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Empresas crescem servindo classe baixa

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Nos últimos 20 anos, o brasileiro viu surgir a poderosa classe média que, contando com metade da população do país, sustentou e enriqueceu o mercado produtivo nacional até hoje. Mesmo agora, diante da maior crise que o país já enfrentou, e da perda do poder aquisitivo dessa faixa da população, as classes menos abastadas continuam sendo protagonistas. Os mais pobres são a base de centenas de negócios que só crescem no país. E, sabendo dessa atenção, estão mais exigentes.

Atualmente, 36% da população brasileira -segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) – pertencem às classes CDE, com rendas até R$ 4.720,00. A pesquisa ressalta ainda que essas pessoas, assim como as das classes AB, consomem produtos e serviços de qualidade abrindo os olhos de muitas empresas em atendê-las.

Supermercado

Para reforçar esse dado, muitos estabelecimentos embarcaram nesse tipo de consumidor para crescer as vendas dos seus produtos e serviços.

Em Manaus, por exemplo, o Supermercado Emporio Rodrigues, que começou ancorado na zona Leste da cidade, hoje possui filiais em áreas nobres da cidade, como o bairro Vieiralves, um dos metros quadrados mais caros de Manaus.

Mesmo trabalhando inicialmente com foco na base da pirâmide do consumo, o supermercado vem enfrentando a exigência dos seus clientes das classes CDE, tanto na qualidade dos seus produtos, como nos serviços.

Segundo a gerente do supermercado, Francisca Apoliana, o público do estabelecimento é mais de mulheres e donas de casa. E cada vez mais, elas estão informadas, através da internet e da TV, sobre a qualidade dos produtos que compram no estabelecimento. “Agora, o supermercado que tentar enganar um cliente na venda de um produto de má qualidade está sujeito a enfrentar a Lei de Defesa do Consumidor, uma vez que este cliente já tem a lei na tela do seu celular. E se não houver a troca do produto, ele vai buscar os seus direitos. Por isso, o nosso estabelecimento está cada vez mais oferecendo o melhor para o cliente”, garante a gerente.

Francisca alerta também que o cliente hoje, por conta das novas tecnologias, está mais ciente sobre valores, data de validade e a qualidade dos produtos. “Mesmo sendo localizado na zona Leste, o cliente do nosso supermercado está cada vez mais bem informado. Ele reclama logo se caso alguma coisa não esteja do seu agrado” reforça ela.

Segundo a gerente, no segundo semestre deste ano foram os meses que mais tiveram vendas no estabelecimento. “Só vendemos mais na primeira e na última semana de cada mês. Ou seja, passamos duas semanas com o estabelecimento quase que parado de vendas. O que já vem melhorar no final do ano”, garante Apoliana.

Tecido
Já no setor de vendas de tecidos, a Tapajós Tecidos aproveitou o final do ano para conquistar cada vez mais seus clientes das classes CDE.

Segundo a diretora Comercial da Tapajós, Socorro Tapajós, o grupo possui três lojas na cidade, e uma delas, situada no bairro Mutirão, que atendo as classes de base da pirâmide (CDE), renovou o estoque para o final do ano. “Nesta loja, o nosso cliente pode encontrar o que há de mais básico em tecidos como os: tweed shwe, oxford e viscose. E o que estamos observando, é que houve um aumento na compra dos nossos produtos nesta loja. Os nossos clientes estão cada vez mais acompanhando blogs de moda e as redes sociais, e sempre nos procuram em busca de tecidos para confeccionar seu próprio vestido, principalmente os de final de ano”, salientou ela. Socorro espera que no ano de 2017, os clientes da zona Leste continuem fiéis em suas compras. “E tem mais, vimos que a inadimplência este ano foi bem mais baixa. Os clientes das classes CDE sempre pagam corretamente seus cartões, para não terem nomes negativados. O que muitas vezes não acontece com as classes A e B”, acrescenta.

Seguro

Um caso bem interessante de empresa nacional que atende todo tipo de casse social, inclusive os da CDE, é o da American Life, tradicional seguradora brasileira com mais de 24 anos de atividades.

De acordo com o presidente da empresa, Pedro Pereira de Freitas, a American Life está há 20 anos no mercado brasileiro e dedica-se a oferecer seguros de vida e acidentes pessoais para mais de, 1 milhão de clientes, em um total de 81 colaboradores e 3,9 mil sinistros pagos. “Primeiro, porque o seguro de vida é uma fundamental ferramenta de planejamento financeiro. Segundo e igualmente importante: é que alguns perfis de consumidores são tradicionalmente recusados pelo mercado segurador por, teoricamente, serem de maior risco. Mas, a American Life prefere enxergar estes desafios como oportunidades”, ressalta ele.

A empresa oferece seguros de vida para pessoas com diabetes, mototaxistas, idosos, motofretistas (motoboys), profissionais da aviação e etc. Porém, segundo o presidente, neste contexto, o produto que mais se destacou nos últimos anos foi o seguro funeral. “Este produto realiza todo o serviço funerário ou faz o reembolso das despesas funerárias até o limite do capital segurado. Se incluirmos neste produto uma cobertura de morte, que preveja um valor financeiro para auxiliar os dependentes do segurado por algum período, temos um produto que todo brasileiro deveria ter”, alerta Pedro.

Novas modalidades surgem

Outras formas da seguradora American Life chamar a atenção de novos clientes foi criar, nos últimos meses, seguros no ramo de danos residencial, empresarial e de riscos diversos. “E nos próximos meses lançaremos os seguros viagem, riscos de engenharia, garantia de obras públicas e privadas, entre outros”.

E para financiar um seguro, Pedro explica que o brasileiro acha que todo seguro é caro e por isso, sente dificuldade nas vendas dos seus produtos. “Como não explicamos o conceito que está por trás da precificação, o brasileiro não entende nosso produto. De forma simples, o preço do seguro depende do valor a ser protegido e da probabilidade de algo acontecer. Por exemplo, um seguro de vida, a depender da idade da pessoa, pode custar 1% ou 2% do seguro, igual a de um automóvel. Ainda assim, em regra as seguradoras oferecem o parcelamento em até 4x sem juros do seguro automóvel e cobram juros apenas para parcelamentos em 5x ou mais. E, dada a evolução da economia brasileira, pode-se pagar de diversas formas: boleto bancário, débito automático em conta corrente e cartão de crédito”.

E sobre plano seguro, o presidente ressalta que há produtos de vida a partir de R$ 25,00 por ano. “Uma quantia que cabe no bolso de qualquer brasileiro. Se a pessoa for um pouco mais experiente, com estes R$ 25,00/ano oferecemos o seguro funeral, um produto que todos deveriam ter. Se a pessoa for mais jovem, com estes mesmos R$ 25,00/ano oferecemos o seguro funeral combinado com as coberturas de morte (por causa natural ou acidental) e invalidez por acidente.

Pedro salienta que ticket médio dos produtos da American Life é de menos de R$ 10/mês, ou seja, o público é de brasileiro da classe média, mas atende pessoas das classes B- e D. “Pessoas entre 30 e 40 anos que já têm filhos, família constituída e se preocupam que o inesperado aconteça. Ou pessoas mais jovens cujos pais dependem da sua renda, ou mesmo avós que são importante alicerce financeiro nas casas brasileiras”.

Crescimento de 25% em meio à crise

A American Life faturou R$ 135 milhões em 2015 e a estimativa é de que alcance, até o dia 31 de dezembro deste ano, R$ 170 milhões. ‘Ou seja, apesar da crise econômica que assola o nosso país há 2 anos, cresceremos fantásticos 25% neste ano que está por terminar. Já para o ano que vem, apesar do Orçamento Estratégico não estar formalmente finalizado, entendemos que crescer outros 15% a 20% seja factível”, explica Pedro.

Em relação a fidelidade do público das classes CDE, o presidente ressalta que o consumidor dessas classes sabe muito bem que seus recursos precisam ser bem investidos. “Este perfil de consumidor não pode “perder” seu dinheiro em uma má decisão ou escolha de produtos e serviços. Por isso, precisam sentir segurança nas escolhas que fazem”.

A American Life atua no Brasil inteiro, com Representações nas principais cidades do país. ” A região Norte é uma região importante para nosso crescimento. Não só por já termos parte do nosso faturamento na região Norte, mas especialmente porque percebemos uma boa oportunidade de crescimento. O mercado consumidor da região é pujante e temos certeza de que uma combinação de bons produtos, ferramentas digitais de fácil manuseio e bom atendimento nos levarão longe”, finalizou Pedro.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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