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Entidade afirma que cliente paga pelo luxo

Elisabeth Maciel lembrou a pesquisa de orçamento familiar elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na qual se constatou que 0,68% do total de despesas das famílias brasileiras nas classes média e média baixa é proveniente dos gastos com serviços bancários. “Desde a utilização de conta corrente até o ‘luxo’ de ser cliente de um banco com serviços diferenciados são acrescentados tributos pouco claros para clientes das classes menos favorecidas, atraídos pelas ‘facilidades’ que as agências divulgam aos quatro ventos”, reclamou.
Entre os resultados da pesquisa feita por Marcos Crivelaro, aponta-se que nas famílias de classe média, os gastos com tarifas bancárias variam entre R$ 40 e R$ 90, representando um percentual cujo patamar pode superar 1%, valor superior ao investido, por exemplo, na previdência privada.
Já o cliente de classe mais abastada com condições de concentrar investimentos e contratar serviços em uma única instituição financeira poderá obter desconto ou até isenção das tarifas, de acordo com o grau de reciprocidade com o banco.
Procurada pela reportagem, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), através de sua superintendência de comunicação social disse, em nota divulgada, que as tarifas bancárias representam a contrapartida pelo serviço prestado a um cliente ou usuário do sistema.

Segundo a federação, assim como há taxas referentes ao uso de energia elétrica, saneamento e transporte, também é ‘apropriado’ que os consumidores paguem pela transferência de recursos, assim como pela manutenção das agências e da tecnologia em constante inovação.
Em contrapartida, de acordo com a nota da Febraban, em 2006, foram realizadas mais de 36 bilhões de transações bancárias no Brasil. “No ano passado, as despesas (salários dos funcionários, manutenção entre outros) totalizaram cerca de R$ 14,3 bilhões (10,85% a mais que em 2005). Enquanto os investimentos (aplicação em novos profissionais, aquisição de equipamentos e tecnologia) e, que também tiveram o mesmo percentual de evolução, somaram R$ 5,3 bilhões”, diz a nota.
Mas para a presidente da Adcea, Elisabeth Maciel, há também um problema inerente ao uso do termo “tarifa”. A percepção geral do termo tarifa é de que se trata de um preço imposto ao consumidor para o qual não tem escolha. No entendimento da representante da entidade, as tarifas integram a categoria de serviços básicos como energia elétrica, água, telefone, derivados de petróleo ou planos de saúde, onde não caberiam os serviços prestados pelos bancos.
“O argumento usado pela Febraban de que serviços bancários são indispensáveis aos consumidores e de que nós, consumidores, não temos alternativas senão as oferecidas pelos bancos é uma grande falácia. Então, por que os bancos usam o termo tarifa, ao invés de simplesmente preço do serviço?”, questionou Elisabeth Maciel.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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