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Empresas do PIM reativam programa de Ação Social

Empresas do PIM reativam programa de Ação Social Integrada

Após fazer diferença nos esforços para conter as perdas de vidas durante o pico da pandemia no Amazonas, em abril e maio de 2020, o PIM está reativando a Ação Social Integrada do Polo Industrial de Manaus. A meta é minimizar o sofrimento gerado pela nova escalada de contaminações, internações e mortes pela doença, que vem sendo registrada no Estado desde meados de dezembro, e evitar que a segunda onda se torne um verdadeiro tsunami. 

Em carta direcionada aos integrantes da Convergência Empresarial Amazônica, a coordenadora da ação social e diretora da Impram (Impressora Amazonense), Regia Moreira Leite, chama a atenção para o “cenário dantesco” da pandemia no Estado e alerta para indicadores objetivos de perdas de vidas e da “elevada contaminação”, agravados pela falta de leitos, de profissionais, de equipamentos, de oxigênio e de insumos básicos –como água potável nas unidades de atendimento. A dirigente acrescenta que, por conta do lockdown, famílias que sobrevivem da informalidade, pessoas que vivem em abrigos, refugiados e comunidades indígenas da Região Metropolitana de Manaus, passam por “estado crescente de vulnerabilidade”.

“Temos atendido em nossa empresa demandas de EPIs de uma unidade pública de pronto atendimento, transformada em PS-COVID-19. Entretanto, entendemos que nossa Ação Social Integrada precisa de urgente reativação/mobilização. No aguardo de vossa manifestação, reafirmo minha disponibilidade e apreço para expressar mais uma vez nossa colaboração e espírito público”, convidou a coordenadora da Ação Social Integrada do Polo Industrial de Manaus.

Assim como no ano passado, a ação social direta está sendo executada pela Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) e Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

Até de abril a novembro de 2020, a iniciativa contabilizou a doação de 242 toneladas de alimentos, entregues a 67 instituições de caridade, beneficiando mais de 60 mil pessoas, em uma ação que envolveu a participação de 50 empresas. Foram doadas também 2.396 toneladas de alimentos para compor mais de 88.500 alimentações gerais para hospitais de campanha. A área de saúde rendeu a doação de 222.500 máscaras (descartáveis e hospitalares), 57.975 viseiras (de injeção plástica e papel cartão), 103 mil pulseiras hospitalares e 15 mil seringas, entregues a 90 hospitais e unidades médicas. 

A lista das atividades executadas diretamente pela indústria teve também a doação de 1.050.070 itens para preparo e embalagens para álcool em gel, 355.131 EPIs, 238.786 materiais e equipamentos hospitalares (respiradores, ECG eletrocardíaco, desfibriladores e tomógrafos, entre outros). Os benefícios incluíram ainda R$ 30 mil em remédios, isenção de energia para hospital de campanha, transporte de dez toneladas de doações, além da montagem e recuperação de respiradores e ventiladores mecânicos. 

Oxigênio e água

Conforme Régia Moreira Leite, os trabalhos da Ação Social Integrada do PIM se concentraram em duas frentes –saúde e social –e praticamente não pararam em 2020, tendo registrado uma breve pausa em dezembro, quando os números ainda não haviam apontado para as dimensões do atual repique. “Depois daquele surto mais forte, continuamos atuando na doação de alimentos e itens de higiene para as populações mais vulneráveis até novembro, quando a situação parecia mais tranquila. Não esperávamos por essa crise, que está desenhando um verdadeiro tsunami, em janeiro”, comentou.

De acordo com a executiva, o diferencial da atual segunda onda vem não apenas dos números, mas também das necessidades: enquanto a maior demanda em abril e maio era por máscaras e respiradores, a necessidade mais premente nos dias atuais é por oxigênio. A empresária conta que empresas como a LG, Whirlpool e demais fabricantes do polo eletroeletrônico da indústria incentivada de Manaus estão doando parte de seu estoque de garantia aos hospitais da cidade. Fabricantes locais como a White Martins também integram os esforços.

“Não sei dizer qual é a capacidade produtiva deles, mas estão trabalhando 24 horas por dia nisso, mas infelizmente a demanda ainda é maior e chega a 70 metros cúbicos diários. Por isso, algumas empresas de outros segmentos estão ajudando ao direcionar para hospitais parte do oxigênio que viria para a fábrica”, comentou. 

Outro item que está sendo mais demandado nesta segunda onda é água potável em garrafas. Régia Moreira Leite explica que isso não se deve à falta do líquido nos hospitais, à necessidade de evitar longos translados dos doentes pelas instalações e aglomerações em torno de bebedouros, contribuindo para evitar a proliferação do vírus. Indagada sobre a quantidade de empresas participantes, a coordenadora da ação social não soube precisar números, mas garantiu que todos os associados já se manifestaram em favor da iniciativa.

“Corresponsabilidade de todos”

O presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento, reforça que esta retomada da Ação Social Integrada do PIM segue em sintonia com a exigência da mobilização de toda a sociedade e que não adianta apenas colocar toda a responsabilidade no setor público. “Há uma corresponsabilidade de todos os agentes públicos, da sociedade civil organizada e, principalmente, do cidadão”, defendeu. 

O dirigente avalia que é necessária uma ação conjunta para salvar, primeiro, as vidas das pessoas que estão sofrendo nos centros de atendimento médico. Em segundo –mas não em menor importância –estaria a necessidade de trabalhar a prevenção da contaminação da doença, incluindo a educação das pessoas na higienização, uso de máscaras e fuga de aglomerações. 

“Temos realmente de ter o trabalho de enfrentamento da crise sanitária pela qual passa o Amazonas. Em decorrência disso, retomamos os trabalhos com mais intensidade, para darmos nossa contribuição. Já foram feitas doações de máscaras de ventilação não invasivas, além de oxigênio. Também estamos recolhendo alimentos para cestas básicas, oxímetros. Todo o trabalho está sendo feito para atender a demanda e minimizar os efeitos dessa segunda onda”, concluiu.    

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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