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Empresas juniores crescem 110% em Manaus

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Criadas nas dependências das universidades instaladas em Manaus, as empresas juniores estão em pleno desenvolvimento. No último ano, o empreendedorismo registrou crescimento superior a 100%, com um salto de sete para 15 empresas regulamentadas e em atuação na cidade. Para os economistas que avaliam a atuação das instituições, que atuam sem fins lucrativos, a modalidade representa aprendizado para os universitários, e possibilidades de desenvolvimento ao Estado, na área científica e tecnológica.

O presidente da Associação Amazonense de Empresas Juniores, Eduardo Marques da Costa, é universitário do curso de engenharia de produção da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), e conta que o cenário das empresas juniores no Estado está em pleno crescimento. De 2016 até outubro de 2017 o segmento teve crescimento de 110% na criação das empresas.

No total, 15 empresas distribuídas entre diversas IES (instituições de ensino superior) como Ufam, UEA (Universidade do Estado do Amazonas), Ifam (Instituto Federal do Amazonas), Ulbra (Centro Universitário Luterano de Manaus) e Uninorte (Centro Universitário do Norte) contam com a atuação de mais de 170 empresários juniores. As áreas de trabalho também são diversas como: engenharia, zootecnia, agronomia, tecnologia da informação, administração, economia e química.

Segundo Costa, os universitários prestam consultoria na área de graduação, mas os trabalhos não são remunerados e todo recurso arrecadado por meio das atividades é destinado ao desenvolvimento da empresa. As empresas são legalmente documentadas e a vivência dos empresários, no contato com os clientes é similar ao atendimento feito por empresários graduados e atuantes no mercado profissional.

“Temos a oportunidade de vivenciar na prática o que estamos estudando em sala de aula. Aprendemos sobre a vivência empresarial, sobre a gestão de pessoas e a atuação em cargos. Aprendemos a ser disciplinados. Assim, é possível formar empreendedores mais comprometidos e capazes de atuar em empresas privadas ou próprias”, disse. “Vale enfatizar que todo valor arrecadado por meio dos trabalhos é direcionado à manutenção da empresa e aos custos dos projetos desenvolvidos”, completou.

O presidente da associação também citou que o aplicativo iFood. Esse que é um dos apps mais conhecidos para delivery na área de alimentação, é resultado de pesquisa e desenvolvimento em empresa júnior. Em 2016 as empresas, em Manaus, trabalharam em seis projetos, e neste ano, o número expandiu e chegou a 45. A expectativa, segundo ele, é que até o próximo mês esse volume ainda seja mais expressivo.

Entre os principais desafios para o início e para a continuidade de uma empresa júnior, Costa cita a necessidade de encontrar pessoas que estejam dispostas a enfrentar desafios e lidar com a singularidade. Um ponto destacado pelo empresário, é a dificuldade de regularizar uma empresa, no país. Os alunos que decidem iniciar as atividades em uma empresa, são responsáveis por todo o processo de abertura e legalização do empreendimento.

O universitário afirma que o procedimento documental demora mais de 100 dias para ser totalmente resolvido. “Já tivemos casos de alunos que tiveram a iniciativa de comercializar alimentos nas faculdades para custear o processo documental para a abertura da empresa, e no final, deu tudo certo”, disse.

Entre os trabalhos que têm destaque em Manaus, Costa citou o MEU (Movimento Empreendedor Universitário), criado nas dependências da Ufam, é um empreendimento social que auxilia os universitários na criação do próprio negócio; e a empresa Novare Consultoria Júnior, criada por uma equipe de alunos do curso de engenharia de produção da UEA.

O universitário e empresário Lucas Freitas é um dos alunos responsáveis pela empresa, que presta consultoria técnica na área de engenharia de produção, gestão financeira, estratégica e gestão de operações. Freitas relata que os projetos desenvolvidos pela empresa são ofertados por valores estimados em 20% a 40% mais baratos em relação ao valor de mercado. A empresa atua há apenas três meses, conta com dez universitários, e já tem conquistado os clientes.

“Qualquer outro projeto desenvolvido na universidade não nos permitiria ter a experiência que temos, estando à frente de um empreendimento. É uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho, no ramo empresarial e unir a teoria à prática”.
A empresa pode ser contatada por meio das redes sociais: no Instagram NovareJR e no Facebook Novare Consultoria Junior.

Base para o desenvolvimento econômico
Na avaliação do economista Osiris Silva, as empresas júniors são a base para o futuro modelo industrial, do país. Ele explica que é por meio dos trabalhos desenvolvidos dentro das universidades que é possível fomentar novas práticas tecnológicas, pesquisas científicas e as ferramentas da tecnologia da informação.

“Essas empresas contribuem para a formação de parques tecnológicos, ainda inexistentes em Manaus, mas de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e científico de uma cidade, Estado ou país. O crescimento das empresas júniors nos transmite boas expectativas, de mudanças, de crescimento. Mas, sabemos que é necessário investimento por parte do poder público”, comenta.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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