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Engenheiros são vitais para desenvolvimento do país, avalia Iedi

Estudo recentemente concluído mostra que os engenheiros desempenham papel fundamental no desenvolvimento tecnológico de qualquer país. Os profissionais estão geralmente associados aos processos de melhoria contínua dos produtos e da produção, à gestão do processo produtivo e também às atividades de inovação e pesquisa e desenvolvimento das empresas.
Um exame do perfil da mão-de-obra empregada em atividades de P&D, nos EUA, revela que os engenheiros compõem, em termos quantitativos, o grupo mais relevante desses profissionais. No caso norte americano, cerca de 36% dos indivíduos que trabalham em P&D são engenheiros. Ainda para ficar no exemplo norte-americano, aproximadamente 46% de todos indivíduos que possuem formação superior em ciência e engenharia e que trabalham na sua área de formação são engenheiros. O percentual é 41% para os que possuem nível de mestrado. Só não é tão expressivo quando a titulação dos profissionais é de doutor, entre os quais, os engenheiros respondem por 19% do total de profissionais.
As informações disponíveis também mostram que os engenheiros não são obviamente os únicos profissionais necessários para as atividades de inovação e P&D e, quanto mais a relação ciência-indústria avança, diversos outros perfis são requeridos para dar sustentação ao desenvolvimento tecnológico: cientistas de inúmeras áreas, como física, química, biologia, computação e medicina; mas também advogados e administradores que gerenciam a inovação e propriedade intelectual, e um número crescente de novas áreas, que atendem aos desafios da maior interdisciplinaridade dos problemas a serem resolvidos e da necessidade de estimular a criatividade no interior das empresas.
De todos os desafios de qualificação profissional que se colocam no curto prazo, talvez o ensino de engenharia seja o maior. Resolver este gargalo não vai solucionar todos os problemas que teremos se quisermos crescer a taxas mesmo que moderadas, mas o enfrentamento desta questão é crucial e talvez também seja um exemplo do que fazer em outras áreas de treinamento e qualificação.

Perfis dos profissionais

A solução não é simples e requer tempo. Há inúmeras discussões associadas aos perfis dos profissionais, ao exame dos currículos, à melhoria da qualidade do ensino, ao melhor preparo dos estudantes para o mercado de trabalho e para o aprendizado ao longo da vida, além da diversidade de tipos de engenharia e modelos de cursos de graduação e pós-graduação. Há também um problema ainda mais grave: parte importante das dificuldades advém das deficiências do conjunto do sistema educacional, da fragilidade da base de recrutamento ao final do ensino médio, que tem sido um obstáculo enorme à expansão da escolaridade superior no Brasil.
A urgência e a importância da questão, contudo, sugerem que os problemas sejam encarados de forma simultânea: não será possível esperar uma ou duas décadas para que a melhoria da qualidade do ensino fundamental e do ensino médio qualifique melhor nossos jovens para o ensino superior e para que seja possível formar mais engenheiros. Também não se deve esperar que as soluções que muitas instituições privadas de ensino superior e empresas têm adotado, de criar programas de treinamento no próprio local de trabalho, consigam dar conta, de forma adequada, do conjunto do problema. São iniciativas elogiáveis, que têm muito a ensinar e que merecem inclusive suporte dos governos. Mas a quantidade de profissionais requeridos e a dificuldade de coordenar as iniciativas individuais sugerem que um papel central no equacionamento do problema cabe aos governos. O tempo que decorre, entre conceber e colher resultado, também sugere que essa ação seja posta em prática de forma imediata.

Perfil internacional

O perfil dos egressos nas áreas em engenharia e em ciências exatas (‘hard science’) ou seus percentuais em relação à população são indicadores muito utilizados, em termos internacionais, para aferir a coerência entre a formação de recursos humanos e a ênfase dos diversos países no desenvolvimento tecnológico e na inovação. O índice é tradicionalmente elevado nos países asiáticos, por conta do elevado percentual de engenheiros, e é menor nos países ocidentais.
A comparação do Brasil com os demais países desenvolvidos ou em desenvolvimento é desfavorável. Na lista dos 35 países com dados disponíveis sobre o percentual de engenheiros entre o total de egressos do ensino superior, segundo a OECD, o Brasil figura com o menor percentual de engenheiros em 2007. Ficamos muito distante do perfil dos principais países da Ásia, mas mesmo quando comparamos com os EUA, onde há um claro problema de estimular os jovens a estudar engenharia e ciências, o Brasil segue perdendo. Esse é o pior desempenho brasileiro em indicadores internacionais relacionados à ciência, tecnologia e inovação.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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