplicado nas áreas estratégicas, que eu entendo fundamental , na área da saúde, da educação, infraestrutura, segurança e que a população não deve ser convocada somente para votar. Mas também ser chamada para opinar nas prioridade da destinação dos recursos do município.

JCAM: Como em uma cidade da dimensão de Manaus é possível essa aproximação entre administração municipal e população? 

SC: Uma das bandeiras da nossa pré-campanha é tornar a administração bem mais perto das pessoas, do povo. E como a prefeitura, o município pode ficar mais perto das pessoas? Descentralizando a parte administrativa . Por isso defendo as subprefeituras em cada zona de Manaus.  Com isso, essas subprefeituras podem fazer e bem muitas ações pela população . Esse debate por zonas de Manaus e podem trazer a Câmara de Vereadores . Vou continuar defendo que o parlamento tem que ter o seu orçamento de emendas impositivas sendo cumprida. Então, com participação do parlamento, da sociedade, do prefeito e de outros entes federativos, certamente faremos uma excelente administração frente à prefeitura de Manaus. Mas o povo tem que ser chamado antes, durante e depois da eleição. Não apenas para votar, mas também para ajudar a governar.

JCAM: Qual a razão da escolha do seu nome para disputar a prefeitura de Manaus, uma vez que o nome do deputado federal José Ricardo, há algum tempo aparecia bem posicionado nas pesquisas eleitorais. Mas no decorrer dos últimos meses, nas últimas pesquisas, o nome do José Ricardo vinha caindo nas intenções de voto. Essa é uma das razões pela opção do PT pelo seu nome ou tem outro tipo de motivação pela opção do seu nome?

SC:  É bom que se diga que eu já disputei algumas prévias no PT.  Disputei em 2010 com o Praciano e o diretorianos  escolheram ele. Quando terminou, eu fui o primeiro a pegar a mão dele (Praciano) e disse: vamos à campanha. Em 2016 eu fui para as prévias com o Zé Ricardo e ele foi o eleito. Da mesma forma eu fui com ele à campanha. Agora em 2017 teve a eleição suplementar (para governador) e fizemos uma composição eu sendo o candidato a vice-governador. O que eu quero é o respeito à democracia. É o respeito às decisões partidárias. Dos 45 delegados, 25 votaram no meu nome e agora eu não sou candidato de mim mesmo. Sou candidato do partido. Pesquisas são fotografias de momento. É natural que alguém que já disputou campanhas majoritárias vai aparecer melhor posicionado do que alguém que nunca foi, como é o nosso caso. Eu nunca disputei uma campanha majoritária, assim na cabeça. Mas essa fase (da escolha) já foi superada. A decisão foi democrática. Os três candidatos que disputavam a indicação tiveram tempo para se preparar e expor suas ideias e o diretório municipal tem independência. Se não fosse eu, com certeza eu não estaria reclamando. Até porque democracia para mim vale dentro da minha casa e fora da minha casa. Caso contrário a democracia só seria bom quando me favorece. Eu creio que não é esse o caminho.

JCAM: E quanto ao recurso que foi encaminhado à Executiva Nacional do PT, sobre a eleição que resultou na sua candidatura?

SC: Quanto a essa questão de recurso que encaminharam, eu quero dizer que três dirigentes nacional acompanharam o processo de discussão, debates e também as eleições. Então não houve nada que pudesse colocar em dúvida o resultado da eleição. Até porque a eleição foi virtual. As pessoas estavam observando os dirigentes votarem e todo mundo fiscalizava todo mundo. Então foi uma eleição cristalina e democrática. Para mim, se recorreram, temos um grupo jurídico para cuidar dessa questão. Da minha parte como parlamentar e como pré-candidato a prefeito vou continuar fazendo debate das propostas e encaminhamentos para o governo municipal de Manaus.

JCAM: Quais as suas propostas sobre transporte coletivo ?

SC: As nossa vias de mobilidade urbanas, eu creio que a Djalma Batista, Constantino Nery, Alameda Cosme Ferreira, Autaz-Mirim já têm a largura suficiente. Precisa fazer mais viadutos, elevados.  Fazer diferente do que algumas administrações fizeram, como por exemplo, a promessa de BRT . No bairro do São José 2, derrubaram uma escola que era uma referência educacional, com a promessa de passar as vias do BRT. Só que o BRT nunca passou. Outros administradores municipais colocaram inclusive esses “minhocões”, que não deram certo, porque não tinha plataforma, as portas dos ônibus eram do lado contrário, entre outros problemas. Plataformas no inviáveis no meio das ruas, tipos  pseudos terminas. Já gastaram muito nessa questão do transporte coletivo pegando cópia mal feitas de cidades como Curitiba e outras cidades que não deu certo em Manaus. Hoje temos ônibus, táxi, van, Uber, Pop, moto-táxi. Portanto termos que buscar novas soluções que não seja nada do que já foi feito até agora. Nossa realidade é outra com todos esses novos serviços. Se gastou muito para pouca solução. 

JCAM : E quanto ao aproveitamento do espaço da cidade para dar maior fluidez ao trânsito?

SC: Porque a orla da nossa cidade é pouco aproveitada para mobilidade? Porque não se faz uma grande pista ligando a Ponta Negra até o bairro do Mauazinho? Creio que é possível a construção dessa grande pista. Daria um grande fluxo, inclusive para o transporte coletivo. Mas precisamos ouvir a sociedade.

JCAM: Saindo dessa pandemia,  Manaus deverá enfrentar inúmeros problemas do ponto de vista econômico e social. Quais são suas propostas para estimular o emprego e a renda no pós-pandemia?

SC: Manaus tem um orçamento de R$ 6,2 bilhões. Parte desse recurso pode ser utilizada para fomentar os pequenos empreendedores, como por exemplo, o cidadão que está na periferia e que perdeu o seu capital de giro.  Hoje muitos pequenos empreendedores, neste momento, já perderam seu capital de giro. Então tem que ter sim o braço amigo do município para superar esse momento. Temos que fazer a máquina girar. Tem que usar melhor o recurso.

JCAM: Segurança deve fazer parte do poder municipal?

SC: Tem sim. Manaus precisa ter a guarda municipal metropolitana para fortalecer o serviço de segurança não só de Manaus, mas também dos demais municípios da Região Metropolitana. Na questão da segurança é fundamental que os municípios estejam juntos se protegendo, porque se determinado município tem um bom serviço de segurança, isso acaba impactando positivamente os demais municípios das proximidades.

JCAM: Qual sua opinião sobre a mudança do superintendente da Suframa?

SC: Estou trabalhando sobre regularização fundiária. São 20 mil famílias no município do Rio Preto da Eva e Manaus, produzindo e precisam que a Suframa regularize as terras em que produzem. Espero que o novo superintendente converse mais com a sociedade. Que possa dar continuidade à regularização fundiária nessas áreas.

Fonte: Severo Neto

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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