A confiança do empresário da indústria continua em alta em outubro, revela a pesquisa trimestral Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial), divulgada na sexta-feira pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O índice ficou em 60,4 pontos, muito próximo dos 60,3 pontos verificados em julho, mas 3,8 pontos acima do índice de outubro de 2006, de 56,6. A estabilidade da confiança do empresário no mesmo patamar desde o início do ano “sugere a manutenção do ritmo de expansão da indústria”, avaliaram os técnicos da CNI.
As empresas de todos os portes apontaram confiança em alta. O índice das pequenas empresas ficou em 58,7 pontos, semelhante ao de julho (58,3 pontos) e cinco pontos acima do verificado no mesmo período do ano passado. Entre as de médio porte, o Icei foi de 59,7 pontos neste mês, ante 59,8 em julho e 55,6 em outubro de 2006. As grandes indústrias apontaram confiança em 62,1 pontos, 0,1 ponto acima do índice de julho e 2,7 pontos maior do que no mesmo mês do ano passado.
Segundo a metodologia da pesquisa, resultados acima de 50 pontos indicam confiança positiva. Os empresários respondem a quatro perguntas: sobre a situação atual da empresa e da economia do país e sobre as expectativas para os próximos seis meses também em relação à empresa e à economia brasileira. A pesquisa foi respondida por 810 empresas de pequeno porte, 466 médias e 226 grandes, de todo o país, entre 27 de setembro e quinta-feira (18).
Setores pesquisados
O resultado setorial mostra variações pouco intensas da confiança na comparação com julho. Dos 27 setores pesquisados, dez registraram aumento de confiança. Este comportamento é diferente do observado em julho: a estabilidade verificada naquele mês resultava de variações mais intensas, porém contrárias, na confiança dos setores pesquisados na comparação com a pesquisa de abril. Naquele mês, 16 segmentos industriais registraram aumento na confiança.
Dez setores tiveram queda na confiança (três a mais que em julho). Entre eles o setor de álcool, com queda de 4,5 pontos, tendo se tornado o de menor índice de confiança (47,9 pontos).
A estabilidade na confiança do empresário é resultado de uma melhor avaliação das condições atuais e uma pequena piora nas expectativas. O índice de condições atuais de negócios cresceu pelo quinto trimestre consecutivo, acumulando variação de 7,2 pontos no período. A melhora na avaliação das condições atuais de negócio é compartilhada por todos os portes de empresa, até mesmo as pequenas empresas, cujo índice não superava os 50 pontos desde 2004.
Essa situação é explicada, principalmente, pela melhora na avaliação dos empresários acerca das condições da economia brasileira. Em outubro de 2006, a percepção dos empresários era de piora da economia brasileira, na comparação com os seis meses antecedentes -o indicador de condições atuais da economia brasileira situava-se em 43,1 pontos, bem abaixo da linha divisória dos 50 pontos.
Em 2007, a indústria, como um todo, percebeu uma evolução positiva da economia brasileira -o índice alcançou 55,3 pontos, um crescimento de 12,2 pontos na comparação com outubro de 2006.