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Empresários lutam para flexibilizar novo decreto

Empresários lutam para flexibilizar novo decreto

Na manhã de ontem (23), o governador Wilson Lima anunciou um novo decreto determinando o fechamento de bares, balneários e locais que promovem festas particulares em Manaus. O decreto 42.794 publicado no Diário Oficial será válido por trinta dias. A partir desta sexta-feira, (25), as portas dos estabelecimentos devem estar fechadas. 

O aumento no número de casos e internações causados pela Covid-19 nas últimas semanas no Amazonas, facilitada por aglomerações, motivou o governador do estado a anunciar a necessidade de fechamento. Além disso, a cidade também tem registrado lotação de leitos dos hospitais privados para tratamento da doença.  

“Infelizmente não percebemos em alguns segmentos as devidas restrições. Há uma aglomeração muito grande, principalmente em bares, balneários, flutuantes em que a balada está ‘rolando solta’. Alugam sítios, chácaras dizendo que é um evento particular, mas acabam vendendo ingressos”. 

De acordo com o governador, o decreto suspende o funcionamento de bares que não tenham como atividade primária os restaurantes, além da suspensão, também, do funcionamento de flutuantes, balneários, praias, casas de shows, aluguel de sítios, chácaras e casa de eventos. As atividades nos restaurantes e lanchonetes com horário limitado até às 22h, sem música ao vivo. As lojas de conveniência serão mantidas, mas também devem obedecer o mesmo limite de horário, ficando proibido o consumo de bebidas alcoólicas no seu interior, bem como na área externa.

As medidas de restrição e de fechamento desses segmentos, vão  garantir  o retorno das aulas presenciais nas escolas da rede estadual com aulas do Ensino Fundamental, a partir do dia 30 de setembro de forma híbrida. “Eu não vou permitir que a balada continue aberta, continue rolando e as escolas permaneçam fechadas. É uma inversão de prioridades. Nós não podemos penalizar o aluno da escola pública por conta dessas festas”. 

O governador afirmou que os pais que não se sentirem seguros em mandar os filhos para a escola fiquem tranquilos que nenhum momento esse aluno vai ser punido, podendo acompanhar através do projeto ‘Aula em Casa’ ou pelas redes sociais. E disse ainda que as redes estaduais de ensino estão aptas para este retorno com segurança e seguidos todas as orientações sanitárias. As atividades letivas nos municípios devem continuar suspensas. 

Além do retorno das aulas, o governador anunciou a retomada das atividades dos centros de atendimento às crianças que estavam fechados durante a pandemia e o de unidades de atendimento aos idosos. 

O aumento dos casos da Covid-19 entre as classes A e B, também foram mencionadas pelo governador. No último fim de semana, por exemplo,  foram fechados dois estabelecimentos que totalizavam cerca de 7 mil pessoas. “Praticamente sem o uso de máscaras. Passando um copo de boca em boca, cantando no karaoke, isso é um risco muito grande com essa tendência de aumento no número de casos”.

Números

Conforme o boletim Diário Covid-19 da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), divulgado na quarta-feira (23),  Manaus tem 726 novos casos 48.389 pessoas infectadas pela doença desde o início da pandemia, totalizando 133.413 casos da doença no estado elevando para 3.984 o número de mortes.

Coletiva

O presidente da Abrasel-AM (Associação dos Bares e Restaurantes), Fábio Cunha,  em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, afirmou que a categoria não concorda com a determinação de fechamento para bares e alegam dificuldades com a redução no horário do atendimento nos restaurantes. Ele disse que a medida gerou grande surpresa. 

“Fomos surpreendidos. Já havia uma conversa com o governador sobre uma maior flexibilização de horário. Havia sido atendida essa solicitação. Eu acredito que o governo vai se sensibilizar  para achar soluções melhores porque os bares não aguentam mais um período fechado. E os restaurantes precisam ter um horário mais flexibilizado com essa redução fica ainda pior”. 

O setor pretende levar todas essas situações ao governo em reunião agendada para esta sexta-feira.  Ele disse ainda que reduzindo o horário de atendimento para os restaurantes, levaria maior tempo para atender os clientes, o que o setor acha incoerente.

Na última terça-feira (22), ao ser questionado pelo Jornal do Commercio sobre a preocupação do setor diante de uma segunda onda em curso, o presidente da entidade, afirmou que estavam no comitê de retomada do governo e que não havia nenhuma cogitação de se fechar o comércio novamente. 

“A Abrasel está pleiteando a flexibilização dos horários e capacidade de atendimento. Não achamos que tem que se fechar mais nada mas todos tem que observar e cumprir o decreto, o protocolo de retomada”. 

Os bares fazem parte do quarto ciclo de reabertura gradual das atividades não essenciais que ocorreu há pouco mais de dois meses.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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