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Empresas apostam nos veículos verdes

Bonitos, práticos, e ecologicamente corretos, os ‘veículos verdes’ – bicicletas, motos elétricas e motocicletas que utilizam tecnologias limpas – ajudam a resolver problemas do trânsito sem degradar o ambiente. Por isso, fabricantes do PIM já apostam no novo segmento que promete fazer o mercado acelerar a partir do próximo mês com expectativa de incremento no setor de duas rodas superior a 16% no primeiro ano.
A Kasinski, uma das primeiras a investir na linha de veículos elétricos leves, anunciou durante o Salão de Duas Rodas em São Paulo, o início da produção de cinco modelos de bicicletas elétricas em novembro na fábrica instalada no PIM.
“Vamos produzir cinco modelos, sendo dois básicos (masculino e feminino), dois intermediários e um top de linha. Temos capacidade instalada para fabricação de 10.000 unidades, mas como estamos criando esse mercado no Brasil, por sermos uma das primeiras fábricas a investir no segmento, vamos esperar para ver como o consumidor vai reagir e aí sim ir aumentando a produção conforme a necessidade. As vendas começarão em janeiro. Estamos otimistas”, destacou o presidente da companhia, Claudio Rosa Junior.
Desde o início do ano, a Kasinski já produz as Scooters Prima 500 e Prima. “As motos elétricas já são uma realidade. Nossa produção é de cerca de 300 unidades por mês, com expectativa de chegar a 3.000 unidades fabricadas até o final deste ano e atingir 8.000 em 2012”, informou.
A Dafra motos, também apresentou um lançamento ‘verde’ durante o evento. A bicicleta elétrica dobrável DBO, terá sua produção iniciada em Manaus no começo do próximo ano e deverá ser vendida a partir de março.
A assessoria de imprensa da fabricante disse que ainda não tem informações de preço e expectativa de vendas fechadas.
A Dafra apresentou também o Smart 125, protótipo de moto elétrica, ainda sem data para lançamento.

Mercado Promissor

Para o Presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Eletrônicos de Manaus), Athaydes Mariano Félix, a linha elétrica trará bons resultados para o setor de duas rodas.
“A produção de veículos elétricos leves já é um projeto antigo que só agora chegou a Manaus. O interessante é que consegue atingir, por seu valor, tanto as classes mais baixas quanto a classe média e por isso é um mercado promissor”, avaliou.
O diretor-executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), Moacir Paes, destaca ainda a importância das motocicletas biocombustíveis. “Quando falamos de veículos verdes, estamos falando também de motocicletas biocombustíveis e o Brasil é o primeiro país do mundo a produzir estes veículos – e o que é mais importante, aqui no Distrito Industrial. No caso dos veículos elétricos de duas rodas ainda estamos no início da produção mas em futuro muito próximo vamos encontrar grande quantidade deles circulando em nossas ruas”, arriscou.
A Sousa motos é a única loja especializada na revenda dos veículos e peças desse segmento em Manaus. O gerente de assistência técnica da loja, João Sousa, informou que o preço médio de uma bicicleta elétrica é de R$ 1.600. A moto está sendo vendida a partir de R$ 4.000.
Ele explica que, por enquanto, as motos e bicicletas ainda são importadas da Ásia e montadas no PIM, pela Alves de Souza, pertencente ao mesmo grupo comercial.
“A expectativa para o ano que vem, é que a montadora tenha um aumento de até 300% na geração de empregos e que o crescimento desse setor específico supere os 16% até o final de 2012”, projetou.

Vantagens e desvantagens

Maria Aparecida de Freitas, ou Cida, como é chamada, é uma das primeiras a aderir aos veículos verdes. Mestre em ecologia pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia) possui uma moto e uma bicicleta elétricas, adquiridas em 2009 e 2010, respectivamente.
“Sou ecóloga, e acredito nas tecnologias limpas e silenciosas para melhorar a vida nas cidades grandes. Eu queria alternativas de locomoção. Primeiro, comprei a moto que uso para percorrer distâncias maiores e a bicicleta para percursos curtos como o que faço diariamente da minha casa até o trabalho. Ela garante uma velocidade de até 40 km por hora sem nenhum barulho e como não precisa de combustível, ainda garante uma economia no orçamento”, contou.
Segundo ela, ainda há outra vantagem. “Por não alcançar altas velocidades não necessita de habilitação e nem de emplacamento”, detalhou.
No entanto, Cida explica que ainda não há uma estrutura adequada para esse tipo de veículo na cidade. “Ainda tenho muitos problemas com peças e acessórios. A própria bateria é difícil de conseguir. A revendedora local só vende para as motos compradas deles. Como não foi o caso, estou no processo de compra das baterias para a moto desde julho”, queixou-se.
Além disso, segundo ela, a péssima qualidade do asfalto não ajuda. “Se você andar a 45 km por hora e passar por um buraco, corre o sério risco de sofrer um acidente. Mas eu sabia que, sendo pioneira, enfrentaria problemas como esses”, concluiu.

Tecnologias limpas

O programa que entra em vigor a partir de 2014 já atingu nas suas três primeiras versões resultados expressivos na redução de emissões. Devido aos investimentos em tecnologias limpas por parte dos fabricantes, os índices de emissão de monóxido de carbono pelas motocicletas foram reduzidos em mais de 80%, igualando-se ao dos automóveis;
Moto biocombustível (flex) – em 2009, elas representavam 12% das vendas, em 2010, o índice subiu para 18,5% e 2011 já alcançou 47% do total comercializado no país.
* Dados Abraciclo

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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