Pesquisar
Close this search box.

Empresas resistem a acesso à internet no ambiente

Quem nunca utilizou a internet no trabalho para assuntos pessoais que atire a primeira pedra. E devido a isso, empresas e órgãos, tanto públicos quanto privados, se dividem em bloquear ou liberar o acesso dos funcionários a determinados sites, principalmente os de mídias sociais, como Facebook e Twitter. Para a estagiária Melissa Pereira, é preciso ter bom senso quando se utiliza a internet no ambiente corporativo. “Eu já trabalhei em um lugar onde era tudo bloqueado, mas lá as pessoas abusavam mesmo, baixavam música, ficavam vendo vídeos e acabavam atrasando o serviço, mas acho que é necessário saber ponderar, porque a internet possui ferramentas que podem beneficiar sua produção no ambiente de trabalho”, disse.
De acordo com Paula Pedrosa, diretora executiva da Paulo Pedrosa Headhunter & Associados – empresa especializada em prestação de serviços na área de RH-, um dos motivos mais comuns que levam as empresas a restringirem o acesso é o uso da internet sem ética profissional. “Quando o funcionário utiliza o horário de trabalho e os equipamentos para outras finalidades, fazendo com que as atividades fiquem em segundo plano”, explica. Outro motivo apontado por ela é que alguns sites e links contêm vírus que podem vir a trazer danos para equipamentos e arquivos da empresa.
A solução que Paula aponta é que o ideal é liberar os acessos apenas em alguns horários. “E conversando com os colaboradores fica mais viável avaliar quais os melhores horários”, destaca a diretora executiva, que ainda diz que a política da empresa com relação à liberação ou não do uso da internet depende de seus próprios colaboradores. “Se ela perceber que os colaboradores conseguem equilibrar as coisas, liberam. Caso contrário, o quadro de funcionários sofre por causa de uma minoria. Um bom profissional não deixa isso afetar a sua produtividade, mas usa o recurso a seu favor”, argumenta.
Ela ainda ensina que para fazer o bom uso da internet no ambiente de trabalho o colaborador deve utilizar os recursos para procurar mais rapidez, para solucionar problemas facilmente, pesquisar sobre assuntos que você precisa se aprimorar em sites de busca, buscar informações importantes para a empresa, economizar ligações com o uso de programas de chamadas a longa distância.
Uma das empresas que restringe o acesso a determinados sites é a Fucapi (Fundação Centro de Análise de Pesquisa e Inovação Tecnológica). De acordo com o security officer, Marcus Carvalho, que é responsável pela segurança da informação da organização inteira, a medida foi adotada após uma análise de risco, em que foi verificado que existem vários problemas que envolvem usuários que utilizam alguns sites, como os de mídias sociais.
Outro local que adotou uma sistema de restrição de sites foi o Crea-AM (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Amazonas), que recentemente aderiu a um software que além do bloqueio, ainda monitora as páginas que são visitadas. “Na verdade foi uma medida para melhorar o nosso sistema e a própria internet, pois antes não tinha muito controle do que era acessado”, destacou o gerente de TI, José Roberto Pimenta.
Pimenta conta que no Crea-AM os sites são liberados de acordo com o a necessidade de cada setor, mas para isso é necessário que o responsável argumente essa necessidade. “Todos os funcionários foram orientados do uso adequado da internet aqui e, além disso, eles também assinaram um termo de responsabilidade”, disse o gerente.
O gerente salienta que é preciso ter consciência de que a internet deve ser usada como acessório para facilitar o trabalho e não como recurso para “matar” o tempo. “Mas hoje em dia, devido a muitos burlarem os bloqueios é muito difícil de encontrar uma empresa que libere todos os sites para os colaboradores”, ressalta Pimenta.

Uso das Mídias Sociais é tendência

Para o diretor da Neotrends, Arnaldo Rocha, a empresa que bloqueia ou limita o acesso do funcionário a determinados sites, inclusive mídias sociais, está andando na contramão das tendências de comunicação. “O aconselhável seria que a empresa criasse uma cartilha orientando os funcionários quanto ao uso das mídias sociais e demais sites”, indica o especialista.
Ele inclusive enfatiza que há muitas pesquisas que comprovam que o profissional produz mais ainda com o uso das mídias. Como o estudo feito pela Universidade de Melbourne, que mostrou que pessoas que utilizam a internet para fins pessoais no escritório são quase 9% mais produtivas do que aquelas que não o fazem. O autor do estudo, Brent Coker, do departamento de administração e marketing, afirmou que “navegar na web por lazer no trabalho”, ou WILB (na sigla em inglês), ajuda a a‑ primorar a concentração dos empregados.
“As pessoas precisam relaxar um pouco para voltarem a se concentrar”, disse Coker no site da instituição. “Pausas curtas e moderadas, como uma rápida navegação na internet, permitem que a mente descanse, levando a uma concentração total que resulta na produtividade”, acrescentou ele.
O especialista alerta: a empresa que bloqueia o acesso com o foco na produtividade acaba não conseguindo êxito, pois os funcionários podem conseguir meios de burlar o bloqueio ou acessar a internet pelo celular. “O que a empresa pode fazer é cobrar a produtividade”, finalizou Rocha.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar